Capítulo 29

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León:

Algo estranho aconteceu quando esse garoto novo entrou no auditório e isso me deixou bastante intrigado. Ele não parava de olhar para a Ludmila, que não parava de olhar para mim. Eu não parava de olhar para a Violetta que olhava para ele e sorria. De verdade, eu amo ver a Violetta sorrindo. Dessa vez, não. Esse italiano trouxe um molho de pizza nada bom para mim, pelo que estou percebendo.

Mais tarde, lembrei a Violetta que íamos sair hoje. Ela não pareceu muito empolgada, mas disse que sim. É muito cedo para eu querer colocar a culpa naquele garoto?

Ela estava tão empolgada para sair comigo que passou um tempão conversando com suas amigas e me fez de trouxa. Por duas horas, eu fiquei esperando por ela em frente ao auditório.

– Calma León, só mais cinco minutos! – ela dizia cada vez que eu a chamava.

Eu me pergunto o que essas meninas tanto falam!

– Faz duas horas que você diz isso. – falei, mostrando o meu relógio.

– Então, vamos mudar um pouco – eu até me animei –, espera mais dois minutos.

Revirei os olhos. Já não estava tão paciente e não falta nada para eu ir embora e deixá-la com suas fofocas.

Ela olhou para mim, se despediu das meninas e veio falar comigo.

– Até que enfim! – comemorei, sem um pingo de felicidade na cara.

– Você está parecendo aqueles meninos manhosos, credo.

– Eu sou manhoso? Você passa duas horas fofocando sobre sei lá o quê com suas amigas enquanto eu te espero, depois eu sou manhoso?

– Olha o respeito, León!

Fiz cara feia e não falei mais nada. Ela respirou fundo.

– Não vai me dizer aonde nós vamos? – perguntou.

– Eu já te disse e não vou falar de novo.

Foi a vez dela de se calar. Eu não tinha me importado no início. Foi só ela baixar a cabeça que eu percebi o quanto estava sendo babaca.

– Desculpa, não sei o que deu em mim hoje…

– Para ficar assim? Talvez eu possa pensar no seu caso se o manhosinho me der um abraço bem forte. Pode dar certo, sabia?

– Quais são as chances?

– A matemática diria 50%. Ou dá certo ou não dá. Como eu nunca liguei pra matemática, então as chances são de 99% de dar certo.

Ri fraco. Essa garota não existe!

– Extra! Extra! Extra! – ela falou em um tom consideravelmente alto, fazendo referência àqueles jornaleiros, mas não gritou. – León Vargas acaba de conquistar o seu 1%.

– Me diz, o que eu faria da minha vida sem você? – sorri e a abracei fortemente.

Meu celular toca, obrigando-me a soltar-me dela. Eu não gostei nenhum pouco disso. Tanta hora para me ligar, por que logo agora? Ela deve ter percebido, pois soltou um “Calma, Leãozinho” que me fez rir, outra vez. Quando eu falo que essa menina não existe é porque ela não existe mesmo! Olhei no visor. Era a minha mãe que me ligava.

“Alô?”

“León? Vai demorar a chegar?” Ela perguntou.

Não acredito que ela me ligou só para dizer isso. Ela sabe que todos os dias, eu demoro a chegar a casa.

“Sim, eu vou sair com a Violetta”

“De novo?”

“Namorados saem e isso é absolutamente normal”

Um Amor Quase ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora