- Eu declaro que Arlene, Eveline e Rosemary Payne passam a estar sob custódia total de Jackson Carson, caso encerrado!
Assim que Liam ouviu aquelas palavras juntamente com o som do pequeno martelo a bater tudo parou à sua volta. Tudo o que ele mais temia, tudo o que menos queria, estava a acontecer. As suas mãos tremiam e lágrimas escorriam pelos seus olhos, as pernas bambas e a perda da noção momentânea, só houve um dia em que ele se sentira assim, foi há quatro meses atrás quando perdeu a sua esposa num acidente.
- Não me podem fazer isto! Elas são as minhas filhas...
Exaltado levantou-se, lágrimas escorriam-lhe pela face, agora pálida devido à reação, os seus punhos estavam fechados e prontos para socar o homem que sorria sarcástico, Alison sempre dissera que o seu irmão tinha bom coração mas agora, Liam discordava de tudo isso.
- Com esse instinto violento ainda te achavas bom para cuidares delas? Não te sintas mal Payne, eu vou dar-lhes tudo o que não podes!
Liam, que até então parecia não estar ali, acordou para a realidade e sentiu uma onda de revolta, ele não era violento e ele cuidara das filhas muito bem mas, este era o jogo de Jackson, ele queria dar mais motivos ao tribunal para eles terem a certeza de que tomaram a decisão certa.
- Tem calma Payno, respira fundo. Não vamos fazer mais nada, não queremos piorar mais as coisas, vamos embora daqui.
Louis Tomlinson, o seu melhor amigo, levou-o dali para fora, enquanto o consolava, afinal, Liam já poderia dizer que perdeu tudo, as suas filhas eram a sua vida, ele não conseguia imaginar como seria daqui para a frente.
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- Papai, porque temos de ir embora, não gosta de nós? - a filha mais velha, Arlene de 6 anos, perguntou.
- Claro que o papá gosta de vocês é só que o tio quer ficar contigo e com as tuas irmãs, e eu não posso fazer nada contra isso.
- Porquê?
- Coisas de adultos que ainda não podes entender princesa. - beijou-lhe o topo da cabeça. - Eu prometo que o pai vai visitar-vos.
Arlene e Eveline, de três anos, as únicas que conseguiam andar abraçaram o pai com força, este apertava o abraço e deixava pequenas lágrimas caírem dos seus olhos.
- Arlene, como a irmã mais velha, tenho uma missão para ti, estás pronta para a receber?
A pequena assente um pouco animada, já que acreditava ser uma superheroína.
- Quero que olhes pelas tuas irmãs, parece simples, mas é uma missão mega importante, sim? O papá vai ver-vos sempre que puder.
A filha une o seu mindinho com o do pai e assente, fazendo uma promessa muda de que cuidaria da sua família.
Ouviu um ruído e viu Jackson encostado à porta esperando pelas meninas, separou o abraço e foi até Rosemary, a bebé de quatro meses, e pegou nela, ela parecia um anjo dormindo, então Liam beijou-lhe a face delicadamente e aconchegou-a no seu colo.
- Nunca te irás lembrar da cara do papá, mas irás sempre lembra-te que ele te ama muito.
- Não temos o dia todo Payne! - reclamou Carson.
Tristonho, o pai deitou a sua filha na cadeirinha e apertou-lhe os cintos. Depois de lhe dar um longo beijo numa das suas bochechas redondinhas, entregou-a ao seu cunhado.
- Meninas, o papai ama-vos.
- Bem nós, bem nós papá!
A voz da pequena Eveline só fez com que o seu coração doesse mais a cada batida, aquela despedida fora a mais longa da sua vida, ele nunca mais veria os seus anjinhos, a guarda estava entregue ao tio e só se ele permitisse é que o pai lhes poderia ver, coisa que ele sabia que não ia acontecer.
A visão das faces tristes e dos acenos de despedida destruíam o homem, como alguém poderia fazer uma coisa daquelas a um pai?
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Quando chegaram, apesar de tristes, as meninas, mais velhas, olhavam admiradas a grande mansão onde o seu tio vivia, era enorme, ao contrário da sua casa que apenas tinha um quarto que era divido por todos.
Jack, como era chamado, estacionou o carro na garagem e retirou as miúdas do carro, caminhou em silêncio até à porta de entrada onde foi recebido pelos seus empregados que saudaram as meninas com sorrisos simpáticos.
- Agora ouçam bem suas pirralhas, vocês vão se portar bem se não sofrem as consequências, o meu marido vai tratar de vocês enquanto eu trato dos meus negócios, não quero interrupções.
As meninas encolheram-se no lugar enquanto recebiam um olhar frio do tio, sem dizer nada Arlene abraçou Eveline, Jackson revirou os olhos e chamou pelo seu marido.
Logo as crianças olharam na direção das escadas onde um rapaz moreno e bonito descia por elas.
- Elas já estão aqui, toma conta delas enquanto eu vou trabalhar. Não as mimes de mais! - o seu tom continuava ameaçador, o jovem moreno apenas assentiu enquanto mordia o seu lábio, talvez pelo medo, e esperou que o seu marido saísse para se aproximar das garotas.
- Olá chamo-me Zayn e sou o vosso outro tio.
Ele falou com um largo sorriso que logo desaparecera ao perceber as suas sobrinhas assustadas.
- Hey, não fiquem assim, o tio Jack às vezes parece um dragão mau, mas ele na verdade é um bom cavaleiro.
- Tu também és um? - Arlene perguntou demonstrando-se um pouco mais à vontade.
- Sim! - ajoelhou-se perante elas.
- E estou aqui ao vosso serviço princesas. - elas deram uma risadinha. - Olhem quem temos aqui, uma fada pequenina.
O tio mais novo pegou na pequena Rosemary - que se encontrava na cadeirinha pousada no chão ao lado das irmãs - com cuidado e a aconchegou nos seus braços.
- Minhas princesas que tal irmos conhecer os vossos quartos?
Eveline sorriu para a irmã que lhe deu a mão e juntas seguiram o seu novo tio.
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- Liam ficar em casa não vai trazer as tuas filhas de volta!
Louis - que estava sentado no sofá a beber uma latinha de cerveja - observava o amigo a dar voltas e mais voltas pela sala.
- Que eu saiba ir a um bar beber até cair também não!
- Okay, esquecemos o bar, o ponto é, agora tens de lutar para ter a guarda delas novamente, não podes deixar-te ir abaixo.
- Eu sei... mas está a ser tão difícil.
- Mas não podes desistir, não por elas. Eu não percebo porque ele as tirou de ti, não parece haver motivo.
- Jackson nunca me pareceu ser assim, pelo menos não comigo.
- Nestas semanas que andamos em tribunal eu pude perceber como era Jackson, quando ele quer, ele tem. Há algo que nos está a escapar e isso pode ser a chave para voltares a ver as tuas filhas.
- Vai ser difícil descobrir o que é...
- Mas não impossível, especialmente quando tens um amigo como eu.
Liam sorriu fraco e sentou-se do lado de Tomlinson.
- Obrigada por tudo...
Algum silêncio se instalou na sala.
- Eu não posso deixa-las ir... mas eu já deixei.
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𝒄𝒐𝒎𝒆𝒔🌹 𝒈𝒐𝒆𝒔 🌙 {𝒛.𝒎}
أدب الهواة"Querido Liam, Eu não sei porque não te contei antes, talvez por medo, ou por achar que não ias entender aquilo porque estou a passar, mas é verdade... Aquilo que desconfiavas, é verdade. Jackson tem me "amado" de uma forma doentia, de uma forma qu...