Cheguei ao Studio mais cedo hoje para falar com a Francesca. Rodei todos os corredores, procurei em todas as salas, vasculhei todos os andares do prédio, mas ela não estava em nenhum canto. Talvez não tivesse chegado ainda.
– Violetta! – uma voz me chamou no corredor central.
Olhei para trás e vi a Fran. Esfreguei os olhos para ter certeza que não era o sono me afetando, mas era ela. Corri até ela e dei-lhe um abraço:
– Finalmente você chegou!
– Eu que o diga!
– Como assim? Estou te procurando aqui já faz quase uma hora, até conheci salas que eu não tinha a mínima que elas existiam.
– Eu estou te esperando aqui há exatamente uma hora. Você está bem, Vilu?
– Ah claro, estou ótima! Melhor do que nunca! – falei irônica.
– Achei que soubesse que a mim você não engana – disse concentrada nas suas unhas.
Francesca é a minha melhor amiga e um dos poucos seres humanos que eu confio. Ela é a única capaz de me fazer sorrir apesar de qualquer dificuldade que eu tenha o que me faz bem, pois sei que em algum lugar minha mãe se alegra com isso.
– É não estou bem – me rendi.
– O que aconteceu? – perguntou preocupada.
– Eu nasci no mesmo dia que a Ludmila.
– Ah, é a festa não é?
– É daqui a uma semana. Ela não quer dividir a festa comigo e tampouco eu quero. Você me conhece há muito tempo Fran e sabe que não gosto muito das minhas festas de aniversário porque elas não são minhas.
– Você não quer por causa dela, Vilu?
– Ah sim, quero você, a Cami e o Maxi lá, mas ela não e como o meu pai a mima muito é capaz de nem deixar. Ela tinha que estragar tanto a minha vida? – minha voz soou com uma mistura de raiva e tristeza.
– É o que os irmãos fazem... – ela baixou a cabeça como se estivesse passando pelo mesmo que eu.
Eu não sabia o que falar e então ficamos um bom tempo caladas. Só vim perceber o motivo de ela ter falado aquilo quando lembrei que o seu irmão está voltando para a Itália. Droga, não deveria tê-la lembrado disso!
– Aceita a festa! – aconselhou de repente, agora com a cabeça erguida.
– Quê?!
– Aceita a festa – repetiu – e conversa com seu pai.
– Promete estar lá? – ela me convenceu e dei um sorriso fraco.
– Prometo! – ela riu e me abraçou depois de dar um gritinho.
– Vou te esperar lá e ai de você se você não for! – brinquei.
– Ai que medo! – colocou a mão no peito, entrando na brincadeira. – Eu vou claro! Francesca Calviglia nunca perde uma festa, mas queria saber se o seu futuro marido também vai.
Soltei uma gargalhada alta sem me importar com os olhares que me atacaram naquele momento.
– Futuro o quê Francesca? – perguntei ainda rindo – Nem namorado eu tenho, quem dera um noivo.
– Você passou uma tarde inteira com o cara que você sente uma quedinha.
– Fala baixo. Estávamos compondo uma música.
– Música de amor.
– É um trabalho de canto.
– Então não rolou nada? – fez uma carinha triste. Se eu não soubesse que a Fran tinha talento para atuar, eu teria acreditado no seu olhar de gato de botas. Já disse a ela que se desistir de cantar, pode investir na carreira como atriz, ou então atuar em musicais.
– Estamos um pouco longe de ser amigos, mas ainda tenho esperanças – falei para animá-la, porque esperança era algo que eu já não tenho há muito tempo.
– Nenhum romance entre os dois?
– Ah sim, aquele que se chama "Um Amor Impossível".
– Não Vilu, é "Quase Impossível"!
– Ele é namorado da minha irmã há três anos, não tenho chance.
– Ainda sente algo por ele? – perguntou.
Gostaria muito que a Fran tivesse entendido o que quis dizer com o romance impossível entre eu e León, mas a sua pergunta me deixou com dúvidas. O que eu sentia por ele? Será que eu sabia? Uma simples paixão, talvez.
Fiquei calada.
– Entendi. Você não sente uma queda por ele.
Graças aos Céus! Pensei.
– Você sente o penhasco todo e se já não tiver caído.
– Não vou cair nem me jogar...
– Por medo? Ah Violetta, ter medo de algo é normal, mas medo de cair e amar? Na vida, todo mundo cai, todo mundo ama. Se você quer ser feliz mesmo, vai ter que cair um dia.
– Mas não quero cair por amor.
– Então se mantenha equilibrada, porque você já está na beirinha do penhasco que te leva até o León.
Ri fraco.
– Nos seus sonhos, Fran!
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Oi leitores, como estão?
Aproveitei que hoje não tenho aula para publicar esse capítulo e pretendo continuar publicando o dia todo.
Gostaram?
Concordam com a Francesca? Opinem!
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Beijo até o próximo capítulo.
Laryssa.W#4
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Um Amor Quase Impossível
FanficQuando realmente se ama alguém, a única coisa desejada é a sua felicidade, mesmo que não seja você que possa dar. Violetta Castillo sempre viveu pensando mais nos outros que em si mesma, pois foi o que sua mãe disse antes de partir eternamente. E as...