CAPÍTULO 10 (A amizade)

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***

Em mais um dia de terapia...

— Helena quero me conte hoje sobre os aspectos gerais dos diálogos. Sobre a média do que foi dito, imaginado, partilhado. Falo de cumplicidade que resultou em amizade, porque também existe esse sentimento, não é verdade? – Alice me pergunta.

— Sim, somos amigos! Embora não gostamos de admitir. Porque ser amigos limita a nossa condição que é tão singular e ao mesmo tempo inexplicável. Por isso não demos nome ao que temos ou tínhamos... Mas posso sim resumir alguns diálogos para que você possa ter uma ideia da amplitude de nosso relacionamento.

[...]

"E os dias foram passando... o mês de março chegou trazendo com ele a nossa cumplicidade e reciprocidade. Falávamos sobre muitas coisas, de bobagens às preocupações do dia a dia. Ele teve muito de mim, e eu dele, embora fosse mais reservado.

Na segunda-feira...

— Bom dia meu amor! Passando apenas para te desejar um excelente dia. Estou com saudades. — Eu enviei assim que cheguei ao trabalho.

— Boa noite anjo! Dia corrido para mim. Espero que estejas bem! — Rafael respondeu.

Terça-feira

— Tenho saudades tuas. Por onde anda o meu anjo Rafael? - Eu enviei assim que acordei.

— Estou aqui anjo. Como está tu e a Brenda?

Quarta-feira

— Hello There! – Ele escreveu.

— Estou aqui! Me machuquei hoje, acredita? Bati com a cabeça na janela... Vem dá beijinho?

— Mas tu és mesmo desastrada! Estás bem? Foste ao médico?

Quinta-feira:

— Psiu? – Ele me chamou.

— Oi! Amor, me manda alguma receita feita com bacalhau?

— Ah, posso te ensinar várias...

Sexta-feira

— Que houve? Estou lá no Skype a te aguardar...

— Não sei. Meu computador travou tudo... — Meu notebook sempre me atrapalhava... Aff

— Hum, faz o seguinte... Tenta reiniciá-lo e...

Sábado

— Rafael? Estás aí? Queria sua ajuda...

— Sim, estou aqui, anjo.

— Me ajuda a escolher entre esses dois biquínis? Estou me sentindo tão gorda...

— Gorda? Quem? Estás linda!

— Qual biquíni coloco? Branco ou preto? <Mídia enviada>

— O preto. O branco também fica lindo em ti.

Domingo

— Que foi, Helena? Porque choras?

— A Brenda, está rebelde sem causa. Agora ela me culpa por não ter ficado junto a seu pai. Ela não entende que não era pra ser.

— Calma! Tem calma com ela. É apenas uma miúda. As coisas ajeitam-se.

Segunda-feira

—... Daí eu levei aquela namoradinha para o Castelo e ali mesmo fizemos amor. — Ele me confidenciou.

Adoro-te! (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora