Capítulo 4 - Valentina

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Eu estou queimando...

Ardendo em chamas desde que aquele homem me tocou.

E imaginei a cabeça dele entre as minhas pernas.

Minha nossa!

Eu sou uma depravada!

Com certeza eu seria expulsa de casa se minha mãe soubesse que eu penso essas coisas.

Bom, minha familia é catolica, então eu provavelmente teria que ir de Londres até o Vaticano de joelhos e rezando o Pai Nosso.

Depois, eu seria assoitada por ela, me chamando de impura, pecadora, filha do coisa ruim... Ou pior!

Eu não costumo exagerar quando falo de Rosaly Kensington. Ela vai a igreja todos os domingos e ainda é voluntária nos bazares que o Pastor Ewan organiza.

Mas isso não significa que ela seja uma santa entre quatro paredes.

Aos quinze anos, quando eu ainda morava com os mes pais, tive que fazer um trabalho de história sobre o holocausto. Meu parceiro era Theodore Smith, ou "Theo Gambá".

Esse apelido se devia ao fato de que a família dele não usava sabonete, ou quanquer outro tipo de produto a base de gordura vegetal, o que o deixou com fama de mal cheiroso.

Mas ele não era realmente fedido.

Enfim, nesse dia, era para eu ter ficado até as cinco da tarde na casa dele, porem ele teve que sair com a mãe e eu tive que voltar para casa.

Quando eu cheguei, achei estranho a sala e a cozinha estarem silenciosas. Fui subindo as escadas e ouvi um grito que mais parecia de um pouco sendo abatido e segui as pressas até o local de onde tinha vindo, no caso o quarto dos meus pais.

Abri a porta violentamente e tive a visão mais constrangedora da minha vida: meu pai com os dois braços amarrados na cabeceira da cama e minha mãe cavalgando nele enquanto segurava um chicote e proferia palavras inelegíveis.

Aquilo foi a cena mais terrivel que eu presenciei em minha vida!

No entanto, o que eu realmente quero dizer é que não importa se você tem alguma religião: homens e mulheres precisam transar e, ninguém que visse a minha mãe na rua, acharia que ela gostava daquele tipo de sexo com o meu pai.

No entanto, não era essa questão que eu queria esclarecer. Mas sim, o fato de minha calcinha estar molhada com apenas um singelo toque de um homem que eu nem conheço.

E isso realmente me deixou alarmada.

Eu não costumava ter esse tipo de reação com um simples toque. Geralmente eu via o cara, dançava com ele, ele me pagava uma bebida e depois vinha o sexo.

Mas, de alguma forma, eu sinto como se esse homem fosse mudar completamente meu sentido de viver.

Só espero que eu não vire uma louca que vive correndo atrás dele, só para conseguir atenção.

E, mesmo com esse pensamento feminista, eu só consegui dormir depois de me masturbar pensando naqueles olhos azuis.

No dia seguinte a Bienal, eu teria uma reunião com a editora que produzia meus livros no país.

Basicamente, eu trataria de assuntos burocráticos, como a porcentagem dos lucros destinados a mim, o repasse para as livrarias do estado e também uma campanha sobre a leitura nas escolas, na qual a Torine fazia parceria.

E, durante a minha estadia dentro do espaço da editora, conheci uma das mais populares escritoras da cidade. Witney Jackson é o seu nome e um de seus livros vai ganhar uma adaptação em filme.

Acho que se fizessem algo parecido com algum dos meus livros, teria que sensurar o filme para menores de... Hum... Vinte um anos e restringir até a faixa dos quarenta, para não correr o risco de algum velhinho infartar.

Mais, conversando com ela, pude perceber que sua paixão pelo que fazia era tão, ou até maior do que a minha. Vi um brilho nos olhos dela a cada palavra que ela soltava e isso me deixou, de certa forma, enpolgada para escrever.

Mas eu não podia.

Teria uma entrevista com um cara que escrevia um blog na internet, voltado para os livros. E, como eu estava na cidade, ele aproveitou para fazer essa entrevista.

Nem preciso dizer que quando cheguei ao hotel, estava exausta.

E tudo que eu queria era minha cama e um Nial Stella me dando um orgasmo.

Mas querer não é poder e eu dormi frustrada.

A semana passou rápido e no sabado, eu estava de pé e pronta para ir até a livraria do loiro Dimitri.

Se eu liguei marcando a visita?

Claro que não!

E a ansiedade de vê-lo novamente me deixou com a calcinha molhada.

Mas, eu não cairia nas garras dele tão fácil quanto imaginam...

É questão de auto controle.

E, eu repetia esse mantra enquanto estava dentro do táxi a caminho da livraria.

No final, eu nem percebi quando finalmente havia chegado em meu destino.

Paguei o motorista e corri até a entrada.

O nome era "Corner of Books" e a fachada remetia a uma clássica casa do sul da Itália.

Entro no ambiente e logo vejo os meus livros. O mais recente está encima de uma mesa com vários exemplares e um totem de papel escrito o nome do livro.

Atrás da mesa, tem uma estante de madeira com minhas outras obras: a trilorgia "Executivos Indescentes", a duologia "O segredo dos signos" e o "Herdeiros Indescentes, Volume 1, Bernard Brant".

Nas outras estantes de madeira, ficam outros autores e suas obras. O que mais me imprescionou é que, além da divisão de generos, ele também organizou de acordo com os nomes dos autores.

Talvez fosse para ficar mais fácil, não?

De repente, ouço um grito estridente ao meu lado, seguido de uma adolescente gritando o meu nome. E, rapidamente, outras garotas a seguem e caminham em minha direção.

Começo a suar frio quando vejo que todas elas parecem querer arrancar cada pedaço de peçe do meu corpo e rapidamente olho para os lados, em busca de alguma saida.

As portas de entrada? Estão sendo guardadas por duas outras garotas.

Escadas? Não tem nenhuma escada aqui.

Corredor a direita?

Talvez seja uma boa ideia.

Solto um sorriso nervoso e corro da area de vendas até o corredor, parando em frente a uma porta. Quando eu tento abrí-la, percebo que está trancada e começo a me desesperar.

Um fato muito importante sobre a fama é que: sendo uma grande celebridade ou não, você possui fãs. E, alguns desses fãs podem ser legais, ou tão pocessivos que acabam agredindo a celebridade de alguma forma.

E, eu digo que essas meninas não estão com feições amigáveis.

Quando e senia que seria pisoteada e esmagada por elas, eis que, com um unico puxão, eu sou livrada daquele monte de fãs-psicopatas e fico frente a frente com Dimitri.

Michael Onde histórias criam vida. Descubra agora