Capitulo 24

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Lar: A casa de habitação; domicílio familiar; Grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto; Família.


Minha casa, meu lar, meus amigos, minhas coisas, como senti falta de tudo isso.

Depois do acidente, e dos intermináveis dias de fisioterapia com a Doutora Liliana Marchini, fui passar um tempo na minha antiga casa, vocês devem ter pensado mas menina e a escola? Pois é, era meu último ano e eu não reprovaria pois ela não era pública, e eu não parei de ir simplesmente, sofri um acidente fiquei em coma e depois estava com alguns dias de atestado então fui ver minha família, e amigos.

Eu e Kaori, não estávamos conversando como antes depois de ela ter armado pra mim.
Meg, estava muito diferente, estava trabalhando em uma lojinha de cosméticos no shopping perto da sua casa, nunca a vi tão contente, agora ela era independente.
Eduardo e Alice, por incrível que pareça ainda estavam juntos, e eu fiquei muito feliz em ver os dois.
Eu ainda falava com Vinicius pela internet, e ele estava super bem, arrumou uma namorada, Agatha se não me engano.

O resto tudo estava igual, não sabia mais de Kyle depois dele ter ido embora da minha casa, e nem queria, mesmo que meu coração doesse toda vez que pensava nele. Meus avós ficaram comigo todos os dias enquanto estava passeando, minha vó me fez muita comida (bolinhos, chás e etc, essas coisas de vós sabem?) e eu me senti meio gordinha quando voltei pra onde minha mãe estava, não conseguia chamar de casa mesmo que morasse lá a algum tempo, casa é onde nos sentimos bem, felizes, nos sentimos seguros, não importa a cor nem o tamanho, desde que nos faça bem. E eu ainda não conseguia ve-la como meu lar.

Henrique havia começado a trabalhar e estava dando entrada em um apartamento pra ele morar quando completasse 18 anos, faltavam só alguns dias e eu parecia mais empolgada que ele para que chegasse logo. Eu iria começar a dar aulas de inglês no cursinho em que me formei, seria só um estágio, mas eu estava feliz, poderia ganhar meu próprio dinheiro, mesmo que não precisasse dele agora, iria guarda-lo na conta onde estava todo o dinheiro que meu pai me mandava. Ele e minha madrasta (que na verdade é um amor de pessoa, e não merece esse apelido horrível então vou chama-la de boadrasta) enfim, eles me visitaram também e vi minha irmãzinha que não era mais tão inha assim.

Eu estava crescendo e minha vida estava tomando um rumo totalmente desconhecido por mim, e eu não sabia onde iria parar. Mas estava feliz por estar vivendo tudo isso.

Eu nunca fui muito religiosa, dessas de viver na igreja todos os dias e doar casa, cartão de crédito, celulares e tudo mais para lá. Mas também nunca fui (qual o feminino de Ateu? Então -insiram a palavra aqui-) na verdade eu não sei muito bem no que acreditar, as duas teorias de vida tanto a da explosão quanto a de Deus são um pouco confusas ao meu ver, nenhuma religião me agradava na verdade, não que precisasse aliás, mas afinal precissamos acreditar em algo não é? E depois de ter aquele sonho em que o cara dizia que era meu pai e que me levaria pra casa quando eu acordei do coma, fiquei mais confusa do que antes e fui dar uma pesquisada, e de todas que apareceram a que eu mais assemelhei com o ocorrido foi a religião chamada Espiritismo, tive receio de inicio, mas depois que conheci vi que não era nada do que pensei, e que muitas vezes somos preconceituosos com determinados assuntos e lugares mesmo sem nem saber nada a respeito.

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