Cesárea

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Mirelly

Eu mal estava conseguindo andar. Me mantinha em pé com passos lentos e andava com a perna aberta. Minha barriga estava enorme e minhas costas estavam me matando.

Meu tio me perdoou e ficou impressionado de minha primeira gestação ser de cara trigêmeos, ele chegou a uma conclusão que era culpa da genética. Minha tia avó teve trigêmeos, minha vó gêmeos, e vários casos de tios com gêmeos também. Ele até chutou que eu poderia ter mais uma gestação com gêmeos. Fiquei assustada, mal estou aguentando esses três filhotinhos aqui.

Eu andei, igual a um pinguim até a UTI, paro ao lado de Jasper.

-Eu queria que ela batizasse minha filha. E desse o nome também.

-Ela vai gostar de ser madrinha. - responde cansado.

-Você quer batizar junto? Digo, a menina.

-Vou adorar. - sorri -Então, como ela vai se chamar?

-Não sei. Que tão Angel? Em homenagem a Angely?

-Que tal Dara Angel? Será significa anjo destemido, que tem o bem e que é forte e suporta.

-É bem e cara dela.

-Sim, nossa guerreira.

-Agora vou indo.

-Você está parecendo um pinguim. - fala ao me ver andar.

-Hahaha. - rio irônica.

Vou em direção à sala de Marcelo espera-lo sair da UTI mas paro no caminho com uma forte contração. Grito alto e umas enfermeiras que passam perto me ajudam. Era para os neném nascerem daqui a 2 dias, mas são eles que mandam.

-Chame Marcelo. Rápido. Chamem-o. - uma enfermeira sai e vai chama-lo, me trazem uma cadeira de rodas e me levam para a sala de parto.

Eu grito, a dor é insuportável, mas saber que a algumas horas vou ver meus filhos é maior. Vejo doutora Hannah, logo depois vejo meu Marcelo, ele pega na minha mão.

-Vai ficar tudo bem. - ele sussurra e a dor acaba.

Mirelly off

Marcelo

Quando a enfermeira me chamou dizendo que Mirelly estava me chamando, já imaginei que a bolsa havia estourado. Me apressei, eu farei questão de ajudar Hannah no parto.

Visto tudo preciso e ainda encontro Mirelly acordada e sentada gritando de dor.

-Vai ficar tudo bem. - sussurro e um enfermeiro aplica uma anestesia na coluna vertebral dela, a deita e coloca uma cortina para ela não ver o processo.

Colocamos um cateter no espaço peridural para facilitar a administração de medicamentos e uma sonda para conter a urina.

Hannah me entrega o bisturi e eu faço um corte de 10 cm de largura perto da linha do biquini, corto mais 6 camadas de tecido até chegar aos meus bebês, escorre uma lágrima em mim. Retiro o primeiro bebê, Aaron, e entrego ao neonatologista, que verifica se o bebê está respirando normalmente. Escuto o chorinho do neném, que é como canção para meus ouvidos. O segundo é Castiel, faço o mesmo processo e entrego ao neonatologista, que verifica a respiração, esse chora menos. Por fim a neném. Ainda não sei o nome, mas sei que Mirelly quer homenagear minha filhinha. Ela é a mais chorona. Não consigo conter mais minhas lágrimas.

Pego Aaron e os enfermeiros seguram os outros bebês e mostramos as crianças a Mirelly. Que também chora, sussurro um eu te amo, e entrego meu menino a um enfermeiro, e eles vão limpar os bebês.

Hannah está tirando a placenta. Ajudo-a fechar o corte, e demoramos 30 minutos para custurar todas as seis camadas.

-Terminamos meu bem. - digo concluindo cansado.

Levam Mirelly para um quarto perto da UTI. Ela está deitada na cama, também cansada, dando mama, para a menina, ela deu primeiro aos dois. Seu tio segura um bebê e Dean outro, Jasper só olha.

Minha preocupação vem a tona quando meu relógio pisca, saio correndo, é minha filha.

-É Angely? - pergunta Jasper me seguindo.

-Sim. Agora saia, não me siga.

Mas ele me segue.

Marcelo off

Mirelly

Foi a melhor coisa da minha vida ver os meus bebês, eles são tão lindos.

Aaron é loiro assim como Castiel, um tem os meus olhos e outro tem os do Marcelo, mas é Aaron o único que se parece comigo. Dara Angel, é indentica a Angely, exceto pelos olhos e é a única de cabelos pretos.

Dou de mama para eles, meu tio tá animado. Mas eu estou preocupada com Marcelo e Angely.

Por que as coisas não podem ser mais fácil, com Angely e Marcelo aqui, com os meus bebês?

E os meus pais também, eles ficariam tão felizes de ver meus bebês. Fariam uma grande festa para apresentar os tri para a sociedade. Que saudades. Mas eu não posso transmitir tristesa aos bebês, se não eles sentem. Serei forte para eles.

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AnaMedrade

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