Mirelly
-Sua filha já sabe de tudo. - falo entrando envergonhada no seu quarto.
-De que você dormiu aqui essa noite?
Afirmo e ele sorri malicioso.
-Estou tão ansioso para ver você e minha filha dançar.
Arregalei os olhos, ainda tinha isso. Ele ainda não sabia que eu não dançava.
-Eu também. - sorri falsa.
-Hoje vai ter uma conferência de médicos, você quer me acompanhar?
-Sério?
-Eu adoraria que fosse.
-Eu vou.
-Agora, - ele falou se aproximando de mim - me dá um beijo?
Nos beijamos e ele perguntou:
-Ela não achou ruim?
-Disse que você é bem grandinho para saber o que faz.
-Eu amo minha filha!
****
Sai para o salão, arrumar meu cabelo e unhas, a maquiagem eu mesma faria, já que eu era uma ótima maquiadora e adorava me maquiar. Já havia decidido que eu iria com o vestido dourado longo que minha mãe havia usado no dia que conheceu meu pai, com exceção da aliança, esse vestido era a única lembrança que eu tinha deles.
Me olhei no espelho, era como se eu vesse a minha mãe. Ela era tão linda, e quando eu me vestia igual a ela eu me sentia linda também.
Fui até o quarto de Angely.
-Como estou?
-Uau, está linda. Papai vai gostar.
-Obrigada. - eu estava radiante.
-Você se parece muito com a sua mãe.
-É o que eu mais tento, me parecer o máximo com ela.
Ela sorri.
-Boa festa.
-Obrigada. - sorrio e saio.
Desço as escadas e Marcelo está na ponta me esperando. Ele estava lindo em um terno preto e gravata cinza.
-Você está linda. - ele fala me dando um braço.
-Você está lindo, será que sua filha de importaria se eu roubasse você para mim?
Ele ri e saímos até a limusine. O motorista abre a porta, entro primeiro e depois ele.
Quando chegamos havia alguns paparazzi, fizeram algumas perguntas como "Vocês estão namorando?" e "Você não é a filha do Sr Gus?". Mas Marcelo me guiou até o imenso salão rapidamente. Tinham várias pessoas, gente fina e elegante. Eu me senti uma ninguém, já fazia muito tempo que eu não ia em festas de gala, uns quatro anos para ser mais exata.
Ele me guiou e me apresentou para várias pessoas, dentre eles, um dos fundadores da Universidade Harvard e um professor de cardiologia de lá e ele ainda mencionou que era meu sonho ser cardiologista, e eles me fazerem um convite para ir conhecer a Universidade. Quando saímos de perto deles, dei um tapa no ombro dele.
-Filho da mãe. - ele apenas rio, e saímos andando.
-Marcelo. - um cara alto comprimentou Marcelo, eu paralisei. Esse cara era inconfundível, tinha o mesmo rosto do meu pai.
-Andrew, esse é minha secretária, Mirelly.
-Mirelly? - ele ficou com a mesma reação minha.
Andrew era o irmão gêmeo do meu pai, eram indenticos e vê-lo me causa muita dor. Era como se meu pai não tivesse morrido.
Depois do acidente procurei por Andrew várias vezes, mas ele simplesmente desapareceu e eu só falava com a noiva dele, Kimberly, ele me dizia que meu tio não queria saber mais de mim. Aí eu acabei parando de tentar falar com ele.
-Vocês já se conhecem?
-Ele é o irmão gêmeo do meu pai. - falo para Marcelo.
-Uau, eu não sabia que vocês eram irmãos, achei que só se pareciam muito.
-Eu achei que você estava morta. - Andrew fala.
-Morta? Eu te procurei várias vezes, e Kimberly me disse que você não queria mais saber se mim.
-Kimberly disse que você também estava no avião com seus pais.
-Então eu acho que você se casou com um monstro. Será que a gente pode ir Marcelo, a festa acabou para mim.
-Claro. - ele fala e me acompanha para fora.
-Mirelly. - Meu tio grita. -Por favor me perdoa. Eu não sabia que você estava viva. Kimberly me enganou. Você é minha única parente viva e considero você como minha filha.
Eu olhei para ele, os paparazzi já estavam todas dentro do salão, ainda bem.
-Kimberly morreu, tivemos um filho. Agora sou um rico amargurado. Sem ninguém, meu filho me odeia, agora ele se tornou um rebelde, fica mais tempo no Colégio, ou bebendo do que comigo. Saber que você ainda está viva é a melhor coisa.
Me aproximo de Andrew e nos abraçamos, era toda minha infância voltando. Andrew era o melhor tio do mundo.
-Eu te amo.
-Eu te amo, filha. Posso te chamar assim?
-Pode. Por que agora você é meu pai.
-E vocês são namorados? - ele aponta para Marcelo.
-Ainda não. - ele sorri e eu coro.
-Mel, vem morar comigo.
Olho para Marcelo e ele não parece gostar da ideia. Mas eu volto o olhar para Andrew.
-Amanhã eu ligo para você, ok?
-Tudo bem filhinha, fica bem. E cuidado com ela. - ele ameaça Marcelo e sai.
O motorista de Marcelo abre a porta e entramos, alguns minutos chegamos.
-Dormi comigo de novo?
Afirmo e vamos para seu quarto.
-Estou muito feliz em encontrar meu tio, obrigada, foi graças a você.
-Agora estamos quites.
-Por quê?
-Você me trouxe a felicidade.
Sorrio e o beijo.
-E você vai mudar para casa dele? - ele pergunta.
-Vou, preciso aproveitar meu tio. Ele é a única pessoa que eu tenho...
-E eu e Angely?
-Vocês ja se tornaram tão especiais para mim e em tão pouco tempo. Mas quero ficar com meu tio, preciso do amor paternal dele.
-Foi muito bom ter você aqui.
-Eu preciso confessar algumas coisas.
-Fale.
-Porfavor, espero que entenda meu lado. Eu menti, não sou bailarina. Menti para poder vir para cá. Conheci sua filha no Teatro, levei ela para comer. Mas eu estava preocupada, comentei com ela que eu fui mandada embora do apartamento onde eu morava. Ela me chamou para passar um tempo aqui, mas eu tinha que dizer ser bailarina, minha mãe é bailarina, eu não. Espero que entenda, eu só queria um lugar para ficar.
-Tá bom.
-Só isso? Não tá bravo.
-Só com Angely, ela sabe que eu não ligo disso. Mas é uma pena, isso significa que eu nunca verei vocês duas dançando.
-Nunca diga nunca. - sorrio e o beijo.
E novamente vamos para cama.
****
AnaMedrade
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Intended
RomanceVocê acredita em destino? Se fosse tempos atrás eu seria arrogante e diria " Aff claro que não! Ser humano só inventou isso para ter a ilusão de que algum dia irá ser feliz" Só que minha opinião mudou completamente depois de ser vítima de um destino...