Capitulo 21

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Dor: Sensação de sofrimento, decorrente de lesão, e percebida por provocações nervosas especializadas; mágoa, tristeza.


Só o que eu pude sentir, foi dor, só não sabia se era física ou emocional, já que ela irradiava pelo meu corpo todo, desde o topo da cabeça ao dedinho do meu pé, eu tentava me mexer mas não conseguia, parecia que algo estava me prendendo impossibilitando as minhas tentativa de levantar dali, seja lá onde quer que eu estava, era escuro, escuro não, completamente preto, e frio, como o ar condicionado de um hospital, isso.. será que eu estava em um? Pois pude ouvir algumas vozes falando sobre doses de medicamentos, e barulhos de aparelhos que mantinham alguém acordada, quem será que precisava se manter viva por aparelhos quando se tem nariz e é tão fácil respirar, que chega a ser engraçado imaginar algo assim.

Mas lembrei que minha mãe sempre me contava sobre inúmeros casos que ela recebia no hospital, de pessoas que ficavam em um estado tão crítico que precisavam ser ligados a uma máquina que respirava por eles..

Minha mãe, queria muito ve-la, que ela me levasse para a casa e apagasse todas aquelas imagens da minha mente, tirasse toda a dor que eu estava sentindo, talvez seja por isso que eu ouvia a voz dela de vez em quando, eu devia mesmo estar ficando louca, ou com muita saudade, pois ouvia as vozes de Kaori e Meg as vezes, não só delas mas de Alice e Eduardo também, assim como de Vinicius e Henrique, não sei como estava com saudade se tinha acabado de o ver beijando Marli, e até a voz dela eu ouvi, me pedindo desculpas, mas desculpa pelo que, não tinha como eles terem chegado a mim em tão pouco tempo, eu tinha acabado de sair da escola, e até o Kyle eu ouvi, como podia sentir saudade dele se brigamos no último dia que eu o vi na casa de Kaori, mas o que mais me perguntava era como eu podia ouvir tantas vozes de uma só vez. Meu psicológico devia estar mesmo muito abalado, por ter visto aquela cena do beijo, pois até pessoas que eu nem me lembrava de ter conhecido também falavam comigo, me diziam para continuar lutando e ter fé, fé? No quê meu deus, o que havia acontecido comigo, que todos demonstravam tanta compaixão por mim, como se de repente eu parasse de ser Luna a adolescente prestes a completar dezoito anos e passasse a ser um bebê que precisava de cuidado e atenção de todos a minha volta, em um desses meus devaneios mentais vi um homem todo vestido de branco, parecia as roupas de médico da minha mãe, então ele deveria ser um médico também, ele me abraçou (isso mesmo, com toda a intimidade do mundo) e eu pude ver que não estava mais com as minhas roupas de educação física, estava usando um vestido, coisa que raramente fazia, a não ser em casamentos, festas e enterros, e acho que não estava em nenhum dos três, então ele me soltou e disse 'Vamos para a casa agora, minha filha' mas ele não era meu pai, e depois de um flash estrondoso eu acordei, vendo uma luz branca e muito, muito forte, ouvindo várias pessoas falando alto, inclusive minha mãe, e senti o cheiro de alcoól extremamente forte de hospital.

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