A manhã já era visível, o sol adeentrava pelas janelas, a família Carson já estava toda reunida à mesa preparando-se para tomar o pequeno almoço. Arlene ensinava uma brincadeira com as mãos a Eveline e Rosemary, como sempre, dormia na sua alcofa.
Zayn olhou o seu marido e como sempre estava de mau humor, o moreno não conseguia entender como as coisas mudaram tão rápido. Tudo estava tão diferente de quando se conheceram, Jackson era mais querido e dava mais atenção a Zayn, mas desde que a sua irmã - que ele nunca chegara a conhecer - faleceu, Jack estava diferente, só vivia para o trabalho, gritava com o marido e ás vezes chegava ao ponto de lhe bater, o moreno apenas deixava que tudo isso acontecesse porque sabia que o seu marido estava a passar por um mau momento, ele e Alison eram muito chegados afinal. Mesmo com tudo o que têm passado nos últimos quatros meses, o mais novo continuava a amar o marido, mesmo que Jack duvidasse disso.
Zayn era tão inocente que chegava a culpar-se por tudo o que Jack lhe fazia só para ver o seu marido mais feliz, mesmo que isso causasse a sua tristeza. Quem olhasse para o rapaz cheio de tatuagens, diria que ele não se deixaria levar por aquilo mas, na realidade, ele era um ser bastante frágil, tinha os seus medos e as suas inseguranças e também era uma pessoa bastante amorosa e ingénua, para ele tudo poderia ser bom mesmo quando não pode.
- Um, dois e três, vamos imitar o chinês! Quatro, cinco e seis, estão ali os reis! Sete, oito e nove vamos ver se chove!
Arlene cantava animada enquanto os seus pés batiam na cadeira e as suas mãos, numa brincadeira, batiam contra as da irmã que ria com o jogo que a irmã acabara de contar.
- Meninas! Está na hora de comer não de brincar.
O tio mais velho advertiu impaciente, já estava farto de ouvir os risinhos estridentes das sobrinhas. As crianças pararam logo e encolheram-se no lugar.
- Jack, tem calma, elas são só crianças.
- Não te metas! É por facilitares que elas depois ficam assim mimadas, não serves nem para as educar.
A vontade de chorar apareceu, mas Zayn tentou manter-se firme desviando o seu olhar do marido para passar a olhar o seu prato ainda vazio. De repente as empregadas entram e começam a servir o pequeno almoço.
Agora só se conseguia ouvir muito baixo as bocas a mastigar, ninguém falava e a televisão, à hora das refeições era obrigatória estar desligada, por isso não se ouvia o barulho dos desenhos animados com vozes fininhas e irritantes ou até mesmo a voz do jornalista a apresentar as notícias do mundo. Só se ouvia o mastigar e o respirar, especialmente o de Rosemary que dormia serena como um anjinho.
- Vou trabalhar. Arlene já tens a tua mochila pronta? - o tio agora falara mais calmo e com o tom mais suave.
A criança logo foi a correr buscar a sua mochila, ela era uma fã incondicional do films Frozen, por isso a sua mochila azul, decorada com estrelinhas, tinha as caras da Anna e da Elsa em tamanho grande.
- Boa sorte para o teu primeiro dia de aulas ursinha!
O tio Zayn abaixou-se em frente dela e beijou a sua testa abraçando-a logo de seguida, a mais nova retribuiu o abraço e agradeceu toda contente. Quando o abraço foi cessado, Arlene correu até ao seu outro tio e estendeu-lhe a mão esperando que este a agarrasse, mas Jack não percebera e caminhou até ao carro sendo seguido pela sobrinha com uma cara tristonha.
- Jackson... - suspirou triste.
