Amar você não deixa de ser um vício.

(004)

"E pra piorar a situação, lembrar do seu sorriso era capaz de me tirar noites de sono. "

Na manhã seguinte, desci as escadas e fui em direção a cozinha. Peguei minha xícara de café e minha mãe percebeu que depois do dia anterior, talvez tivesse despertado algo que já estava adormecido a um bom tempo em mim.

Olhando em minha direção ela perguntou tudo o que eu não queria ouvir naquela manhã.

― Você ainda a ama né filho?

―Mãe... Eu não quero falar disso.

― Até quando você vai tentar esconder isso de si mesmo Greg? você a ama, e ela é a última coisa que você pensa quando vai dormir. Você acha que eu não percebi filho? Eu sou sua mãe, e sei muito bem o que é sofrer por amor. Eu já fui jovem, esqueceu?

― Eu sei mãe... Mas... Ainda machuca falar nela.

― Liga pra ela, pergunta como foi o dia, e diz que sentiu a falta dela.

― Eu não sei se seria uma boa ideia mãe...

― Vai ver ela tenha terminado. Disse minha mãe com um sorriso de canto, como quem sabia de algo mas não ia contar.

― Como assim? Perguntei.

Ela se levantou, pegou sua bolsa e disse.

― Tenha um ótimo dia filho, te amo.

Fiquei pensando durante os próximos minutos se eu realmente devia ligar ou não. Talvez encara-la depois de tudo que tive que superar seria o suficiente para me fazer desmoronar. Eu tinha passado em duas universidades e minha vida estava andando normalmente. Eu ainda a amava, mas não a ponto de me arriscar novamente. E mesmo sabendo que talvez ela pudesse estar solteira, eu não tinha a certeza se eu realmente devia ou não tentar algo, já que passamos de amigos para apenas desconhecidos. E andar esse tempo ao lado da saudade, não foi nada bom. Ainda mais ao encostar minha cabeça sobre o travesseiro todas as noites.