O acidente.

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Era noite, o carro não estava em alta velocidade, mas a pista estava bastante molhada, fazendo ele deslizar bruscamente, batendo em um grande poste, deixando a parte da frente do carro destruída e o motorista gravemente ferido, seu nome era Miguel, ele desmaiou no mesmo momento e após alguns minutos a ambulância chegou para o socorrer, que foi levado às pressas para uma cirurgia, seu estado era extremamente ruim, uma hora depois do acidente, um rapaz, de cabelo loiro, olhos cor de mel e de estatura comum, chamado Bruno, entrou no hospital desesperado, começou a chorar desolado ao saber que a pessoa que ele tanto amava estava entre a vida e a morte.

Depois da cirurgia Miguel foi levado para um quarto UTI, Bruno não podia ver ele no momento, um enfermeiro veio trazer algumas coisas que estavam com ele no momento do acidente, uma carteira e uma caixa com duas alianças de casamento com a seguinte mensagem gravada nelas:"Miguel e Bruno, até sempre meu amado", Bruno pegou a caixinha que estava um pouco manchada de sangue e passou a noite chorando no corredor do hospital. O dia amanheceu, Helena e João, os pais de Miguel chegaram ao hospital, eles estavam nervosos e ao verem Bruno, se revoltaram.

- O que houve com ele?! -perguntou Helena, enquanto encarava Bruno com raiva.

- Eu não sei exatamente... -Bruno não conseguia parar de chorar. - Ele estava voltando de uma exposição e sofreu um acidente.

- Não pense que me comovo com você, nem sei o que está fazendo aqui! -gritou João.

- Eu sei que não aprovam o nosso relacionamento, mas eu não vou deixar ele agora!

Bruno se sentou na cadeira do corredor e tentou conter as lágrimas, aquilo era demais para ele aguentar, as horas foram se passando e os médicos não davam nenhuma boa notícia, alguns outros parentes de Miguel chegaram e como ninguém da família era a favor do relacionamento que ele tinha com Bruno, o rapaz ficou sendo encarado por olhares de desaprovação, menos por parte de Daniel, que era irmão de Miguel, mas ele não saiu dali, pois o mais importante para ele era saber que Miguel estava bem.

Alguns dias se passaram, o estado de Miguel melhorou um pouco, porém ele ainda estava em coma, e os médicos temiam alguma sequela que o acidente poderia ter deixado, Bruno tinha dificuldades em poder visitar ele, pois os pais de Miguel deixaram bem claro que não o queriam lá, então ele geralmente ia no hospital quando não havia muitas pessoas. Três meses se passaram, um enfermeiro estava aplicando um medicamento em Miguel e ele repentinamente acordou confuso, e perguntando onde estava, o enfermeiro rapidamente foi chamar o médico que após alguns testes chamou toda a família de Miguel para uma conversa, Bruno estava lá no momento e claramente quis saber o que se passava, o médico reuniu todos e começou a falar.

- Tenho boas e más notícias... Miguel finalmente acordou, -Bruno deu um suspiro aliviado e quase chorou de alegria. - A saúde física dele está boa, porém enquanto eu conversava com ele... percebi que ele perdeu boa parte de suas memórias e quando digo boa parte, é quase tudo.

- Como assim doutor?! -perguntou Helena.

- Ele se lembra apenas de um gato e uma aliança, quando perguntei coisas sobre a vida dele, ele não sabia responder, vocês devem de ter paciência para superar isso, eu ainda farei mais alguns exames, a memória dele talvez volte aos poucos...

- Volte aos poucos?!!! Faça ele melhorar! -gritou o João indo em direção ao quarto.

- Espere! Por favor me deixe ver ele! -pediu Bruno.

- Não! Afinal ele nem vai se lembrar de você mesmo... e isso é até bom, se ele não se lembrar de você, vai poder começar uma nova vida ao lado de uma mulher!

- Por favor! Eu imploro! -Bruno caiu no chão e começou a chorar. - Eu juro que não vou dizer nada a ele, apenas me deixe o ver... eu preciso ver ele!

- Você tem cinco minutos, não faça nenhuma bobagem! -João deixou que Bruno entrasse no quarto com Helena, Miguel estava olhando para os arredores do quarto, Bruno sentiu vontade de pular nos braços dele, mas teve que se conter.

- Miguel! -disse Helena.

- Quem são vocês? -Miguel estava completamente confuso.

- Eu sou seu pai e essa é a sua mãe! -explicou João.

- Desculpe, não me lembro exatamente, estou confuso... -Bruno estava tentando disfarçar o choro. - Quem é ele? Se a culpa for minha de você estar chorando, peço desculpas.

- Não ligue para ele, é apenas um amigo seu. -João encarou Bruno como se o fosse matar.

- Miguel, não precisa pedir desculpas... -Bruno foi até ele e o abraçou forte. - Por favor lembre, quando se lembrar eu vou estar lhe esperando, não importa o que aconteça eu vou te esperar!

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