Capítulo 12 - Apaixonada

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Caio estava dirigindo e eu nem sabia pra onde ele estava indo.
Eu estava mesmo assustada com tudo o que aconteceu.
Mas eu fiquei em silêncio, até que ele parou o carro de frente para a praia.
Ele deu um suspiro.

- Caio, seu lábio está sangrando... - Eu disse quebrando o silêncio.

Ele tocou nos lábios com a ponta dos dedos e viu o sangue.

- Que merda! - Ele disse.

Eu abri minha bolsa e peguei um lenço que eu tinha. Tirei o cinto de segurança e me aproximei dele.

- Posso? - Eu disse.

Ele balançou a cabeça fazendo "Sim".

Eu comecei a limpar o sangue do lábio dele, mas não era muito sangue.

Meus olhos se encontraram com os deles e meu coração acelerou, nossos rostos estavam à um dedo de distância um do outro.

- Eu quero te beijar agora -Ele sussurrou.

- Então beije-me. - Eu fechei os olhos e senti os lábios dele encostar nos meus. Era tão bom, tão delicado, que por um momento pensei que eu estava nas nuvens.

Eu me afastei lentamente, e me ajeitei no banco do carro.

- O que foi? - Ele perguntou.

- Eu não sei... Eu gosto de estar perto de você... Mas ao mesmo tempo tenho a sensação que eu não deveria ficar perto de você.

Ele ficou em silêncio por alguns minutos.

- O que foi aquilo lá no bar? - Eu perguntei.

- Só um cara que se meteu com a pessoa errada... - Ele falou.

- Mas o que ele fez pra você?

- Ele ta me devendo...

- E precisava daquilo tudo?

- Você não entende... Tem gente que merece uma liçaozinha para saber com quem ta se metendo.

- Sabe de uma coisa? Eu acho que não te conheço... Eu não deveria ter vindo com você. Eu não sei por quê eu fiz isso...

- Quer saber... acho que você está certa... - Ele falou.

- O quê?

- Você não me conhece mesmo, você não deveria andar comigo... Eu só me meto em encrenca.

Eu não pensei que ele fosse concordar comigo... Mas se ele estava falando isso deveria ser verdade.
Eu não soube o que dizer, fiquei em silêncio.

- Vou te levar pra casa, já é tarde, seu pai pode sentir sua falta. Não quero que se meta em encrenca por minha causa.

Eu coloquei o cinto de segurança e não falei mais nada.

Fomos em silêncio até a minha minha casa. Ele parou.

- Tchau Caio... - Eu disse.

- Tchau Tayssa. - Ele disse. E eu desci do carro e fechei a porta.
Fui até a porta sem olhar para trás, ouvi o carro indo embora. Abri a porta devagar, e fui subindo sem fazer barulho algum, até chegar no meu quarto.

Tirei a chave da minha bolsa e abri a porta do quarto.
Tranquei devagar e me joguei na cama.

O beijo dele foi bom, o melhor beijo que eu ja tive. Eu tinha certeza que eu estava apaixonada por ele. Mas ele nunca foi o tipo de garoto que eu pensei um dia em namorar... e muito menos apresentar pros meus pais.
Ele não era o genro dos sonhos, e no fim foi tudo tão estranho, como nos despedimos.

Entre anjos e demônios Onde histórias criam vida. Descubra agora