Capítulo 11

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— Acorda! — Ouvi a voz de Rahel no meu ouvido.

Eu saltei em meu lugar, e ele riu.

— Rahel! — ralhei.

— Bom dia — disse e me ofereceu água. — Temos que ir.

Peguei a água de suas mãos e comecei a beber, sentindo que me fazia bem.

— Coma... — Ele me deu um cacho de uvas.

— Obrigada... — Comecei a comer.

— Não tem nada aqui, então acho que não fomos seguidos.

— Acha que podemos estar sendo seguidos?

— O deus negro deve ter avisado aos seus monstros sobre a importância de impedir que encontremos a pedra.

— E isso não nos leva a quem roubou? — Ergui as sobrancelhas. — Quer dizer, talvez ele esteja protegendo a pedra ainda.

— Acha que tem alguém inteligente matando pessoas? Um elfo? Ou lobisomem? Ou sei lá...

— Talvez... — Dei de ombros. — Será que são só os monstros apoiando a unificação dos mundos?

— Isso nos dá o que pensar. — Rahel suspirou.

— Você já comeu? — perguntei.

— Já... — O elfo se levantou. — E é melhor irmos logo.

Rahel lavou o rosto com a água do lago, e eu coloquei a mochila nas costas; apertei meu rabo de cavalo, e então estávamos prontos para ir.

— No mapa — disse Rahel, analisando-o de testa franzida — Roxanne marcou a aldeia de Zafrin como um ponto importante, assim como a montanha. Eu não havia notado, e acho que sou um burro por causa disso.

— Acha que estão ligados? — perguntei.

— Eu tenho certeza... — Rahel murmurou. — Todos os guardiões têm portais particulares para se transportar aos lugares importantes de Verum. Talvez possamos pedir a Zafrin para usar o seu para irmos até a montanha.

— É uma boa ideia. — Sorri. — Mas por que não usamos o portal de Roxanne?

— Porque o dela fica no Palácio de Cristal.

— Por quê?

— Roxanne morava no palácio com seus irmãos, Zafrin e Sadiel. Ela ama aquele lugar, por isso decidiu deixar seus portais nele, e também pelo fato de os portais serem muito importantes. Os irmãos dela deixaram em suas aldeias, mas isso requer vigilância constante.

— Ah...

— Então, temos de ir para Kwill. Dois dias de viagem no nosso ritmo.

— A aldeia dele é tão longe assim? Nossa. — Suspirei.

— Vamos pegar a trilha dos ventos. — Ele apontou. — Por ali.

— Trilha dos ventos?

— É... — Rahel me olhou. — É só um nome. Diz a história que um grupo foi morto lá porque diziam que todo barulho que ouviam era apenas o vento. Acabou que era Aswangs.

— Aswangs? — Olhei para ele.

Já estávamos na metade do caminho, perto da trilha dos ventos.

— Sim... — Rahel olhou em volta. — O aswang é uma criatura-vampiro, e é objeto de uma ampla variedade de mitos e histórias, os detalhes variam muito.

— Mas são reais — observei. — Quer dizer são mitos para os humanos.

— Isso... — Ele sorriu. — Aswang é muitas vezes descrita como uma combinação de vampiro e bruxa, e são quase sempre do sexo feminino.

O Destino De Ravena: O Palácio de CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora