Capítulo 11 - Sr. Encrenca

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Eu estava arrumada olhando pela janela vendo a hora que o carro dele ia chegar na frente da minha casa.
Se meu pai descobrisse eu tava ferrada. E eu so podia esta ficando doida, eu mal conhecia ele.
Vi o carro dele se aproximando. E chegou uma mensagem no meu celular. "Estou aqui."
Eu tranquei a porta do meu quarto por fora e desci as escadas lentamente, abri a porta da frente e tranquei sem fazer nenhum barulhinho se quer.

Fui até o carro e abri a porta do passageiro e entrei.
- Oi... - Disse ele sorrindo.
- Oi... - Eu disse.
- Vamos?
- Sim...

Ele saiu com o carro...

- Então seu pai deixou você sair?

- Pra deixar eu sair com você ele teria que te conhecer...

- Sério? Então você saiu escondida?

Eu não respondi a pergunta dele.

- Isso quer dizer que você fez um esforço pra sair comigo... Eu devo ficar feliz? - Perguntou ele.

- Na verdade eu só vim por que eu estava entediada em casa... queria sair um pouco...

Ele olhou para mim, e deu um sorriso irônico.

- Então você mora com o seu pai, e sua mãe onde está?

- Eles são separados...

- Ah sério? E você o que achou de tudo isso?

- Eu estou numa boa. Não achei que mudou muito coisa. Minha mãe sempre viajava muito à trabalho... Então não fez muita diferença. E você mora com quem?

- Com ninguém... - Ele deu de ombros.

- Sério? E onde está seus pais?

- Morreram...

- Eu sinto muito...

- Não tem problema, foi à muito tempo...

- Você não lembra deles?

- Não... eu não lembro. - Ele disse parando o carro.

- Nossa... deve ser estranho não se lembrar deles...

- Chegamos... - Ele disse. Cortando o assunto. Percebi que ele não gostava muito de falar de sua vida.

Saímos do carro e eu vi que paramos na frente de um bar.
Será que não tinha lugar mais romantico para o primeiro encontro? Eu pensei.

Ele foi na frente e eu logo atrás.
Na entrada tinha um homem barbudo e carrancudo.
Caio entrou e quando eu fui entrar o cara colocou o braço me impedindo de entrar.

- Ei mocinha quantos anos você tem? - Ele perguntou.

- Eu... eu tenho... - E antes que eu pudesse responder Caio disse:

- Ela tá comigo parceiro.

O cara olhou para o Caio e depois olhou para mim e tirou o braço da minha frente.

Caio pegou na minha mão e saiu me levando.
Eu não sei por que ele me trouxe pra esse bar cheio de gente esquisita e mal encarada.

Caio falava com todo mundo do bar, ele era bem conhecido.

Ele me levou pra uma parte que tinha menos gente, e tinha umas mesas.
Nós nos sentamos.

- Você é bem conhecido aqui hein...

- É por que eu estou sempre por aqui... aqui é minha segunda casa.

- Olá Caio? Faz uns três dias que você não aparece. Estava com saudades - Disse uma garota com um bloco de notas na mão.

Ela era magra loira tipo Barbie.

- Pois é. .. mas hoje estou de volta. - Ele disse sorrindo.

- E aí o que vão querer? - Ela disse olhando para o Caio e depois para mim. E pela cara que fez quando me olhou acho que ela não gostou muito de ver Caio acompanhado.

- Me dar uma cerveja... - Ele disse.
E você o que vai querer anjo?

- Eu quero um refrigerante. - Eu disse.

- Algo mais? - Ela disse anotando no bloco.

- Não... - Eu disse, e ela saiu.

- Vi ele tirando um cigarro do bolso...

Eu olhei com uma cara.

- O que foi anjo? - Ele perguntou.

- Você fuma, você bebe... o que mais você faz que eu não sei?

Ele sorriu e então guardou o cigarro de volta do bolso.

- Tudo bem, eu não vou fazer isso perto de você...

A garçonete magrinha chegou com uma bandeja com uma garrafa cerveja e uma latinha de refrigerante.

Ela deixou na mesa e vi que ela fazia de propósito esfregando seu decote quase na cara do Caio.

- Qualquer coisa é só chamar... - Disse ela piscando para o Caio e saindo dali.

- Essa garçonete gosta de você... - Eu disse tirando o canudo do plástico e colocando dentro da latinha.

- E você? Gosta? - Ele disse dando um gole na cerveja.
E nessa hora eu quase me afogo com os refrigerante.

- Como assim? - Eu disse tossindo um pouco.

- Se você gosta de mim...?

- E...u... eu... - Eu estava gaguejando.
Ele sorriu.

- Tudo bem, não precisa responder... - Ele disse sorrindo.

- Quer saber... Vou responder... Eu não gosto de você e ponto.

- Sério? - Ele perguntou sorrindo irônico.

- Eu não gosto do seu jeito, não gosto do jeito que você fala, não gosto do jeito que se veste, e não gosto do jeito que me olha...

- Nossa... Que desabafo...

- Agora você sabe... - Eu disse...

- E você sempre sai com caras que você odeia?

Nessa hora eu tenho certeza que corei... E antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele disse:

- Espera aqui um minuto. - ele se levantou da mesa.
Vi ele ir em direção à um cara que estava encostado no balcão.

A música estava um pouco alta... Então não ouvi o que ele estava conversando com o cara... Mas parecia que Caio estava com raiva.
Quando eu vi o cara deu um empurrão no Caio, e ele deu outro empurrão no cara, então o cara tentou dar um soco em Caio mas ele se desviou e deu um soco bem na cara dele que ele caiu no chão.
Eu fiquei assustada, e as pessoas se aglomeram ao redor e ninguem fez nada, eu já estava ficando nervosa.
Caio já estava vindo e o cara se levantou eu vi ele atras do Caio, então gritei "Cuidado!" Mas quando Caio se virou o cara deu um soco no rosto dele, então Caio pegou uma cadeira e foi pra cima do cara.
- Meu Deus alguém faz alguma coisa! - Eu gritei me levantando da cadeira.
Mas as pessoas pareciam estar gostando da briga.
Então eu vi alguém segurando o Caio.

- Pára com isso cara! - O cara disse segurando braço dele.

Caio então deixou a cadeira no chão.

- Isso não vai ficar assim... - Ele disse apontando o dedo na cara do homem e virou-se vindo em minha direção.

- Vamos sair daqui! - Ele disse pegando a minha mão e me puxando pelo meio das pessoas...
Vi que seus lábios estavam sangrando...

Estávamos do lado de fora e Caio foi na direção do carro, e entramos e ele cantou pneu saindo dali. Parecia estar bem nervoso.

Continua...
*****

By: Nay

Entre anjos e demônios Onde histórias criam vida. Descubra agora