Entre anjos e demônios

Final - Parte 2

Antes eu estava com medo, com medo de como ia ser daqui pra frente, viver vagando pela terra com as asas arrancadas, mas agora eu não estou com medo, ela me faz querer ser alguém melhor. Sei que é tudo muito complicado, mas eu não quero pensar mais em coisas ruins, eu só quero viver esse momento com ela, aproveitar o presente, pois se eu for querer pensar no futuro isso só vai me fazer mal.

Eu parei a moto, estávamos na orla de Princeton, estava ventando muito, e os cabelos ruivos de Tayssa voavam ao vento enquanto ela tentava controlá - los.  Eu gostava disso, ela ficava linda mas pelo jeito não sabia disso, ela enrolou os cabelos para cima fazendo um coque.

Nós fomos caminhando de mãos dadas.

- Ei... Você tá pensando em quê? - Ela disse parando em minha frente.

- Em como você é linda!

- Pára Caio! Desse jeito você me deixa vermelha.

- Eu tô falando sério! - Eu disse sorrindo.

- Eu te amo garoto! - Ela disse olhando nos meus olhos.

- Desculpa por tudo que te fiz passar!

- Esquece isso! - Ela disse colocando a mão sobre minha boca.

Eu segurei a mão dela dei um beijo e em seguida tirei da minha boca.

- Está bem...

- Me beija! - Ela disse fechando os olhos.

- Não precisava nem pedir. - Eu disse e coloquei uma das mãos na sua nuca e a puxei para beijá - la.

Nessa hora o vento soprou mais forte que fez o coque dela se desfazer.
Nós dois rimos por quê tinha cabelo no meio do nosso beijo.

- Vamos lá na praia? - Ela disse parecendo empolgada.

- Vamos! - Eu respondi. E nós saímos correndo de mãos dadas.
Descemos uma escada e chegamos na areia, ela soltou da minha mão e saiu correndo na frente tirando os sapatos.

- Ei espera! - Eu gritei e corri para alcançá - la.

Ela chegou perto da água e entrou até a metade da canela.

- Vem! - Ela disse sorrindo.

- Eu não! Está muito gelada

Ela começou a me jogar água com as mãos.

- Vem logo!

- Eu estou de calça! Vai molhar.

- Tira a calça.

Eu olhei para um lado e para outro esperando ver alguém pra que eu usasse de desculpas.
Mas não tinha ninguém.

- Não tem ninguém! - Ela disse e continuou me jogando água.

- Tudo bem! - Eu disse tirando os sapatos e em seguida abrindo o zíper da calça.

Eu abaixei as calças rapidamente e tirei a camisa.
Fui em direção a ela, nós dois estávamos em pé com as águas até na canela.

- E agora?

- Agora o quê? Você está pensando que eu vou mergulhar? - Ela disse sorrindo.

- Como assim, eu estou praticamente pelado aqui.

Ela deu uma gargalhada, e já ia saindo da água.
Então eu a peguei pela cintura e mergulhei junto com ela, ela deu um pequeno grito.

Então nós levantamos e eu não parava de rir.

- Aí meu Deus! Eu não acredito que você fez isso! Olha estou encharcada.

- Desculpa anjo! - Eu disse sorrindo.

- Está muito fria!

- Se afunda. - Eu disse.

Então nós dois ficamos na água apenas com a cabeça para fora.

- Você é doido! - Ela disse com os lábios trêmulos.

- Só se for por você.

Ela sorriu. E chegou mais perto de mim, então nós nos beijamos.
Ficamos lá por alguns minutos depois lembramos que eu tinha que levá - la pra casa antes das dez.

.....

Eu não era humano, não era anjo, era um ser bizarro, que nem mesmo o inferno queria. Nem eu mesmo sabia o que eu era. Mas agora isso não importava muito, o que importava era que existia alguém entre milhares de seres que via algo bom mim, algo que nem eu mesmo sabia que eu tinha, ela me fez ser alguém ou algo que eu nunca pensei que poderia ser, me fez sentir um sentimento que nem o inferno achou que seria possível.
Mas sim... É possível..

Mas eu ainda sou um ser imortal, não sei como vamos lidar com isso...
Eu não quero ter que deixá - la, mas ninguém sabe do futuro, só Deus mesmo.

Anjo, saiba que eu te amo muito. Antes de conhecer você eu nem sabia o que era amor entre homem e mulher, eu ja soube o que é amor de Deus, mas mesmo assim eu fui um tolo.
E agora que te conheci descobri que existem muitas formas de amar alguém, até para um ser bizarro igual eu é possível amar alguém como você.
Obrigado por me salvar!
Obrigado por me amar.

P.s Para sempre seu, Caio.

Fim!