Amar você não deixa de ser um vício.

(010)

''Eu tinha apagado suas mensagens, suas fotos, e mesmo assim você resolveu voltar.''

Ela era do tipo de mulher que é mais do que uma poesia, ela sempre retribuía meu olhar com um sorriso que me transformava em uma das crianças da terra do nunca, feliz e sem nenhum tipo de problema aparente. 

Estávamos namorando cerca de cinco minutos e em nenhum segundo sequer ela cogitou em sair dos meus braços. E pra qualquer homem essa é uma das melhores sensações existentes. E olhar pra baixo, e ver aquela garota de 1.65 de altura, respondia todas as perguntas feitas pelo meu próprio eu.

Os pais delas estavam viajando, voltariam em alguns dias. Decidimos então ir até sua casa, e passar a noite juntos. Era nossa primeira noite como namorados e nada melhor que isso. Nada de sexo, apenas ficamos ali, deitados a noite toda e quando foi por volta das 7:40 da manhã, a cobri e deixei seu café ao lado. Eu não podia demorar, tinha um compromisso cedo nesse dia, dei um beijo em sua testa e quando eu ia saindo do seu quarto, escuto uma voz bem baixa sussurrando.

― Ei... Bom dia - Ela diz em uma tentativa de despertar.

― Bom dia, fiz seu café da manhã. Desculpa estar saindo assim sem avisar, tenho que ir resolver uns problemas da faculdade e fiquei com pena de te acordar.

― Tudo bem, mas você pode ficar mais cinco minutinhos? Eu já estou com saudade de você e quero matar ela um pouquinho. - Respondeu Isa sorrindo - Fica vai, por favor.

Me deitei ao seu lado, e fiquei observando ela tomar seu café.

― Eu amei a noite de ontem sabia? - Disse Isa.

― Eu também, por mais que tenha sido minha primeira vez em um restaurante Alemão.

― E você acha que eu não reparei? - Respondeu - Mas pode se acostumando viu? iremos muitas outras vezes.

― Vamos sim, contando que você me ensine aqueles nomes estranhos - Respondo lhe roubando um beijo.

― Certo. Pode deixar! Ha-ha - ela ri. 

― Bom, agora eu tenho que ir, te ligo mais tarde. 

― Se cuida amor. - Ela responde sorrindo.

E quando estou descendo as escadas sinto alguém vindo atrás de mim. E quando me dou conta, sou abraçado por trás, e com o rosto na minha costa ela diz com a voz trêmula.

― Eu te amo Greg, não desista da gente.

Me viro e percebo que além da voz trêmula, ela estava com os olhos cheios d'água.

― Claro que não vou desistir boba, por quê esta assim? - Perguntei.

― Nada... Eu só não quero perder você sabe? Não dessa vez. Estamos namorando a menos de 24 horas e eu não quero ficar um segundo sequer longe de você Greg. Por favor, promete que não vai desistir da gente?

― Eu não vou desistir, eu já disse. E prometo que trago pra você aquele sorvete de morango que você tanto gosta. - Respondi sorrindo, querendo tranquiliza-la. Ela sorri, levando suas mãos pequenas ao seu rosto quente depois de um choro, e agradece. 

― Agora eu tenho que ir, te vejo mais tarde. 

―Mesmo? - Ela pergunta - Vai me ligar?

― Você está na TPM né? - Pergunto  - Nem parece aquela Isa durona e brava.

― Ha-ha - Ela ri debochadamente. 

― To brincando, eu vou te ligar sim, prometo.

Vou pegando minha carteira e meu celular em cima da cama.

― Quero ver se meu namorado realmente vai me ligar. - Ironiza.

Vou até ela e lhe dou um beijo, e saio pela porta do quarto. Quando na verdade eu queria era mesmo ficar e passar a manhã toda ao seu lado.

Na ida para casa, fico pensando o motivo de tudo estar ocorrendo da maneira que sempre quis. Ela tinha dito que me amava minutos atrás, coisa que nunca achei que viria da boca dela tão cedo, e estávamos namorando. O que estava acontecendo, afinal? Mas decido guardar minhas perquirições só pra mim.