O preconceito de João.

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Miguel e Bruno começaram a se preparar para ir falar com Helena e João, ambos estavam nervosos e ansiosos, eles decidiram ir em um dia que apenas os pais dele estivessem presente, no dia combinado Bruno se aprontou da melhor forma possível, ele chegou no local a noite e foi recebido por Miguel, eles entraram como se fosse apenas um jantar comum com um amigo de Miguel, os pais dele a principio agiram normalmente, durante o jantar ninguém conversou muito até o final.

- Então, Bruno você cursa Biologia? Tem algum grande plano para o futuro? -perguntou Helena.

- Sim, eu tenho muitos sonhos e ambições, mas no momento estou me concentrando apenas na escola e no trabalho.

- Você parece ser educado e bem decido, é bom saber que o Miguel não está andando com alguém menos ajuizado do que ele. -Helena era bastante direta.

- Mãe!... De toda forma não viemos aqui falar do quão doido eu sou.

- Então sobre o que quer falar? Esse é nosso melhor assunto! -disse João com um ar de deboche.

- Ok, vou direto ao ponto, Bruno não é meu amigo, é meu namorado e espero que entendam isso! -João se levantou da cadeira indignado.

- Espero que isso seja apenas uma brincadeira de mal gosto!

- Não é pai, eu am... -Miguel não pode terminar a frase pois João levantou a mão e deu um tapa na cara dele, Bruno ficou assustado e tentou ajudar Miguel.

- Você ficou louco de vez?! Nós aceitamos que você fosse para a escola de artes, mas namorar outro homem jamais!!!... -todos fizeram silêncio por um tempo. - Se escolher continuar com essa loucura quero que suma desta casa!

- Muito bem! Eu vou, nunca esperei isso do senhor, vamos Bruno! -Miguel foi indo embora com Bruno.

- Filho espera! -disse Helena confusa com a situação e desesperada.

- Helena! Você é minha esposa e deve ficar ao meu lado!

- Tudo bem mãe! nada vai mudar o fato que te amo, você não é uma má pessoa. -eles foram embora, entraram no carro e Miguel parecia muito nervoso com o ocorrido.

- Eu sinto muito, desculpe! -Bruno se sentia culpado pela situação.

- Não a motivos para você se desculpar, você não tem culpa do preconceito do meu pai! Só tenho dó da minha mãe, ela vive apenas fazendo o que meu pai manda...

- Você pode ficar na minha casa, tenho certeza que o Saimon não vai se importar.

- Obrigado, daqui a pouco temos que comprar nossa casa própria e jogar o Saimon em um barranco qualquer.

- MI! Como pode falar assim do meu irmão?!

- Desculpa, eu estou brincando, ele é um bom garoto... Nesse caso ele pode ficar no quintal!

- Seu bobo! -disse rindo.

Apesar da situação não ser muito boa, eles acabaram se tranquilizando, Saimon não se importou com Miguel morando com eles, era até divertido quando todos eles se reuniam e faziam bagunça pelo local, apesar de Bruno implicar as vezes.

Helena ficou muito preocupada e por várias vezes ligou em segredo, para saber como seu filho estava, os irmãos de Miguel também ligaram, mas o único realmente preocupado era Daniel. Os dias foram se passando, a senhora que morava na casa ao lado da de Bruno e Saimon, morreu e a casa estava a venda, Miguel ficou interessado em comprar, mas Bruno achava que o lugar estava muito acabado.

- Vamos Bruno, a casa é bonitinha, só precisa de alguns ajustes. -dizia Miguel tentando o convencer, enquanto eles observavam o local.

- Não, aquela casa está acabada, não é que eu não queira morar sozinho com você, mas olha o estado dela!

- Mas ela é perfeita, esse bairro é maravilhoso, vamos poder ficar de olho no seu irmão e o melhor de tudo, tem um jardim enorme na frente!!! Isso é sensacional! -Bruno riu da forma animada que Miguel dizia aquilo.

- Ok, mas eu não vou morar nela assim, só entro nela quando tudo estiver em perfeito estado! Ou seja se quiser morar comigo nesse lugar, vai ter que por a mão na massa.

- Não se preocupe, vou deixar esse lugar fabuloso.

Os dois sorriram, Miguel estava determinado a deixar aquele lugar esplêndido, ou melhor "fabuloso", eles compraram a casa e todos os dias depois de sair do estúdio de artes onde trabalhava, Miguel ia para a casa arrumar alguma coisa, Bruno percebeu que ele estava se esforçando e decidiu ajudar, eles se divertiam com as brincadeiras malucas de Miguel, as coisas estavam indo bem, o amor deles se fortalecia a cada dia, o sentimento que um sentia pelo outro acabava os motivando a continuarem juntos, não importa o que aconteça.

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