Capítulo 4

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Não deu tempo de gritar, no momento em que caí, já estava em pé em outro lugar.

E que lugar...

Era um paraíso! Tinha muito verde, de um jeito limpo e brilhante. Havia chalés bem desenhados, como casas de boneca, pontos cintilantes por todo o lugar e muitas árvores altas. O sol dava beleza a tudo, fazendo com que brilhasse mais. Havia também colunas feitas de vidro, e nas paredes, pedaços brilhantes que pareciam ser vidro também. Olhei para o lado, me assustando com Rahel, que já estava ali. Ele continuava o mesmo, com uma única diferença...

Ele tinha orelhas pontudas!

— Por que está me olhando assim? — perguntou.

Desviei o olhar para a paisagem.

— Esse lugar é... incrível... Vidro, árvores...

— Vidro? — ele perguntou.

— É... — Apontei para as colunas e para os pedacinhos nas paredes.

— Ah. Não. São cristais e diamantes — ele disse, me deixando boquiaberta.

— Sério?

— É...

— Isso é incrível. — Passei o dedo em um diamante preso na parede.

Rahel soltou uma risada, e eu o olhei.

— Que foi?

— Humanos... Vocês se impressionam com pedras. Pedras! — Ele riu mais uma vez. — E o que mais? Vocês se matam por papel?

Eu pisquei, pensando que, no mundo humano, nós nos matávamos por papel. Dinheiro. Rahel ficou sério, notando que a resposta era positiva.

— Humanos são loucos. E burros. Vamos.

Ele andou, e eu o segui, me mantendo por perto. Eu já sabia que era uma aldeia e que havia muitos elfos. Vi meninas e meninos com orelhas pontudas, que não descartavam sua beleza. Eles riam e, de certa forma, se pareciam comigo. O olhar fascinante perante elementos naturais fazia com que eu me sentisse confortável. Ao andar por ali, percebi que era a primeira vez que ninguém estava me olhando. Eu não era diferente.

— Achei que você iria falar élfico — disse.

— Falamos três línguas: inglês, latim e élfico. Nas aldeias, falamos élfico. Mas aqui não há apenas elfos.

Rahel entrou em um chalé rosa-goiaba, e eu o segui. Lá dentro, era ainda mais fascinante, tinha cheiro de chiclete e maçã do amor. O espaço era bem organizado e com muitas minifadinhas. Olhei para o alto, onde havia uma fada sentada em um piano, ela brilhava e parecia ser a coisa mais fictícia que já vi, mas logo lembrei do reino lá fora. Ela olhou para Rahel e depois se voltou para mim, seu olhar parecia curioso, porém cauteloso.

— Rahel... — Ela bateu as asas e foi ao chão graciosamente. — Você a trouxe para mim.

— É... — Ele foi para o canto no interior do chalé.

— Como é? — perguntei.

— Pedi a ele que trouxesse você aqui — ela explicou. — Me chamo Roxanne.

— Mentiu pra mim — falei para Rahel.

— É. Me processa. — Ele se sentou, pondo os pés na mesa.

— Rahel... — a fada ralhou. — O que disse para ela?

— Ele disse que vínhamos conhecer... — falei antes dele. — Eu não fiz nada! Por que quer me ver?

O Destino De Ravena: O Palácio de CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora