Capítulo 2

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Ah! Aqueles olhos que me deixam vidrada, que me prendem, me fazem delirar já faz um bom tempo, mas, apesar de nosso relacionamento ser maravilhoso e muito amigável, ele nunca passou disso, o Lucca sempre foi o meu melhor amigo, e é claro que assim como todos que nos viam juntos eu e ele também sabíamos que sempre existiu um algo a mais, mas nunca tivemos a coragem de levar a relação para outro nível, e o motivo é óbvio, meu pai nunca aceitaria, a história do porque fica para uma outra ocasião, mas resumindo, meu pai quer que eu namore com alguém que me dê vizibilidade, alguém que possa assumir o controle junto com ele, e o Lucca nunca foi muito interessado nessas coisas, ele sempre gostou de curtir a vida do jeito que ele bem entende ser certo, ele faz o que quer a hora que quer, sem ninguém para controlar as suas ações, tenho até inveja as vezes, como eu queria poder viver uma vida assim, é isso que anos de muito rigor e sujeição total a uma autoridade abusiva causam na gente, a gente se sente como um pássaro em uma gaiola, tendo asas e podendo voar, mas sempre sendo impedido por aquelas grades que nos isolam, e por esse motivo, a nossa amizade quase que chegou ao fim precocemente também, mas, o Lucca sempre foi muito insistente para deixar que isso acontecesse.

- Você está linda Emma. - ele diz me olhando de cima a baixo, me fazendo corar.

- Obrigada Lucca, que gentileza a sua. - falo na maior naturalidade, como se não tivesse sido preciso horas pra ficar daquele jeito.

- O que você acha de me conceder uma dança?! A música já vai começar. - ele me estende a mão na esperança de que eu a pegue, e quem sou eu para negar uma dança com esse garoto.

- Eu adoraria. - sorrio, e tomo as mãos dele sem demora.

Nós dançamos ao som da música Thousand Years, um pouco clichê mas dei graças a Deus, música lenta nos obriga a dançar agarradinhos, e o que mais eu poderia querer nesse momento?!
Aos poucos a música envolveu a todos que ali haviam, logo o salão estava cheio de casais abraçados, e como eu agradeci por isso!! Desse modo os olhos do meu pai ficavam bem longe de mim, ele adora quando tudo sai como ele esperava, e eu aproveitei aqueles poucos minutos que duraram a música, a cada giro que dávamos o perfume de Lucca invadia minhas narinas, um cheiro muito bom, tão bom que da vontade de pegar o meu travesseiro pedir pra ele dormir com ele uma noite a fim de impregnar o meu travesseiro com seu perfume, assim eu teria um pedacinho dele comigo quando eu estivesse sozinha também.
Lucca envolveu suas mãos em minha cintura nos aproximando ainda mais enquanto eu o segurava no pescoço, dançamos lentamente, e em vários momentos me peguei olhando em seus olhos profundamente.

- Me responde uma coisa? - ele me fala tirando a minha atenção que se voltava para aquele mar que mora dentro dos seus olhos.

- Sim, pode perguntar. - falo mais perto de seu ouvido, a música estava um pouco alta.

- Porque nós nunca passamos um tempo juntos, só nós dois? - ele falou de um jeito perto do meu ouvido, e os arrepios que ele me causou quase me fizeram perder o foco.

- Talvez porque meu pai nunca me permitiu, e se as pessoas nos vissem fazendo coisas sozinhos, garanto que chegaria no ouvido do meu pai em segundos. - falo com um tom um pouco triste, talvez ele não saiba mas isso sempre foi uma das coisas que eu mais quis fazer, mas nunca pude.

- Então oque acha de fugirmos dessa festa e irmos fazer algo mais interessante ? - ele fala com um sorriso enorme no rosto, e um olhar que eu nunca tinha visto, por um instante achei que fosse brincadeira, mas acho que não é o caso.

- Você ta brincando né?! - ele só balança a cabeça em sinal de negação e cola seu corpo ainda mais no meu, fazendo com que sua boca alcance meus ouvidos ainda mais perto, se é que era possível.

- Vai dizer que você nunca quis chutar o balde e fugir pra bem longe!? Por mais que fossem só por algumas horas. - ele fala em um tom mais baixo, mas ainda assim audível.

Destinada A Um VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora