Capítulo 4

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Cheguei ao Studio mais cedo hoje para falar com a Francesca. Rodei todos os corredores, procurei em todas as salas, vasculhei todos os andares do prédio, mas ela não estava em nenhum canto. Talvez não tivesse chegado ainda.

– Violetta! – uma voz me chamou no corredor central.

Olhei para trás e vi a Fran. Esfreguei os olhos para ter certeza que não era o sono me afetando, mas era ela. Corri até ela e dei-lhe um abraço:

– Finalmente você chegou!

– Eu que o diga!

– Como assim? Estou te procurando aqui já faz quase uma hora, até conheci salas que eu não tinha a mínima que elas existiam.

– Eu estou te esperando aqui há exatamente uma hora. Você está bem, Vilu?

– Ah claro, estou ótima! Melhor do que nunca! – falei irônica.

– Achei que soubesse que a mim você não engana – disse concentrada nas suas unhas.

Francesca é a minha melhor amiga e um dos poucos seres humanos que eu confio. Ela é a única capaz de me fazer sorrir apesar de qualquer dificuldade que eu tenha o que me faz bem, pois sei que em algum lugar minha mãe se alegra com isso.

– É não estou bem – me rendi.

– O que aconteceu? – perguntou preocupada.

– Eu nasci no mesmo dia que a Ludmila.

– Ah, é a festa não é?

– É daqui a uma semana. Ela não quer dividir a festa comigo e tampouco eu quero. Você me conhece há muito tempo Fran e sabe que não gosto muito das minhas festas de aniversário porque elas não são minhas.

– Você não quer por causa dela, Vilu?

– Ah sim, quero você, a Cami e o Maxi lá, mas ela não e como o meu pai a mima muito é capaz de nem deixar. Ela tinha que estragar tanto a minha vida? – minha voz soou com uma mistura de raiva e tristeza.

– É o que os irmãos fazem... – ela baixou a cabeça como se estivesse passando pelo mesmo que eu.

Eu não sabia o que falar e então ficamos um bom tempo caladas. Só vim perceber o motivo de ela ter falado aquilo quando lembrei que o seu irmão está voltando para a Itália. Droga, não deveria tê-la lembrado disso!

– Aceita a festa! – aconselhou de repente, agora com a cabeça erguida.

– Quê?!

– Aceita a festa – repetiu – e conversa com seu pai.

– Promete estar lá? – ela me convenceu e dei um sorriso fraco.

– Prometo! – ela riu e me abraçou depois de dar um gritinho.

– Vou te esperar lá e ai de você se você não for! – brinquei.

– Ai que medo! – colocou a mão no peito, entrando na brincadeira. – Eu vou claro! Francesca Calviglia nunca perde uma festa, mas queria saber se o seu futuro marido também vai.

Soltei uma gargalhada alta sem me importar com os olhares que me atacaram naquele momento.

– Futuro o quê Francesca? – perguntei ainda rindo – Nem namorado eu tenho, quem dera um noivo.

– Você passou uma tarde inteira com o cara que você sente uma quedinha.

– Fala baixo. Estávamos compondo uma música.

– Música de amor.

– É um trabalho de canto.

– Então não rolou nada? – fez uma carinha triste. Se eu não soubesse que a Fran tinha talento para atuar, eu teria acreditado no seu olhar de gato de botas. Já disse a ela que se desistir de cantar, pode investir na carreira como atriz, ou então atuar em musicais.

– Estamos um pouco longe de ser amigos, mas ainda tenho esperanças – falei para animá-la, porque esperança era algo que eu já não tenho há muito tempo.

– Nenhum romance entre os dois?

– Ah sim, aquele que se chama "Um Amor Impossível".

– Não Vilu, é "Quase Impossível"!

– Ele é namorado da minha irmã há três anos, não tenho chance.

– Ainda sente algo por ele? – perguntou.

Gostaria muito que a Fran tivesse entendido o que quis dizer com o romance impossível entre eu e León, mas a sua pergunta me deixou com dúvidas. O que eu sentia por ele? Será que eu sabia? Uma simples paixão, talvez.

Fiquei calada.

– Entendi. Você não sente uma queda por ele.

Graças aos Céus! Pensei.

– Você sente o penhasco todo e se já não tiver caído.

– Não vou cair nem me jogar...

– Por medo? Ah Violetta, ter medo de algo é normal, mas medo de cair e amar? Na vida, todo mundo cai, todo mundo ama. Se você quer ser feliz mesmo, vai ter que cair um dia.

– Mas não quero cair por amor.

– Então se mantenha equilibrada, porque você já está na beirinha do penhasco que te leva até o León.

Ri fraco.

– Nos seus sonhos, Fran!

⋆⋆⋆⋆⋆

Oi leitores, como estão?

Aproveitei que hoje não tenho aula para publicar esse capítulo e pretendo continuar publicando o dia todo.

Gostaram?

Concordam com a Francesca? Opinem!

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Beijo até o próximo capítulo.

Laryssa.W#4

Um Amor Quase ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora