Capítulo 11 - Dimitri

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Valentina... Ah

Ela é perfeita!

Exceto pela gritaria pós sexo por eu não ter usado camisinha da primeira vez.

Mas quem se lembraria?

Eu duvido que algum homem se lembraria de colocar a porra da camisinha, tendo a mulher se oferecendo daquela maneira.

Bom, isso não vem ao caso agora.

Até porquê, consegui calar a boca dela com outra foda fantástica, com camisinha dessa vez.

E, quando acordei, ela estava em frente ao notebook, digitando enquanto tomava uma xícara de café fumegante.

E ela usava a minha camisa.

-Bom dia. -Eu me aproximo lentamente do lugar aonde ela está e deposito um beijo em sua nuca exposta.

-Ótimo. - Foi o que ela respondeu.

-Sabe, eu estava procurando a minha camisa.

-Ela é quente. Eu precisava me aquecer, sabe?

-E o que tem de interessante no notebook para você não olhar para mim? -Ela desvia a atenção do notebook para me olhar. Solta um suspiro e responde:

-Tenho duas semanas para finalizar "Amante Secreto" e só tenho metade do livro escrito.

-Passou quanto tempo escrevendo ele?

-Três meses. Eu achei que conseguiria, mas o Michael, quer dizer você, falava comigo cada vez menos. Eu precisava da sua ajuda para terminar tudo. É horrível eu precisar de ajuda para escrever cenas de sexo, quando eu fiquei famosa por escrever cenas de sexo. -Ela solta uma risada irônica.

E ali, eu não vi mais uma mulher querendo me expor.

Vi uma garota que passava por uma fase difícil tentando entregar um trabalho perfeito.

Sai do quarto dela com o peito doendo.

Ela estava sofrendo por não conseguir terminar seu trabalho.

Lembro-me como fiquei quando vi a livraria que meu avô lutou para por de pé, entrar na falência.

E, graças a Alex, eu consegui reerguer o pequeno Império do meu avô. Pena que eu só consegui aquilo depois da morte dele.

Quando cheguei ao trabalho, vi Alex e uma das nossas funcionárias organizando algumas prateleiras e fazendo a contagem dos livros.

-Hey bonitão. Como foi a noite? -Alex sorria maliciosamente e olhei dela para a funcionária antes de chamá-la para ir até a minha sala.

Entrei em meu escritório com ela atrás de mim. Me joguei em minha poltrona, enquanto Alex me servia um café e sentava em minha frente, me olhando com aquele típico olhar curioso de mulher.

-Como foi? -Ela volta a perguntar.

-Incrível. Mas eu esqueci de usar camisinha.

-COMO?

"Eu estava deitado ao lado de Valentina, ainda ouvindo sua respiração falhar.
Os seios dela empinado para o alto, alguns fios de cabelo grudados em seu pescoço e o peito subindo e descendo.
Minha respiração estava quase normalizada. E "Pequeno Dimi" voltando a vida enquanto eu olhava aqueles mamilos rosados me dando "Oi".
-Não usamos camisinha! -Ouço ela dizer. E eu olho para o rosto dela, sem entender muito bem o que se passava.
-Como? -Pergunto. E então, Ela se levanta bruscamente da cama e começa a andar de um lado para o outro.
-Nós não usamos camisinha! -Ela voltou a dizer, iniciando uma série de insultos a minha pessoa. -SORTE SUA QUE EU ESTEJA TOMANDO PÍLULA, SEU BASTARDO! AONDE JÁ SE VIU, TRANSAR COM UMA DESCONHECIDA, SEM USAR PROTEÇÃO?
E depois, eu não ouvi mais nada, pois já tinha a calado com a minha boca."

-Não dá para acreditar que você cometeu esse erro, Dimitri. -Alex disse, depois de eu contar a história resumida.

-Eu sei. Mas ela disse que não tem perigo.

-Sim, mas a questão não é essa. Mesmo que você esteja limpo, e ela também, ainda sim é perigoso. Você nem a conhece. Fora que ela poderia engravidar. Você sabe que as pílulas também tem sua margem de erro.

Concordo com ela, sem querer prolongar o assunto.

-Quais são as prioridades do dia? -Pergunto animado para o trabalho.

-Nada de mais. A contagem dos livros, que eu e Susan estamos fazendo, o balanço semanal e... Você tem uma reunião com a Nova Romântica.

Olho para ela sem entender muito, até lembrar da menina da Bienal.

Marquei uma reunião com ela para acertar os detalhes do lançamento de seu livro na minha livraria.

-Ah... E não assuste a menina! -Ela me alerta.

-Por que eu a assustaria?

-Com os seu grito pós-orgasmo. -E então, sai da minha sala e eu fico pensando no que ela disse.

E me recordo dos gritos que eu ouvi ontem na boate.

Não eram gritos de susto.

Era uma comemoração!

Alex, sua cretina!

Michael Onde histórias criam vida. Descubra agora