Intended

Bônus Marcelo

Marcelo

Quando Jasper falou que quem machucou minha filha foi para dar um aviso a mim, na hora eu pensei em Mirelly e seu namoradinho. E o ódio tomou conta de mim.

Se eles tirarem a minha filha de mim, eu vou fazer de tudo e mais um pouco para acabar com a vida daquela que eu tanto amei, e a cada dia eu odeio mais.

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-Doutor, o senhor precisa descansar. - fala a enfermeira.

Como se a essa altura do campeonato eu tivesse cabeça para descansar, com a minha filha ali, quase morrendo, e eu sem poder fazer nada.

Estou carrancudo e de mal humor, minha feição piora ao ver aquela loira parada na minha frente. Ela está com um vestido todo largo e com o cabelo com um coque bagunçado e olheiras, mas ainda linda. Quase esqueço de odia-la, mas aí lembro que ela é o motivo da minha filha estar de coma.

-Fiquei sabendo que sua filha está precisando de doação de sangue. - ela diz, e por um momento lembro dos nossos momentos bons.

-Sim. Agora porfavor, quer sair do meu hospital?

-Ela é O+?

-Sim.

-Porfavor, deixa eu doar.

-Eu não quero o seu sangue. Minha filha está daquele jeito por causa de Josh. Por causa de você.

-Para de orgulho. Porfavor. Sua filha precisa.

-Não precisamos de você.

-Marcelo.

-Houve uma piora no caso de Angely. Sem sangue ela não vai aguentar muito. - uma enfermeira avisa desesperada.

-Eu vou querer o seu sangue. - falo sem olhar seus olhos. -Mas você está grávida?

Observo o volume na sua barriga, ela estava grávida? Meu sangue ferveu, ela vai ser mãe do bebê daquele homem. Do que machucou minha filha.

-Deixa, porfavor, deixa eu doar essa merda. - ela parecia querer chorar.

-Grávidas não podem doar sangue. - respondo frio.

-É só não pegar muito sangue, eu só quero o bem de Angely.

Como se ela pensasse no bem dos outros.

-Eu só vou aceitar isso pela minha filha. - respondo seco, peço que Jaqueline tire o sangue e saio para sala de cirurgia me preparar para a transfusão de sangue.

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Quando terminei ja pude notar minha filha menos pálida.

Fui até a recepção e vi Mirelly, sentada chorando. Me doeu, quis ir ajuda-la, mas ela não pensou nisso ao me magoar. Fui até lá friamente.

-Srta Strowf, a transfusão foi um sucesso. Obrigada por sua doação, agora já pode se retirar.

-Marcelo. - ela chamou fungando. -Podemos conversar?

-Eu não tenho nada para falar com você.

-O bebê é seu.

-O QUE? Você é uma vigarista, como não vou saber que está querendo fazer um golpe? Se arrependeu? O outro não te dá presente caro? Ou ele que mandou você aqui? Ou você gosta de fazer os homens de trouxa?

Ela chorava na minha frente.

-Passar bem, Mirelly. - saio voltando para o quarto com minha filha.

E se for verdade que o bebê é meu, eu sempre quis ter uma família bem grande, se fosse meu, eu não ia aguentar ignora-lo só por causa da mãe.

-Meu bem acorda. Tá sendo tão difícil sem você. - pego a mão de Angely. -Mirelly veio aqui, ela tá grávida, diz que é meu. Ela doou sangue para você. Sei que você odeia ela, eu também. Mas já pensou? Um filho? Sei la, perdi a esperança em ser pai de novo. Não estou reclamando, você é a melhor filha que eu poderia ter. Te amo meu bem. E se não acordar logo eu vou aumentar sua idade permitida de namoro para 40. Jasper estava aqui, ele gosta muito de você. Ele não saiu um segundo. Estou começando a ficar com raiva dele, muleque chato, mas muito preocupado. Fiquei sabendo da sua anorexia, quando acordar vamos ter uma conversa seria mocinha, você vai ficar um mês sem sair com o Jasper. - limpo uma lágrima. -Acorda querida, porfavor. Eu te amo.

Acaricio seu cabelo preto como o da mãe, as mãos delicadas, os olhos grandes. Era tão perfeita... Ela é tão perfeita. Igualzinha a mãe, com excessão dos dedos do pé, sorrio orgulhoso, os dedos dela pareciam mais com os meus. Pelo menos alguma coisa.

-Acorda querida.

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AnaMedrade