Capítulo 19 - Dimitri

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Ela estava chorando.

Mas por quê?

Será que eu tinha a machucado?

Ela não disse muita coisa depois da crise de choro.

Deitei na cama e a trouxe comigo.

Valentina apoiou a cabeça em meu peito e ficou naquela posição por um longo tempo.

Eu achei que ela já estava dormindo, entretanto, vi ela sentar encima de mim e sorrir de forma sedutora.

Vê-la daquela forma me animou e acabamos transando novamente, de uma forma mais lenta.

Só então, ela dormiu.

Virada de costas para mim.

A única coisa que eu pude fazer, foi abraçá-la, e dormimos de conchinha.

Na manhã seguinte, ela não falou muito.

Nós tomamos café no hotel, depois de um sexo molhado.

Ela se vestiu e não falou mais nada.

Voltamos para Manhattan e ela permanecia em silêncio.

Valentina só falou comigo quando a deixei na porta do hotel.

-Eu adorei tudo o que fez. -Ela disse. Então, não beijamos e ela saiu do carro, entrando em seu hotel sem nem me dar um último aceno.

E agora, estou sentado na minha poltrona, dentro do meu escritório na livraria, tentando entender o que aconteceu.

Será que eu a machuquei?

Mas se eu tivesse machucado, ela não teria subido encima de mim daquela forma.
Será que foi alguma coisa que eu disse ou fiz?

-Hey. O que aconteceu? -A voz de Alex me tira dos meus devaneios. Quando ela entrou e por que eu não percebi?- Nem parece que transou.

-Não foi nada. Ou eu espero que não tenha sido. -Digo sem olhar para ela. O clipe de papel vermelho que segurava várias folhas estava mais interessante.

-Não entendi.

-Valentina ficou estranha de uma hora para a outra. Nós estávamos bem, e de repente, eu a vejo chorar. Hoje de manhã, ela mal falou comigo e na nossa viajem de volta, ela só disse que tinha gostado de tudo. Saiu do carro em ao menos me dar tchau.

-Talvez tenha sido algo que você tenha dito. -Alex estava sentada de frente para mim.

Sua expressão era séria, mas eu não conseguia desviar a minha atenção do decote dela.

Não me julguem, a camisa está mais apertada do que de costume e só um cego não olharia.

-Olha para os meus olhos, não para o meu peito. -E dito isso, eu olho para os olhos dela.

-Não foi nada do que eu disse, até porque, tudo o que eu disse ela gostou. Até da minha pose de Christian Grey.

-Disse que estava apaixonado?

-Sim. Mas como você sabia? -Pergunto incrédulo, afinal, eu não havia dito nada a ela.

-Sua cara de bocó já dizia tudo, você não precisava contar. -Ela zomba de mim.

-Eu preciso saber o que está acontecendo com ela. -Frustrado, dou um soco na mesa, assustando Alex.

-Então vá falar com ela. Tire essa dúvida que está te corroendo. É bem melhor, do que ficar criando ideias nessa sua cabeça.

Alex tinha razão, afinal.

Ficar remoendo essa história, só me deixaria mais frustrado.

Portanto, segui o conselho dela.

Fui ao hotel de Valentina.

Precisava falar com ela, tirar a limpo qualquer dúvida com relação aos meus sentimentos por ela.

Toquei a campainha e aguardei por instantes que pareciam horas, até ela me atender.

Seu cabelo estava bagunçado, seu rosto inchado e seus olhos vermelhos. Estaria chorando?

-Oi. -Digo com o meu melhor sorriso.

-Oi. -Ela responde, demorando alguns segundos.

-Trouxe para você! -Estendo uma pequena caixa de trufas para ela.

É claro que eu não iria visitá-la, sem levar algo.

-Obrigada. -Ela abre espaço para eu passar. O quarto não parece tão organizado.

Tem folhas de papel espalhadas pela mesa de centro e na de refeições, embaixo de duas xícaras e um prato sujo.

-Me desculpe por isso. Eu não esperava que viesse. -Ouço-a dizer, parecendo constrangida com a situação.

-Eu só queria saber como você estava. Fiquei preocupado depois de te ver chorar, achando que eu tinha machucado você. -Levo minha mão até o rosto dela e faço um leve carinho na bochecha corada.

-Eu estou bem.

A encaro por um tempo, antes de puxá-la para um abraço.

De repente, ela parece uma garota frágil.

Não esperava encontrá-la assim.

O que me leva a crer que algo está acontecendo.

-Será que você pode... Ficar? -Ela foca a sua atenção em mim e sorri.

-É claro!

Não fizemos sexo.

Conversamos sobre assuntos banais, transmitidos pelo jornal da noite e fomos dormir em seguida.

Sentir seu corpo aninhado ao meu é sensacional.

Eu não tinha me sentido dessa forma com nenhuma outra mulher.

Tudo em Valentina é sensacional.

Ela é o mais delicioso vício que eu já tive.

Mas, como nem tudo é o que parece ser, na manhã seguinte eu acabei acordando antes dela, tendo a brilhante ideia de lhe servir um café da manhã.

Havia uma máquina de café e um microondas no quarto.

E o café da manhã era servido todos os dias, a partir das sete.

Eu aguardava um dos funcionários do hotel trazer a comida, enquanto bebericava um pouco de café.

Ouvi um sinal sonoro vindo do notebook encima da mesa e fui conferir.

O e-mail de Valentina estava aberto, e havia uma notificação.

Eu não sou curioso, mas ao ver o nome "Companhia aérea" no e-mail, acabei abrindo.

Aquilo foi como um soco na minha cara.

O e-mail dizia que a compra da passagem para Londres havia sido concluída com sucesso.

O vôo estava marcado para essa sexta-feira, às duas da tarde.

Era isso.

Ela estava indo embora.

Ela vai me deixar.

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Hey pipous... Não me matem ainda!
Tenho mais surpresas e algumas novidades. Eu criei uma página e um grupo no face, para quem quiser acompanhar os spoilers e as novidades da pessoinha que vos escreve.
Por enquanto, tá tudo flopado, por isso, eis aqui um desafio.
Quando a página e o grupo do face atingirem vinte e cinco membros, eu irei revelar a surpresa que eu comentei no capítulo passado. E se o número de curtidas e membros do grupo dobrar, eu solto mais um capítulo antes da sexta-feira.

Combinado?

O link do grupo e da página no face, está lá no meu perfil.

Estou no aguardo!!!

Michael Onde histórias criam vida. Descubra agora