— Acorda! — Ouvi a voz de Rahel no meu ouvido.
Eu saltei em meu lugar, e ele riu.
— Rahel! — ralhei.
— Bom dia — disse e me ofereceu água. — Temos que ir.
Peguei a água de suas mãos e comecei a beber, sentindo que me fazia bem.
— Coma... — Ele me deu um cacho de uvas.
— Obrigada... — Comecei a comer.
— Não tem nada aqui, então acho que não fomos seguidos.
— Acha que podemos estar sendo seguidos?
— O deus negro deve ter avisado aos seus monstros sobre a importância de impedir que encontremos a pedra.
— E isso não nos leva a quem roubou? — Ergui as sobrancelhas. — Quer dizer, talvez ele esteja protegendo a pedra ainda.
— Acha que tem alguém inteligente matando pessoas? Um elfo? Ou lobisomem? Ou sei lá...
— Talvez... — Dei de ombros. — Será que são só os monstros apoiando a unificação dos mundos?
— Isso nos dá o que pensar. — Rahel suspirou.
— Você já comeu? — perguntei.
— Já... — O elfo se levantou. — E é melhor irmos logo.
Rahel lavou o rosto com a água do lago, e eu coloquei a mochila nas costas; apertei meu rabo de cavalo, e então estávamos prontos para ir.
— No mapa — disse Rahel, analisando-o de testa franzida — Roxanne marcou a aldeia de Zafrin como um ponto importante, assim como a montanha. Eu não havia notado, e acho que sou um burro por causa disso.
— Acha que estão ligados? — perguntei.
— Eu tenho certeza... — Rahel murmurou. — Todos os guardiões têm portais particulares para se transportar aos lugares importantes de Verum. Talvez possamos pedir a Zafrin para usar o seu para irmos até a montanha.
— É uma boa ideia. — Sorri. — Mas por que não usamos o portal de Roxanne?
— Porque o dela fica no Palácio de Cristal.
— Por quê?
— Roxanne morava no palácio com seus irmãos, Zafrin e Sadiel. Ela ama aquele lugar, por isso decidiu deixar seus portais nele, e também pelo fato de os portais serem muito importantes. Os irmãos dela deixaram em suas aldeias, mas isso requer vigilância constante.
— Ah...
— Então, temos de ir para Kwill. Dois dias de viagem no nosso ritmo.
— A aldeia dele é tão longe assim? Nossa. — Suspirei.
— Vamos pegar a trilha dos ventos. — Ele apontou. — Por ali.
— Trilha dos ventos?
— É... — Rahel me olhou. — É só um nome. Diz a história que um grupo foi morto lá porque diziam que todo barulho que ouviam era apenas o vento. Acabou que era Aswangs.
— Aswangs? — Olhei para ele.
Já estávamos na metade do caminho, perto da trilha dos ventos.
— Sim... — Rahel olhou em volta. — O aswang é uma criatura-vampiro, e é objeto de uma ampla variedade de mitos e histórias, os detalhes variam muito.
— Mas são reais — observei. — Quer dizer são mitos para os humanos.
— Isso... — Ele sorriu. — Aswang é muitas vezes descrita como uma combinação de vampiro e bruxa, e são quase sempre do sexo feminino.
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O Destino De Ravena: O Palácio de Cristal
Fantasía"E agora,para milhões de pessoas, nós somos apenas mitos? Isso não nos deixa à beira do esquecimento?" Ravena Gwin tem 16 anos e vive em Seattle com a mãe; para uma adolescente,as únicas preocupações deveriam ser espinhas, puberdade e rivais. Porém...