Dez desafios

3 0 0
                                    

O primeiro portal se abriu ainda no castelo de Olímpia. Saímos perto de uma mina abandonada. Na porta da mina, haviam letras estranhas. Estávamos no Japão.
Boo pediu para abrir o pergaminho, eu abri e ela começou a ler.
- Jhishin Mushi. São besouros lendários que causam terremotos. Eles causam uma onda sonora com perfeita frequência para causa-los e derrubar qualquer coisa.
- Bem, deve ser mole, são besouros. - Eu disse.
- Sam, não sei se você ouviu o que a Boo disse, mas sabe esses besouros? Pois é, eles causam terremotos! - Disse Cara.
- Seja o que for, está dentro da mina. - Boo olhava fixamente para a entrada. - Vamos lá.

Dentro da mina era muito escuro. Cara fez uma bola de fogo nas mãos e iluminou o local.
As paredes estavam arranhadas por toda parte.
- O que vocês acham que fez essas marcas? - Perguntou Cara.
- Não sei, mas deve ser grande. - Respondeu Boo.
As marcas eram bastante grandes.
Fomos cada vez mais fundo na mina, e a cada metro ficava mais quente. Chegamos em um corredor, havia um enorme buraco na parede. Passamos. O lado de dentro tinha um cheiro horrível de carne podre. Pela pouca luz que Cara, conseguimos ver o local, o chão era coberto de sangue seco, ossos de várias espécies, desde humana, animais, até criaturas desconhecidas. De repente, um ruído começou nos meus ouvidos e foi aumentado, cada vez mais alto, e mais alto. O chão começou a vibrar, poeira caia do teto, olhamos para cima e percebemos que ele se estendia metros acima, e agarrados nas paredes altas, haviam vários Jhishin Mushin. Eles eram enormes, cada um do tamanho de um fusca; em suas cascas, haviam uma espécie de antena que tremia sinronizadamente com as dos outros. Tudo começou a tremer, do chão ás paredes. Boo pegou sua pequena bolsa e tirou uma caixa bem pequena, e me entregou. Na hora em que toquei na caixa, ela cresceu ficou do tamanho de um notebook.
- Sam, mire a caixa em um deles! Todos irão seguir o que foi pego! Agora! - Gritou Boo.
Eu fiz o que ela mandou, apontei a caixa para a criatura mais próxima, na mesma hora ela foi sugada para dentro dela, a vibração diminuiu até parar. Os outros Jhishin começaram a entrar na caixa sozinhos. Quando eles chegavam próximos da abertura da caixa, seus tamanhos diminuíam drasticamente e eles conseguiam passar.
A mina voltou ao silêncio original. A vibração parou. Tudo ficou normal. O segundo portal começou a se abrir em nossa frente.
- A gente não pode descansar um pouco? - Perguntou Cara.
Entramos no portal.

Palmira, Síria.
Chegamos no local onde o portal nos levou. Parecia um deserto. Estava quente, d várias nuvens de tempestade ocupavam o céu.
- Faltam quantos monstros? - Perguntei. Abri o pergaminho, e lá estava. Nove imagens das criaturas. E uma se destacava com uma cor verde. Dizia Pazuzu. - Acho que a gente está ferrado.
- Me dá isso. - Cara começou a ler. - Pazuzu. Rei do demônio do vento. Representa o vento do Sudoeste que trazia a seca e a tempestade. Gafanhotos na estação chuvosa e fome na estação seca. É, a gente está ferrado.
Do meio das nuvens surgiu um enorme demônio. Ele tinha quatro asas e cabeça era de leão.
A criatura veio em nossa direção com uma enorme espada.
- Corram! - Gritou Boo. Nós a obedecemos, e fomos para as enormes pilastras que haviam ali. Pazuzu se esquivava por todas.
- A caixa, Sam! - Berrou Cara.
Apontei a caixa para ele, a criatura começou a ser sugada, quando chegou perto da caixa, Pazuzu a golpeou, e ela saiu rolando no chão. Eles escapou, e voltou para o céu. Ele fez alguns movimentos com a espada e rugiu. Uma enorme nuvem começou a surgir e a descer pro chão. Saímos correndo. A enorme nuvem negra nos perseguia. Percebi, então que a nuvem era feita de gafanhotos!
- Cara, o que faremos?! - Perguntei.
- Corre, Sam, só corre! -Respondeu ela.
Havia uma enorme montanha na nossa frente. Estávamos cercados.
- Nós vamos morrer! - Gritei.
- Já estamos mortos, Sam!
- Então por que estamos correndo?
- Se ele pegar vocês, vai leva-los para o submundo e viraram seus servos. Não parem! - Respondeu Boo.
Chegamos na rocha. Sem saída.
- Droga! O que faremos agora? - Perguntou Cara.
- Se afastem! - Boo tocou na rocha, que foi cedendo até ficar grande o bastante para eu e Cara entrarmos.
- Sam, onde está a caixa? - Perguntou Cara depois de entrar.
- Caiu em algum lugar. Não sei aonde.
- Ali! - Gritou Boo. A caixa estava a uns trinta metros de distância. Os gafanhotos se aproximavam.
- Nós precisamos dela. Eu atraso os gafanhotos, e você pega, Sam. - Cara saiu do buraco na montanha e conjurou o fogo, e atirou nos gafanhotos. A nuvem começou a se afastar um pouco. Fui correndo na direção da caixa.
Pazuzu deu um rasante e me atacou. Sua espada cortou minha pele, que ao invés de sangue, vazava luz. O monstro pousou em frente a caixa.
- Olímpia não me terá. - A criatura veio até mim, colocou a espada em minha testa. - Ela será a próxima. - E empurrou a espada contra mim, eu me desviei. No segundo golpe, Pazuzu caiu.
- O que?! - Ele estava sendo sugado para a caixa. Boo tinha conseguido pega-la. Ele foi completamente sugado e a caixa se fechou.
- Ela terá sim! - Falei sozinho.
- Vamos. Temos muito trabalho pela frente. - Falou Boo.
- Pra onde iremos agora, pergaminho? - Falei fazendo voz de tédio. Ele se abriu e nele dizia: Chernobog - Bulgária.
O portal se abriu de novo, e entramos.

