"Se alguém me perguntar
Porque é que eu sou assim
Me entrego sem pensar
Só pra alguém gostar de mim
E achar que isto é solução"Era fim de tarde. A imagem dos barcos nas docas às margens do rio Tamisa era deslumbrante. Os raios de sol que se despediam da cidade refletiam na Casa do Parlamento, em Londres, tornando-a dourada. Era essa também a imagem que se tinha do Palácio de Buckingham, palco da pomposa cerimônia de troca de guarda quando até os cavalos executavam movimentos em excelente sincronia.
Nessa cidade, havia uma rua calma, um pouco afastada do centro. Árvores tão bem cuidadas pelos moradores decoravam as calçadas. Vez ou outra, algum carro passava por ali, porém sem tirar a tranqüilidade da região.
No começo daquela rua havia um sobrado antigo, muito bem conservado. O sol já se deitava no horizonte, mas não havia nenhuma luz acesa na casa. Quem a visse de relance poderia supor que seus habitantes ainda não haviam chegado do trabalho. Um olhar mais atento, no entanto, revelaria algo mais.
No quintal localizado ao fundo do terreno, existia um belo jardim, o xodó da senhora Helena. O calendário mostrava que o verão já tinha começado, mas o local ainda mostrava resquícios da primavera e, naquele momento, o espetáculo do lugar era uma macieira que florira tardiamente.
Ao lado da árvore e de frente para o jardim, avistava-se uma sacada. O piso branco que a revestia era emoldurado por grades cinza-chumbo.
Uma garota estava ali sentada. Recostara-se a uma almofada para não ser incomodada pelos vãos entre as barras de ferro. Tinha a pele de nácar e cabelos ruivos que desciam até quase a cintura, cacheados nas pontas. Parecia dormir.
No chão, repousava uma caixinha vinho claro com delicados contornos de flores brancas. O objeto estava entreaberto e era visível um pequeno caderno, uma caneta, bilhetes ...
Lílian Evans, de repente, abriu os olhos de um incrível verde esmeralda e contemplou o céu. Ela não dormia... Poucas nuvens se moviam e umas duas estrelas já eram visíveis. Algumas montanhas que podia ver ao fundo da paisagem tinham contornos vermelhos do pôr-do-sol.
Um pontinho ao longe chamou sua atenção, parecia vir em sua direção. Aos poucos, ele foi aumentando e ganhando forma. Logo, uma coruja que ela não conhecia pousara e esticava uma perna onde havia uma carta presa.
"Oi, Lily!
Como você está? Da última vez que nos vimos, na Plataforma 9 e 3/4, estava preocupada, meio chateada. Espero que esteja melhor. Alguma notícia do seu avô?
Mudando de assunto, esse é meu novo mensageiro. É uma coruja-do-campo e o nome dele é Flit. Não é lindo?"Lily observou melhor a coruja. A garganta era branca e o dorso, pardo-cinzento com manchas vermelhas. As asas e a cauda eram marcadas por manchas brancas transversais.
"Meu começo de férias está meio parado. Sai um pouco com minha mãe e, por falta do que fazer, já terminei algumas das lições que mandaram pra gente.
Mudando de assunto (de novo), Maia e Ana me escreveram perguntando se eu tinha notícias suas. Parece que elas ficaram "meio assim" de te escrever e atrapalhar você.Ah, antes que me esqueça: o Tiago e o Sirius estão aqui em casa (você sabe, os Potter e meus pais são amigos há anos, fazia um tempo que não se viam e resolveram marcar um jantarzinho pra colocar as conversas em dia). Eles estão perguntando de você e me pediram pra mandar um beijo, então, aqui está.
E você, o que tem feito?
Bom, acho que de coisas que vale a pena (literalmente) escrever é só.
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Meu Jeito - Harry Potter fanfic (Jily)
FanficUma notícia de casa deixa Lily alarmada. E as férias de verão seriam seguidas de um ano recheado com a preparação para o NIEMs, uma possível votação no Ministério e Tiago achando cada vez mais difícil esconder o quanto gosta dela... Uma fanfic da ép...