Capítulo 18 - Rosa

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Novembro chegou fazendo as temperaturas despencarem. Os alunos já eram obrigados a usar as pesadas capas, e as lareiras passaram a ser acesas com freqüência.

Em uma dessas noites frias, sexta-feira, Tiago, Sirius e Pedro estavam do lado de fora do dormitório observando o Mapa do Maroto. Era lua cheia e eles esperavam o Salão Comunal esvaziar para poder sair da Torre da Grifinória despercebidos e descer para a Casa dos Gritos para encontrar Remo.

Porém, apesar do avançado da hora, o pontinho identificado por Lílian Evans, o único que ainda não fora para o dormitório, não dava indicação de sair logo dali. Sequer se mexia, na verdade.

-Droga, a Lily vai ficar lá embaixo a noite inteira? – Almofadinhas sussurrou

-Ela deve estar escrevendo. – Pontas supôs

-Só que a gente já devia estar na Casa dos Gritos. – Almofadinhas reclamou

-Se a gente for embaixo da Capa, ela não vai ver. – Rabicho falou

-Puxa, como eu não pensei nisso? – disse Almofadinhas – Ah, porque a Capa ficou com o Aluado.

-Hum, verdade. – disse Rabicho

Almofadinhas apenas olhou para o teto.

Mais cinco minutos se passaram... e nenhuma mudança.

-Vou descer. – Pontas decidiu – Ver se consigo convencê-la a ir para o dormitório.

-Boa sorte. – disse Almofadinhas – Já estou ficando com cãibras de ficar aqui abaixado.

Pé ante pé, Tiago desceu os degraus. Chegando ao fim da escada, virou-se para o canto que o Mapa apontava. Havia um ponto de luz que só podia ser da varinha dela, e, apesar dos óculos, precisou se aproximar para conseguir vê-la.

Lílian estava deitada no sofá, os olhos fechados, a capa funcionando como cobertor. O rapaz se ajoelhou na frente dela.

-Lily? – ele chamou de leve tentando ter certeza de que ela dormia

A moça continuou imóvel, apenas respirando calmamente. Tiago queria tocar seu rosto, mas ela poderia acordar...

No chão, ao alcance das mãos dela, havia um livro aberto, o livro de Poções. ... Então ele teve uma idéia.

Com um aceno da varinha, conjurou uma rosa de cor champagne. Colocou-a como marcador de página e fechou o livro sem fazer ruído. Pegando a varinha de Lily, murmurou "Nox" para apagá-la e não incomodar o sono dela.

Olhou mais uma vez para aquele belo rosto e subiu para encontrar os amigos.

-Tudo bem, ela está dormindo, podemos sair. – ele sussurrou

-Já era tempo. – fez Almofadinhas se levantando.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

O sol começava a nascer e o Salão Comunal estava um pouco mais claro. Lílian abriu os olhos sonolenta, demorou alguns segundos para entender que não estava no dormitório.

Estivera lendo sobre a Poção Polissuco, seus olhos estavam ficando pesados... Tinha resolvido deitar uns cinco minutinhos para descansar os olhos. Acabou pegando no sono.

Sentou espreguiçando-se... Sua cama certamente seria mais confortável do que o sofá. Era só pegar seu livro do chão e...

Estranho. Tinha certeza de ter deixado o livro aberto. Mas se fosse só isso, ela poderia tê-lo fechado e esquecido do detalhe. Não. O que ela não esperava era ver uma rosa saindo do livro, o cabo funcionando como marca páginas.

Meu Jeito - Harry Potter fanfic (Jily)Onde histórias criam vida. Descubra agora