Capítulo 15 - Insônia e Gargantilha

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Meia noite... Meia-noite e dezessete... Meia-noite e trinta e cinco... Quinze pra uma...

Quando você quer dormir... Quando o corpo está cansado e a mente mais ainda... Quando um simples lençol te amarra e parece ter o peso de três cobertores mesmo que o quarto não esteja tão abafado assim... Quando você sabe que precisa dormir, que vai ter de acordar cedo, que vai ter de se concentrar em aulas e todo o resto... e mesmo assim, o cérebro não desliga.

Safira se revirava na cama naquela noite. Ela tinha de dormir, tinha tanta coisa ainda por fazer... Mas não adiantava ficar ali. Levantou-se, vestiu um robe por cima da camisola, pegou um objeto de dentro de uma caixinha sobre sua mesa de cabeceira e saiu do dormitório sem fazer barulho.

Encontrou o Salão Comunal vazio... exceto por uma pessoa. Lílian estava sentada no chão, próxima à lareira, apagada por causa do calor. Estava encostada em uma poltrona. Mais da metade de sua varinha estava apoiada no acento da poltrona, de modo que a ponta, que estava acesa, ficasse logo acima de seu ombro.

-Sem sono? – Lily perguntou quando Safira se sentou ao lado dela

-Infelizmente. Você está estudando até essa hora? – ela perguntou ao notar o caderno no colo de Lily, a pena na mão dela e o tinteiro sobre o tapete

-Não, isso é só por gosto mesmo.

-Você parece gostar bastante, tenho a impressão de já ter te visto com esse caderno várias vezes.

-Não faz idéia do quanto. Meu primo, Felipe, diz que minha mania de escrever é obsessiva, mas fazer o quê? – Lily levantou ligeiramente os ombros

-É como um diário? – Safira perguntou colocando o cabelo atrás da orelha

-Não, não é bem isso. São coisas que me chamam atenção. Características, objetos, falas, cenas que vi, mesmo que não tenham nada a ver comigo. Ou até idéias, personagens que aparecem na minha cabeça. – Lily explicou tendo nos olhos aquele brilho exclusivo das pessoas que fazem o que amam

-Interessante. – falou Safira notando esse brilho

Ficaram em silêncio por um momento até que a ruiva disse:

-Posso te perguntar uma coisa? Claro que não precisa responder se não quiser.

-Pode. – ela respondeu com escondida apreensão

-Por que você as vezes aperta... - a ruiva completou a frase indicando o próprio colarinho

-Ah,... por isso.

Safira estendeu a ela a mão direita, que segurava o objeto pego antes de descer do dormitório.

-É linda. – Lily falou admirada

Era uma gargantilha simples de ouro branco. Cada pequeno elo da corrente era achatado, de forma que brilhasse discretamente. O detalhe mais belo era o pingente, composto por sete safiras: uma maior azul e seis brancas menores.

-O pingente é idêntico ao seu anel. Foram presentes da mesma pessoa? – Lily supôs

-Não. – Safira balançou a cabeça – O anel foi presente do meu pai, e a gargantilha... a gargantilha foi do meu avô.

-Você sempre engasga quando fala dele. – Lily notou

-Ele faleceu faz pouco tempo. – ela abaixou a cabeça – Era um segundo pai, um amigo... A notícia veio tão de repente... um acidente que ainda está sendo investigado.

-Ah, eu sinto tanto. – falou Lily de todo coração – Posso fazer idéia do que tem passado. Qualquer coisa que você precisar...

-Obrigada. – ela esboçou um sorriso

Meu Jeito - Harry Potter fanfic (Jily)Onde histórias criam vida. Descubra agora