Meia noite... Meia-noite e dezessete... Meia-noite e trinta e cinco... Quinze pra uma...
Quando você quer dormir... Quando o corpo está cansado e a mente mais ainda... Quando um simples lençol te amarra e parece ter o peso de três cobertores mesmo que o quarto não esteja tão abafado assim... Quando você sabe que precisa dormir, que vai ter de acordar cedo, que vai ter de se concentrar em aulas e todo o resto... e mesmo assim, o cérebro não desliga.
Safira se revirava na cama naquela noite. Ela tinha de dormir, tinha tanta coisa ainda por fazer... Mas não adiantava ficar ali. Levantou-se, vestiu um robe por cima da camisola, pegou um objeto de dentro de uma caixinha sobre sua mesa de cabeceira e saiu do dormitório sem fazer barulho.
Encontrou o Salão Comunal vazio... exceto por uma pessoa. Lílian estava sentada no chão, próxima à lareira, apagada por causa do calor. Estava encostada em uma poltrona. Mais da metade de sua varinha estava apoiada no acento da poltrona, de modo que a ponta, que estava acesa, ficasse logo acima de seu ombro.
-Sem sono? – Lily perguntou quando Safira se sentou ao lado dela
-Infelizmente. Você está estudando até essa hora? – ela perguntou ao notar o caderno no colo de Lily, a pena na mão dela e o tinteiro sobre o tapete
-Não, isso é só por gosto mesmo.
-Você parece gostar bastante, tenho a impressão de já ter te visto com esse caderno várias vezes.
-Não faz idéia do quanto. Meu primo, Felipe, diz que minha mania de escrever é obsessiva, mas fazer o quê? – Lily levantou ligeiramente os ombros
-É como um diário? – Safira perguntou colocando o cabelo atrás da orelha
-Não, não é bem isso. São coisas que me chamam atenção. Características, objetos, falas, cenas que vi, mesmo que não tenham nada a ver comigo. Ou até idéias, personagens que aparecem na minha cabeça. – Lily explicou tendo nos olhos aquele brilho exclusivo das pessoas que fazem o que amam
-Interessante. – falou Safira notando esse brilho
Ficaram em silêncio por um momento até que a ruiva disse:
-Posso te perguntar uma coisa? Claro que não precisa responder se não quiser.
-Pode. – ela respondeu com escondida apreensão
-Por que você as vezes aperta... - a ruiva completou a frase indicando o próprio colarinho
-Ah,... por isso.
Safira estendeu a ela a mão direita, que segurava o objeto pego antes de descer do dormitório.
-É linda. – Lily falou admirada
Era uma gargantilha simples de ouro branco. Cada pequeno elo da corrente era achatado, de forma que brilhasse discretamente. O detalhe mais belo era o pingente, composto por sete safiras: uma maior azul e seis brancas menores.
-O pingente é idêntico ao seu anel. Foram presentes da mesma pessoa? – Lily supôs
-Não. – Safira balançou a cabeça – O anel foi presente do meu pai, e a gargantilha... a gargantilha foi do meu avô.
-Você sempre engasga quando fala dele. – Lily notou
-Ele faleceu faz pouco tempo. – ela abaixou a cabeça – Era um segundo pai, um amigo... A notícia veio tão de repente... um acidente que ainda está sendo investigado.
-Ah, eu sinto tanto. – falou Lily de todo coração – Posso fazer idéia do que tem passado. Qualquer coisa que você precisar...
-Obrigada. – ela esboçou um sorriso
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Meu Jeito - Harry Potter fanfic (Jily)
FanfictionUma notícia de casa deixa Lily alarmada. E as férias de verão seriam seguidas de um ano recheado com a preparação para o NIEMs, uma possível votação no Ministério e Tiago achando cada vez mais difícil esconder o quanto gosta dela... Uma fanfic da ép...