Capítulo 7

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O caminho que tomamos já não nos permitia ver os outros elfos. Quando vi um punhado de cipós no fundo, achei que Rahel tinha errado de direção, porém ele foi em frente, passando pelos cipós, que eram como fios de cortinas. Eu fui atrás dele, vendo que se existia um céu, eu o havia encontrado. Tinha duas cachoeiras e uma pista de concreto coberta de limo. Ao redor, várias árvores, e nas encostas e paredes tudo brilhava pela quantidade de diamantes reunidos.

— Rahel... — Arfei.

— Você devia ver sua cara... — Ele riu.

Mais à frente tinha alguém, e só então notei que era um centauro. Ele veio até nós, e Rahel mostrou respeito por ele.

— Ele é Edwin. — Rahel me cutucou. — O guardião daqui.

— Ah...

— Rahel... — Edwin veio até nós.

— Olá, vim trazê-la aqui. Ela acabou de chegar.

— Ah... — O centauro me olhou. — Prazer, mocinha.

— Prazer, senhor. — Sorri, educada. — É muito bonito aqui.

— É, sim... — Ele sorriu. — À noite, é ainda mais.

— Mesmo? — Sorri, curiosa.

— Minifadinhas fazem a festa — Rahel explicou. — Há vagalumes, a lua fica refletindo na cachoeira e o lago fica azul.

— Nossa... — murmurei.

— Talvez Rahel traga você aqui. — Edwin cruzou os braços.

— Desde quando virei guia turístico? — Ele bufou.

— Não seja tão estúpido, garoto. — O centauro se virou e saiu cavalgando.

— Onde ele vai?

— Ele mora atrás da cachoeira. — Rahel ergueu os ombros e se sentou perto da água. Eu fui para seu lado. Ele passou as mãos na água, e pareceu que havia jogado glitter.

— Você perguntou como tudo começou, não é? — Ele me olhou, e eu pude ver meu reflexo em seus olhos cinza.

— Sim.

— As pedras ficavam espalhadas por aí — ele começou —, às vezes, em lugares muito patéticos. Era muito fácil quebrá-las, e sempre havia confusão. Uma porta se abria, elfos eram vistos por humanos e muitas coisas mais. Então Kwill usou sua magia e criou um palácio de cristal. Ele amava cristais. Depois, pegou dez pedras e utilizou suas propriedades mágicas para a segurança de Verum. Colocou todas na torre mais alta do palácio, de modo que a magia se espalhasse de uma maneira eficiente. Assim nosso mundo foi protegido. Invisível aos olhos humanos, fechado ao mundo humano para os monstros, dividido entre magia e humanidade e outras coisas.

— E o deus negro? — sussurrei.

— Ele nasceu de um demônio com uma elfo. Dizem que não gostou de saber que nós tínhamos de nos esconder dos humanos, sendo que eles eram inferiores a nós. Então invadiu o palácio e tentou quebrar as pedras, para que Verum e o mundo humano se tornasse um só. Razen impediu e o imobilizou. Ele e os pais criaram uma jaula e o prenderam lá, e Razen se ofereceu para ser a chave. Se ele morresse, a jaula se abriria. Os pais aceitaram, mas disseram que isso teria de ser passado adiante. Não sei como funciona, mas assim foi feito. Razen teve filhos, que tiveram filhos, e assim seguiu a linhagem até chegar em Roxanne, Zafrin e Sadiel.

— Que são descendentes de Lix, Kwill e Razen.

— Exatamente, pequena covarde.

Uau. Deve ser legal estudar história em Verum.

O Destino De Ravena: O Palácio de CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora