Capítulo 20 - Valentina

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Oi gente, tudo bom com vocês???
Chegamos a um momento decisivo do casal, onde será baseados em escolhas.
E já estamos chegando ao final dessa história, então fiquem atentas aos elementos dos próximos capítulos.
E vale lembrar que o desafio que eu propus ainda está valendo.

Sem mais, boa leitura!!!

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Eu achava que nada doía mais do que uma cólica, porém eu estava enganada.

O olhar de mágoa que Dimitri direcionava para mim era pior.

Eu realmente estava feliz depois daquelas noite, e ele me passou muita confiança e coragem.

Só que ele descobriu sobre a viagem antes que eu pudesse contar.

-Quando iria me contar? -Foi a pergunta que ele fez depois de um longo tempo olhando para a tela do notebook.

-Eu não sei.

-Não sabe? -Ele riu. Não uma risada feliz, mas sim sarcástica. Seca.

-Eu não sabia como contar... -Tentei argumentar, sendo duramente interrompida por ele em seguida.

-Está fazendo um jogo comigo? Isso faz parte do seu joguinho de "vamos foder com a vida do Dimitri"? -Ele gritava.

-O que? Não. Você sabia que eu teria que voltar, uma hora ou outra. E, da forma como você fala, parece que eu cometi um crime. -Ele balança a cabeça de um lado para o outro, passa as mãos pelos cabelos e volta a me olhar.

-Eu não vou esquecer as coisas que fizemos. E eu falei sério quando disse que estava apaixonada. Eu não queria voltar agora, mas não tenho escolha. Minha vida é em Londres. Meu emprego, meus amigos, minha família... Não posso abrir mão disso ainda.

-E pode abrir mão de mim? Do que eu sinto? -Eu estava entrando em desespero. Ele sabia que eu não conseguiria abrir mão do que eu sinto por ele.

-Eu jamais abriria mão de você. Mas eu preciso que você entenda que eu preciso voltar. E eu quero contar com o seu apoio. -Eu já estava chorando e implorando para que ele entendesse a minha situação.

-Eu... Não sei. Preciso pensar.


Vi Dimitri vestir sua roupa e sair do quarto sem nem olhar para mim.

Eu sabia que ele estaria confuso, por isso, não liguei, não mandei mensagem e nem pedi para saber sobre ele quando conversei com Alex.

Isso durou até sexta-feira, o dia da minha partida.

Passei a manhã arrumando minha mala e chorando por causa dele, que não mandou nenhum sinal de vida.

O aeroporto estava cheio de gente, andando de um lado para o outro, com mil e um destinos estrategicamente pensados para diversão e negócios.

Eu estava sozinha, caminhando para o guichê, pronta para fazer o check-in.

A funcionária ostentava um sorriso mais falso do que nota de três dólares, o que parecia compreensível, já que as olheiras eram tão profundas quanto as minhas.

Ao sair da fila, dei de cara com Charlie e Alex.

Eu não sabia que estava chorando até Alex me abraçar e eu começar a soluçar.


Vê-las ali, significava uma coisa que era difícil de admitir: Dimitri não viria.

-Ele é burro! -Alex diz, me arrancando um sorriso.

-Ela tem razão! Se ele te amasse, como disse que amava, ele teria vindo... -Eu parei de prestar atenção nelas, quando eu o vi.

Ele estava a mais ou menos cinco metros de distância.

Me desvencilhei dos braços de Alex e fui na direção dele.

Conforme eu me aproximava, conseguia perceber que ele parecia tão acabado quanto eu.

Seus olhos estavam avermelhados e com olheiras profundas, e havia um pouco de barba por fazer.

Ficamos nos encarando por algum tempo, antes de Dimitri me tomar em seus braços e me beijar intensamente.

Naquele momento, o mundo havia parado.

Não havia raiva ou mágoa.


Só uma enorme saudade.


Interrompemos o beijo, mas continuamos abraçados.

-Me desculpa? Eu perdi a cabeça. Não estava pronto para te deixar.

-E você está pronto agora? -Pergunto, voltando a olhá-lo.

-Não. -Ele simplesmente responde. -Mas entendo que você tenha que voltar. É o seu lar!

Na verdade, eu não sentia mais Londres como meu lar.

Eu não sabia ao certo quanto tempo havia se passado, mas quando dei por mim, o anúncio do vôo que eu iria pegar, ecoa no espaço.

Meu coração aperta, mais lágrimas escorrem e a dor da despedida me atinge.

E então, Dimitri se afasta...


Segue até o guichê da moça sorridente e pega algo com ela.

Um microfone!

Não tenho muito tempo para pensar, pois a voz de Dimitri invade o local, conseguindo a atenção de muitas pessoas.

-Um minuto da atenção de vocês, por favor? Obrigado. Meu nome é Dimitri Johnson, sou morador de Nova Iorque desde que eu me conheço por gente e há mais ou menos um mês, eu conheci a mulher que mudou a minha vida.

"Eu estava muito irritado, pois ela estava fazendo algumas coisas que não me agradaram. Porém, junto com isso, eu me senti atraído por ela. Nós saímos algumas vezes desde então e... Agora, ela precisa ir."

"Eu só queria que todos soubessem o quanto eu a amo e irei sentir saudades dela. É uma coisa que eu talvez não controle, entretanto eu espero que consiga."

"Valentina, meu amor... Eu amo você e não importa quanto tempo leve, eu irei esperar você voltar."



Eu não estou bem!

Com certeza daria para encher uma piscina olímpica com a quantidade de lágrimas que escorrem do meu rosto.

Eu nunca havia recebido uma declaração como essa.

Eu te amo!

Essa frase não irá sair da minha cabeça tão cedo.

Dimitri me abraça e me beija de novo.

E então, eu sigo para a fila de embarque.

A cada passo que eu dou, um pedaço de mim fica com ele.

Ele. Meu homem!

Quando eu poderia imaginar que uma viagem a trabalho, me levaria a encontrar o amor da minha vida?

Meu desejo no início era descobrir quem Michael era.

Porém, foi muito mais do que isso.

Nova Iorque estava pequena olhando do alto.

E meus soluços, mais alto.

-A senhorita está bem? -Olho para o lado e vejo a comissária de bordo parada ao lado da minha poltrona.

-Será que você pode me trazer mais lenços de papel? -
Pergunto tentando dar o meu melhor sorriso.

-É claro! -E ela segue para a cabine, me deixando sozinha de novo.

Vai ser difícil ficar tanto tempo longe...


Michael Onde histórias criam vida. Descubra agora