Recebendo alta do hospital, os cuidados do senhor Evans foram transferidos para casa. Não que fosse tarefa pesada. Havia, é verdade, horários certos para os remédios e restrições quanto às refeições, mas ele não era, de forma nenhuma, uma pessoa difícil.
Aliás, não fosse o fato de que ele ficava de cama por recomendações médicas e parecia um pouco cansado constantemente, era exatamente a mesma pessoa de sempre: calmo, paciente e sorridente.
A pequena Débora se deliciava em sua companhia, e ele passava seu tempo com ela vendo fotos, contando casos, ou simplesmente conversando.
Lílian cuidava de tudo com a dedicação e delicadeza características dela e era ajudada por Felipe, que dormia no mesmo quarto que o avô para o caso de ele precisar de algo durante a noite. Debbie parecia ver em tudo uma espécie de brincadeira, por isso era comum vê-la em cima de uma cadeira ajudando a lavar a louça ou pedindo à prima que a deixasse levar a bandeja com o copo de água e os comprimidos ao quarto do avô.
Petúnia e Lily não tinham exatamente levantado a bandeira branca, a mais velha sempre conseguia achar um contexto para suas costumeiras implicâncias – ciúmes da irmã, na opinião de Felipe – mas, pelo menos, a palavra "anormal" diminuiu sua freqüência na casa. Isso porque Debbie estava começando a perguntar "por que 'anormal'?" e Petúnia foi totalmente proibida pelos pais de responder e intimada a medir suas palavras.
Lílian, sempre que podia, escapava da presença de todos e se escondia na sacada ou no jardim com a mesma caixinha de cor vinho claro para mandar cartas ou escrever.
Em poucos dias, a família Evans encontrou seu ritmo e o tempo foi se passando.
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Em uma manhã ensolarada Lily estava no quarto do avô trocando as roupas de cama. Como a janela estivesse aberta e ventasse um pouco a porta se fechou. A ruiva não quis se dar ao trabalho de parar o que estava fazendo para abri-la novamente.
Poucos minutos depois, começou a ouvir o que seria uma "movimentação estranha" no corredor: os passos tinham um som... úmido e eram acompanhados de risinhos. Em seguida, um toquinho na porta e a voz abafada de Felipe:
-Ah... Lily, você está aí?
-Estou, Fê. Abre a porta.
O primo hesitou e as risadinhas se intensificaram.
-É a Debbie? – Lily pergunta ao avô
O senhor Evans confirmou acenando com a cabeça e sorrido.
-Eh, melhor não. – responde Felipe.
Lílian lançou um olhar desconfiado para a porta e em seguida ao avô. Ele imediatamente entendeu que ela estaria imaginando o que tinha acontecido.
-Felipe Evans. – a garota falou em sutil tom de advertência
-Ai, meu nome inteiro. Isso nunca é bom. – Felipe gemeu baixinho, mas todos (dentro e fora do quarto) ouviram.
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Em Liverpool, uma garota de quase 1,60 metros de altura e olhos castanho-claros andava de um lado para o outro no quarto de Maia Swan como se procurasse algo.
-Maia - perguntou Ana para a amiga que adentrava a porta – você viu meu batom?
-Não. – e com um risinho, Maia acrescentou – Toda vez que dorme aqui em casa você perde alguma coisa.
-É, provavelmente eu deveria checar se não preciso aumentar o grau dos meus óculos... - disse Ana abaixada no chão, estreitando os olhos para ver em baixo da cama.
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Meu Jeito - Harry Potter fanfic (Jily)
FanfictionUma notícia de casa deixa Lily alarmada. E as férias de verão seriam seguidas de um ano recheado com a preparação para o NIEMs, uma possível votação no Ministério e Tiago achando cada vez mais difícil esconder o quanto gosta dela... Uma fanfic da ép...