''E depois desse tempo todo, sobrou um pouco de você em mim.''
Eram quase seis da tarde, cerca de um ano e meio para a minha ida a França, onde minha tia avó morava com minhas duas primas, que por sinal nem sabiam da minha existência.
Eu estudava em uma das escolas mais conceituadas do Rio de Janeiro, e estava demasiadamente cansado dos mauricinhos e patricinhas que ali se encontrava e eram meus ''colegas'' de classe. E foi dias antes das férias de julho, onde tive minha primeira desilusão amorosa, se é que aquilo podia ser chamado de amor.
Isabelle saia da sacada e indo em direção a sua sala, aqueles cabelos loiros e sedosos com tons de cinza me deixavam de boquiaberta. Como alguém podia ter aquele sorriso e simplesmente ser uma mera mortal? Mas era, e eu aprendi da pior forma. Isabelle, filha mais nova de uma família rica da zona sul do Rio de Janeiro, 16 anos e com um sorriso que pensei que jamais encontraria em alguém. Andava sempre com dois amigos, Thiago e Priscila, ótimas pessoas, porém perdiam horas do tempo falando sobre roupas e sapatos. Mas Isa era diferente, era como se forma que ela segurasse o seu caderno fosse a coisa mais significante do mundo, ela só queria paz e um canto pra ouvir suas músicas, e eu ficava a observa-la, durante horas e horas.
Semanas depois eu estava ansioso por ter a primeira aula de Artes cênicas com ela, sentei ao lado dela e minutos depois, inventei uma desculpa fajuta que tinha esquecido minha caneta e se por acaso ela não teria alguma para me emprestar, e ela com aquele sorriso respondeu.
― Sim, eu tenho!
Aquela resposta por mais simples, para mim pareceu um ''Vamos namorar Gregório?''.
― Obrigado. - Respondi.
Obrigado? o que eu tinha na cabeça em dizer obrigado, foi a nossa primeira conversa e eu só consegui dizer isso?
Faltavam cinco minutos para o fim da aula e ela já aprontava sua mochila, foi então quando tive a coragem de saber mais um pouco sobre aquela menina de cabelos loiros com tons de cinza.
― Então, parece que você é nova na escola né?
― Sim, vim transferida de outra escola.
― E você esta gostando? Bom, sei que escolas sempre são chatas mas... as vezes você pode estar gostando.
― Sim, estou - Respondeu isa com aquele mesmo sorriso que avistei semanas atrás.
― Que ótimo, bom, eu sou o Gregório. Acho que essa sera a única matéria que estudaremos juntos e sempre é bom se apresentar né?
― Claro.
Logo ali percebi que eu não era tão bom com palavras, e talvez fosse difícil convencer ela sair comigo. Droga, por que pra maioria dos garotos da minha idade é tudo tão fácil? eles simplesmente chegam e dizem '' oi, como vai? '' e elas já caem de amor por eles.
Minutos depois o sinal toca, e já está na hora de ir embora. E começa aquela gritaria na sala de aula, típicas de jovens eufóricos saindo da puberdade.
― Bom, acho que já esta na hora, até quarta! - Respondi devolvendo sua caneta de bolinhas rosas que me fez ser alvo de muitas piadas idiotas na sala de aula naquele dia.
― Igualmente Greg. Até depois - Respondeu Isa.
'' Greg '', ninguém nunca havia causado em mim o mesmo efeito de ser chamado pela abreviação do meu nome, porém eu não sabia que, esse não seria o único. E naquele momento tudo o que eu poderia pensar era em como passar de colegas de classe para namorados.
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Amar você não deixa de ser um vício.
RomanceVerdadeiro romance com toques de mistério, ' Amar você não deixa de ser um vício ' Mistura elementos de simplicidade e coloca em prática quanto o amor pode ser devastador, mostrando aos leitores que de vez em quando, uma paixão de inverno, também p...