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A sua noite cansativa ainda não acabara, já eram horas de voltar para casa e Liam ainda estava a terminar de limpar uma casa de banho. Já era de manhã e Payne não conseguira acabar a tempo o seu serviço mas, não poderia ir embora sem o terminar mesmo que não ganhasse mais por ficar mais tempo nos seus afazeres. Ele esfregava, varria, limpava os vidros, molhava o chão, tudo com calma para que pudesse ficar bem limpo, apesar de ter muita pressa.
Enquanto fazia o seu trabalho só conseguia pensar no que Louis lhe havia dito. O seu melhor amigo conheceu alguém que trabalha para Jackson, esse alguém é secretário dele, então sabe os horários e a disponibilidade do seu cunhado, o que significa que assim que Louis conseguir essa informação, o pai poderá visitar os seus anjos, isto se não houvesse outros entraves. Teria de ter o máximo de cuidado, se Carson descobrisse meteria uma ordem de restrição sobre Liam e ele nunca mais veria as suas filhas, Payne tem a certeza de que o seu cunhado era capaz disso e isso lhe causava arrepios na espinha.
- Finalmente!
O homem exclamou acabando a limpeza. Sorriu vitorioso por finalmente poder ir para casa e dormir o tão esperado sono.
Liam pegou nos utensílios de limpeza e guardou-os na pequena divisão dedicada especialmente a isso, assim que trancou a porta dirigiu-se até a área dos funcionários. Essa área tinha diversos cacifos onde cada um poderia guardar as suas coisas e ainda tinha uma porta que dava para uma sala pequena, onde todos os empregados poderiam aquecer a sua comida e conviver uns com os outros. Liam apenas se limitou à área dos cacifos, que pertencia aos empregadores do sexo masculino, e trocou o seu uniforme suado por uma roupa limpa, colocando a roupa usada num saco para que a pudesse lavar em casa para voltar ao meio da tarde a trabalhar. Fechou o cacifo e sentou-se num banco calçando as suas sapatilhas que foram trocadas pelos chinelos fechados próprios para exercer o seu trabalho. Eles estavam bem gastos, mas o homem de trinta anos não tencionava comprar umas novas.
Finalmente pronto pegou no seu saco e subiu até ao piso 0, já que a área dos funcionários era no piso inferior, assim os clientes não teriam acesso, pois o elevador só descia até ao -1 se introduzissem uma chave que só quem presta serviço ao hotel pode ter.
Assim que o elevador chegou à área da receção despediu-se de Ryan e Cassie, os irmãos gémeos rececionistas, e foi embora. Mal pisou o chão da rua o seu telemóvel começou a tocar.
- Nunca fiquei tão feliz com uma chamada tua!
- Não sei se fico ofendido ou radiante, talvez os dois.
- Louis! - riu um pouco. - Então já conseguiste alguma coisa?
- Liguei-te agora mesmo porque consegui marcar um encontro com o secretário para amanhã. Só amanhã, terei novidades, ou talvez depois de amanhã, depende se o encontro correr muito bem. De qualquer forma acho que consigo as informações!
- Tomlinson, não precisas de ir, a um encontro por minha causa. Não te quero obrigar a nada.
- Quem disse que serei obrigado? Aquele homem é um pedaço de mau caminho, se ele me pedisse em casamento eu nem pensava duas vezes!
- Eu... nem vou comentar! Vou agora para casa, Louis qualquer que seja a novidade liga.
Liam desligou após se despedir do amigo e de o ouvir reclamar com alguém sobre uma camisa qualquer ter ficado cor-de-rosa. Riu levemente do seu jeito de ser e seguiu o seu caminho até casa.
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𝒄𝒐𝒎𝒆𝒔🌹 𝒈𝒐𝒆𝒔 🌙 {𝒛.𝒎}
Fanfiction"Querido Liam, Eu não sei porque não te contei antes, talvez por medo, ou por achar que não ias entender aquilo porque estou a passar, mas é verdade... Aquilo que desconfiavas, é verdade. Jackson tem me "amado" de uma forma doentia, de uma forma qu...