Capítulo 21 - Caio

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Caio.

Eu vi ela sair do carro e se afastar sem olhar para trás. Os pingos de chuva caíam sobre o para-brisa, e meu coração estava apertado e angustiado, eu nem sabia que podia sentir essas coisas.

Eu dei a partida, e saí dali imediamente.
Eu não podia mais ficar aqui na terra. Tinha que voltar para o inferno, já que eu não iria mais matá-la. Eu fracassei todas as vezes, mas eu não conseguia fazer nada, todas as vezes que eu olhava para ela, e via aquele sorriso, eu não conseguia fazer nada, droga! Por quê ela tem que ser tão linda.
Quando estava prestes a chegar no meu apartamento, vi alguém pular em cima do meu capô. Estava chovendo e eu não conseguia ver nada. Então eu freei o carro rápido e quase bato com a cabeça no volante. Quando olhei para frente não tinha mais ninguém.
Então alguém abriu a porta do carro, e me tirou com força de dentro me jogando no chão.

- O que você fez com ela? - Ele gritou segurando pela minha camisa. Não consegui abrir os olhos direito por causa da chuva, mas reconheci a voz. Era Samuel.

- Do que você está falando? - Eu disse.

Ele me acertou um soco bem no meio da cara. Essa doeu. Senti o sangue nos meus lábios.

- Deus me mostrou, você à levou para uma estrada deserta!

Eu o empurrei de cima de mim, e me levantei limpando minha boca com as costas das mãos.

- Eu não fiz nada com ela idiota! - Eu disse.

- Você está aqui para matá-la. E nós vamos protegê-la de toda forma possível, seu verme! - Disse Haziel aparecendo do nada bem do meu lado.

- Eu já disse. Nao fiz nada com ela.

- E por que acha que devemos acreditar e você? - Disse Haziel.

- Ela está lá na casa dela. Eu acabei de deixá-la. Eu estou indo embora. Vocês podem ficar tranquilo.

- Você está mentindo! -Gritou Samuel vindo pra cima de mim. Nessa hora Haziel me segurou colocando meus braços para trás, eu estava imobilizado. Ela era bem forte.
Ele veio e me acertou um soco no estômago, e depois mais outro e depois outro.

- Nós acabamos de vim da casa dela. E ela não está lá. - Disse Samuel.

Eu engoli a seco. E meu pensamento foi direto em Castiel. Droga! Isso não era problema meu, mas eu estava me sentindo mal, não queria pensar nela morta. Não queria que ele à matasse.

- Eu não sei o que houve! - Eu disse.

Então ele tirou a espada celestial dele, e me ameaçou:

- Você merece morrer seu demônio maldito!

Eu abaixei minha cabeça.
- Vocês estão perdendo tempo. - Eu disse.

- O quê? - Disse Haziel.

- Eu sei quem à pegou. - Eu disse levantando minha cabeça para olhá-lo.

- Do que você está falando seu traidor? - Perguntou Samuel.

- Castiel. - Eu disse.

- Castiel? Achei que so você sabia onde ela estava. - Disse Haziel.

- O desgraçado me seguiu até aqui na terra. E com certeza me seguiu até a casa dela. - Eu disse.

- Solte ele... - Disse Samuel. E Haziel me soltou me empurrando para o chão.

Eu me levantei devagar.

- Você vai nos levar até ele! Agora! - Disse Samuel num tom ameaçador.

- Tudo bem. Eu ajudo vocês! - Eu disse.

Entramos os três no carro. E eu dirigi, mas simplesmente não fazia idéia de onde ele estava.
Então me lembrei do portal. Havia um portal por onde passamos para ir ao inferno. Teremos sorte se ainda encontrarmos ela viva. E eu espero que sim.

- Ah ela já sabe de tudo. - Eu disse.

- O quê? - Disse Haziel de olhos arregalados.

- Eu mostrei à ela.

- Por que fez isso? - Disse Samuel.

- Ela precisava saber. Precisava saber que estava em perigo. - Eu disse.

- Não vai dizer que está do lado bem de novo. - Disse Samuel num tom irônico.

- Não. Não estou. Mas... - Eu fiz uma pausa. - Eu só não quero matá-la.

- Sabe isso tudo é muito estranho. - Disse Haziel. - Você esteve seguindo ela o tempo todo. Agora diz que não queria matá-la.

Eu fiquei em silêncio. Não queria falar de sentimentos com eles. Eles nunca entenderiam, e talvez nem acreditariam em mim. Anjos e demônios não tem sentimentos por humanos. E por quê estava acontecendo comigo? E eu so queria fugir disso. Não queria admitir.

Ao chegarmos perto da floresta descemos do carro e eu entrei na floresta.

- Me sigam. - Eu disse.
E eles me seguiram sem dizer nada.
A chuva havia parado. Mas a floresta era muita escura.
Quando chegamos perto do rio, paramos atrás de algumas árvores.
Vi Castiel à beira do rio, ele estava tentando abrir o portal.

Meu coração acelerou quando vi que perto dele no chão estava Tayssa caída desacordada. Eu não sabia dizer se ela estava desmaiada ou morta.
Fechei os olhos e me concentrei nela, sim ela estava viva, eu estava ouvindo as batidas do seu coração.

- Temos que ir lá. Vamo impedi-lo de levá-la! - Disse Haziel.

- Calma. Se eles nos ver pode tentar matá-la. - Eu disse.

- Não sabemos se ela ainda está viva! - Disse Samuel.

- Ela está... - Eu disse.

Os dois me olharam se perguntando como eu podia saber. Mas não falaram nada.

- Deixa que eu vou até lá. Vocês esperem aqui. Qualquer coisa vocês vão até lá.

Os dois olharam um para o outro e depois assentiram com a cabeça.

Eu saí da floresta, e Castiel olhou para trás e me viu.

- Caliel... - Ele disse meu nome sorrindo ironicamente.

- Está tentando abrir o portal? - Eu perguntei.

- O que você acha? - Ele disse.

Era quase impossível ele conseguir. Ele não sabia como fazer isso.

Eu olhei discretamente para Tayssa e vi ela abrindo os olhos, acordando devagar.

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