Uma noite perto dele.

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  A janela estava aberta e Miguel olhava para o lado de fora tentando descobrir o motivo de seu pai não deixar ele sair, o lugar mais distante que havia chegado depois de sair do hospital foi o jardim da casa, a moça Roberta entrou no quarto sem bater, dando um susto nele.

- Oi Miguel, eu vim conversar com você.

- Desculpa por estar meio conturbado e não me lembrar das coisas. -ele se sentou na cama.

- Tudo bem, eu te amo mesmo assim, e continuo aceitando seu pedido de casamento. -dizia a sonsa com um sorriso no rosto.

- Ah... que legal...

- Nós vamos nos casar e ser muito felizes. -ela começou a tentar o beijar, mas ele a afastou.
- Quanto a isso... É melhor esperar eu recuperar pelo menos parte da minha memória.

- Pra que? Vai mesmo fazer isso comigo? -ela começou a derramar falsas lágrimas, assim como já havia combinado com João.

- Desculpa... -ela não parava de chorar. - Olha eu caso, mas vamos esperar um pouquinho mais, Ok?

- Como quiser amor.

  Aquele mulher estava fazendo tudo por dinheiro, nem ligava para as consequências que poderiam vir, desde que João continuasse pagando.

  Duas semanas se passaram, Bruno tentou várias vezes ir ver Miguel, mas sempre era impedido e levava alguma ameaça de João.

Bruno já não aguentava mais de saudades, então fez uma loucura, foi até a casa a noite, quando todos já estavam se preparando para dormir, entrou pelos fundos do terreno e invadiu a casa pela janela da sala dos empregados, depois foi indo devagar em direção ao quarto de Miguel, porém no meio do caminho se deparou com o mesmo que estava indo beber água.

- O que faz aqui a essa hora Bruno? -perguntou Miguel. - Você nunca mais veio me ver, estava com saudade.

- É... -o coração de Bruno estava acelerado ouvindo aquela voz. - Eu também, vim te ver, mas já está bem tarde né?

- Tudo bem, podemos conversar no meu quarto para não incomodar ninguém, vem comigo. -Miguel levou Bruno pela mão até o quarto. - Por que veio tão tarde?

- Eu... Não tive... tempo. -tentou explicar sem chorar.

- Entendi, está muito tarde para você voltar, deveria ficar aqui.

- Eu não quero incomodar e seu pai vai achar ruim...

- Não se preocupe, dorme aqui no meu quarto e ninguém vai se incomodar, não sei se a gente já dormiu na mesma cama antes, mas espero que não se incomode, prometo que vou ficar longe. -Bruno não conseguia recusar ficar um tempo a mais com quem tanto amava.

- Ok, eu fico.

- Que bom!

  Após aprontar a cama, Miguel e Bruno começaram a conversar, Mi contou como se sentia por não se lembrar e que estava com medo de se casar com Roberta, Bruno queria contar toda a verdade, mas sabia que João estava no quarto ao lado.

  Depois da conversa Miguel caiu no sono, Bruno pegou na mão dele e dormiu logo em seguida, no meio da noite Miguel acordou e ao se deparar com o rosto de Bruno, teve um ligeira vontade de beijar aqueles lábios, passou a mão no rosto dele e até chegou a se aproximar um pouco, mas não entendia do que se tratava aquele sentimento então simplesmente se afastou e tentou voltar a dormir.

  No dia seguinte Bruno se deu conta que passou a noite lá, e que se João o pegasse poderia ter uma consequência trágica, sem se despedir de Miguel, que ainda dormia, correu para o local por onde entrou, algumas empregadas estavam lá, mas prestavam mais atenção em seus afazeres do que em qualquer outra coisa que estivesse ou passasse pelo local, após correr bastante Bruno conseguiu sair do local sem ser pego.

  Ao acordar, Miguel viu que Bruno já havia saído, mas que tinha esquecido uma chave, ficou preocupado para o caso dele ficar trancado para fora de casa, desceu o mais rápido possível para o procurar, em vão, ele então decidiu guardar a chave na esperança que Bruno voltasse para a buscar de volta, mas isso não aconteceu, Miguel esperou para rever Bruno, porém ele não voltou.

  Uma semana depois de Bruno ter ido ver Miguel, João decidiu ir até a casa onde ele vivia, chegando lá bateu na porta e foi recebido com espanto do morador do local, afinal pensou que João jamais colocaria os pés naquela casa.

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