Á nossa frente, um enorme pinheiro se estendia por quilômetros e quilômetros para cada lado que olhasse.
- Onde estamos? Éramos pra ir para a Bulgária - Falei.
- Os eslavos imaginavam que todos os três reinos eram situados verticalmente numa gigantesca árvore de carvalho, que segura todo o universo. - explicava Cara. - Em sua copa estava o paraíso eslavo, conhecido como Svarga, residência de Svarog ou Iriy. Nas raízes do carvalho estava o inferno, residência de Chernobog, Morana e Zmei. O reino físico seria Yav,que está no tronco da Árvore do Mundo, é onde estão as criaturas vivas e etc. Nav, seria o mundo imaterial. E Prav são as leis que governam os outros dois mundos. Bem, nosso próximo monstro, seria o equivalente ao diabo na nossa terra.
- Isso está cada vez mais difícil. Como vamos pegar o demônio? - perguntei.
- Temos que encontrar a entrada do submundo. E então a gente bate nele e pegamos. É bem simples. - disse Boo.
- Não é tão simples assim, Boo. Ele tem poder sobre as trevas, e poderia facilmente convocar um exército de terríveis demônios para destruir a terra. - disse Cara.
- Se essa é a árvore, e o submundo está nas raízes, temos que entrar em uma das fissuras. - falei. Haviam várias delas por ali.
Começamos a descer em uma das enormes fissuras, nos segurando em algumas raízes expostas. Cara quase caiu mas eu a segurei.
- O caminho não é por aí. - disse alguém atrás de nós. Olhei para trás e haviam dois garotos.
- Onde fica o submundo? - Perguntei.
- É só descer. - respondeu ele.
- Então esse é o caminho. - disse Cara.
- Que tipo de pessoa tem a opção de subir pro paraíso, mas decide ir pro inferno? - perguntou ele.
- O tipo de pessoas que tem que aprisionar o diabo. - respondi. O garoto riu.
- Sou Dipper, e esse é meu irmão, Max. - o outro garoto sorriu timidamente.
- Qual é a intenção de vocês em prender o diabo? - perguntou Dipper.
- Olímpia disse que se pegassemos os dez monstros para ela, ela nos daria a vida de volta. - eu disse. - Sou o Sam, essa é minha amiga Cara e a nossa ajudante Boo.
- Prazer. - disse ele. Seu braço era coberto por tatuagens.
- Quem quer se casar? - Perguntou Max confuso.
- Ninguém. - Respondi.
- Max é capaz de ler mentes. O que está ouvindo? - Falou Dipper.
- Ele está dizendo... Está nos observando. - disse Max.
- Vocês são bruxos? - Perguntou Cara.
- Sim, tem muitos bruxos desse lado.
Todos olhamos ao redor. Não havia nada. Algumas montanhas e algumas árvores. Nada além disso. Descemos das raízes. Ficamos no chão observando.
- Não tem nada aqui, Max. - Cara foi um pouco mais longe, verificar perto das árvores. - É, não tem ninguém. - Atrás dela surgiu uma enorme criatura, Um velho com longos cabelos brancos, usava uma capa, suas pernas estavam com alguns ossos aparecendo. O velho pegou Cara por trás.
- Sam! Me ajuda! - gritou ela.
- Cara! - corri para ajuda-la. Quando me aproximei dela, o velho monstro abriu um portal e passou por ele. Eu perdi minha amiga.

WarlocksOnde histórias criam vida. Descubra agora