Capítulo 23

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Na aula do Gregório, dançamos a mesma coreografia por horas. Já contava os minutos para que a aula acabasse, olhei para os lados e me certifiquei de que não sou a única. Todos olhavam para o relógio, faltava muito pouco. Sorri disfarçadamente. O sinal tocou. Glória a Deus nos altos Céus!

– Felizmente o sinal tocou. –  Gregório sorriu falso. – Eu não aguentava mais vê-los dançar, pareciam passarinhos voando com as asas quebradas. – Ele reclamou.

– Mas passarinhos não voam com as asas quebradas. – Francesca falou sem entender o que Gregório havia dito.

– Ah Italiana, faça-me um favor! – Gregório reclamou de Francesca. – Aliás, todos irão me fazer um favor. Vocês irão ensaiar essa coreografia a semana toda, na próxima aula, quero que esteja perfeita. Uma simples falha será motivo de reprová-los!

Todos os alunos assentiram, completamente assustados. Sabíamos que ele era capaz de reprovar na sua matéria por qualquer erro, mas, poxa, ninguém é perfeito.

A turma foi saindo aos poucos. Quando comecei a arrumar meu material, Gregório pegou o seu e saiu com pressa. Acredito que não tenha mais ninguém pela sala, ou pelo menos no meu campo de visão não tem alguma pessoa. Assim que fechei a minha bolsa, senti duas mãos rodearem minha cintura. Me assustei e pensei em bater várias vezes no ser humano que fez isso. Ao olhar para trás pude identificá lo.

– Que susto León! – Dei uma tapa não tão leve em seu braço.

– Ai! doeu! – Ele berrou passando a mão na marca vermelha da tapa.

– Não precisava me dar um susto! – Olhei pra ele.

Ele colocou sua mão na minha cintura novamente, e assim me puxou para o centro da sala.

– Eu falei que eu estava com saudades! – Ele beijou meu pescoço.

– Ai León, não faz isso! Eu sinto cócegas! – Berrei.

– Então vou fazer mais!

Ele continuou a beijar meu pescoço e eu não deixava de rir.

– León, para! – Berrei outra vez, só que rindo.

– Desculpa! – Ele parou e me deu um selinho.

– Você sabe que aqui nós não podemos, não é? – Adverti, lembrando que ainda estamos em uma sala de aula.

– Sei, mas ninguém está nos vendo agora e nem vai – ele me deu outro selinho.

León me segurava de uma maneira tão forte que chegava a parecer que ele não queria me soltar. E talvez nem quisesse. Eu, particularmente, estava gostando. Só não podíamos exagerar.

– É melhor pararmos um pouco, não? – Falei, enquanto ele me dava outro selinho.

– Porque eu pararia? – Ele perguntou confuso.

– Estou guardando esses beijos.

– Hm... Vai me dar um beijo mais tarde, não é?

Ele beijou minha bochecha.

– Não sei, estou pensando seriamente nisso! É melhor pararmos por aqui, não? Se um professor aparecer aqui… – ele não me deixou continuar.

– É verdade, mas tudo bem.Daqui a algumas horas você vai ser minha mesmo.

Ele pegou minha mão direita e começou a brincar com ela. Enquanto eu sorria só em pensar que faltava muito pouco para que León me pedisse em namoro. Aí sim eu seria sua namorada.

– Mas até lá, vai ter certa diferença.

Inverti a minha posição, ficando frente a frente com ele e envolvendo seu pescoço.

– Se você quiser pode ser minha agora. – Ele falou me puxando mais pra perto dele.

– Se eu quiser? – Sorri.

Ele não me respondeu, apenas me beijou com sentimento. A medida que o beijo se intensificava, León me apertava contra seu corpo. Assim que paramos, por causa da falta de ar, ele estalou um beijo no meu pescoço, me deixando arrepiada, em seguida me olhou. Sorrimos em meio essa troca de olhares.

Senti que alguém nos observava, mas não liguei. Eu estava com o León, aquele que finalmente vou chamar de “meu namorado”.

– É melhor você ir! – Falei baixinho.

– Não quer que eu te espere? – Ele perguntou.

– Te vejo hoje à tarde.

Dei um beijo em sua bochecha, logo ele saiu e eu voltei até onde minha bolsa e estava. Sorria feito boba. Como um garoto poderia deixar uma garota desse jeito?

– Tudo bem Violetta? – alguém perguntou ao entrar na sala, olhei para trás e lá estava a Ludmila.

– Sim, por quê? – Perguntei temendo que ela tivesse visto alguma coisa.

– Tem certeza? O León saiu daqui com uma cara! – Ela se preocupou e fez uma cara de nojo.

– Sim Ludmila. O León estava aqui? Nossa eu nem o viu. – Menti.

– Não mente Violetta! Eu vi vocês dois juntos. – Ela falou séria.

“Eu estou encrencada”. Pensei. Ou não?

– Ah, você viu! Mas aonde dormiu ontem? Eu te procurei pra conversar, mas não te encontrei. – Desviei o assunto.

– Eu dormi na casa da Naty! Desculpa não ter te avisado. – Ela lamentou pegando em minha mão.

– Não precisa se desculpar Ludmila!

– Você se lembra da nossa conversa de ontem? – Ela perguntou.

– Lembro, por quê?

– Por que eu acho que você está certa.

– Certa em que?

– Contei tudo pra Naty e ela me aconselhou a seguir o que você disse. Eu sei que você ainda gosta muito dele, mas ele quem me deu uma nova oportunidade, e eu acho que devo aceitar. E também foi você quem disse que preferia que as coisas voltassem a ser como antes.

Sim, eu disse isso. Mas eu não estava bem, caramba! E quando o fiz, o León ainda não tinha comentado nada sobre namorar.

– Está me dizendo que…

– Sim Violetta, eu vou voltar com o León.

E agora? Meu mundo está perdido! Eu e o León estamos prestes a começar algo junto. E se a Ludmila for mais rápida que eu? Às vezes eu acho que ela faz isso de propósito! Se ela for mais rápida que eu, eu perco o León, outra vez. Tenho que ser mais rápida que ela, mas também não posso ser egoísta. E agora?

☆☆☆☆☆

OLÁ BONITOS(AS)! Tudo bem? Finalmente um capítulo novo, hehe.
O que fez Ludmila mudar de ideia assim tão fácil? Só a conversa com a Naty ou tem outra coisa envolvida?
A Vilu e o León estão cada vez mais próximos  (literalmente), será que vão conseguir ficar juntos dessa vez sem que a Ludmila atrapalhe?
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I lúv ú,
Laryssa

Um Amor Quase ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora