Já estava escuro quando comecei a me arrumar, coloquei um vestido curto vermelho, com as mangas jogadas no ombro, e as sapatilhas de pano que os elfos usavam. Ouvi aquelas risadinhas, e então vi as minifadinhas entrarem com uma coroa de flores em mãos, todas segurando juntas.
— Olá... — Sorri.
Elas puseram as flores na minha cabeça.
— Para mim? — Eu me olhei no espelho. — Obrigada. Vocês vão para a festa?
Elas deram voltas ao meu redor e então saíram pela janela. Lembrei que Rahel disse que as fadinhas faziam a festa no santuário. Talvez eu fosse lá...
Olhei-me no espelho mais uma vez, vendo que estava de acordo. Batidas suaves soaram na minha porta, e eu sabia que era Rahel. Ao abrir a porta, vi que estava certa. Ele estava vestido de forma simples, estava bonito, nada de roupa humana, nem de trajes elegantes, eram roupas de elfo mesmo.
— Vamos? — ele chamou.
— Tá. — Fui para o lado dele.
— Tente fazer amizades hoje.
— Vou tentar.
A aldeia estava bem movimentada, cheia de risos e alegria. Na fogueira, havia um porco sendo assado. No canto, duendes tocavam sanfona e outros instrumentos, fazendo uma música medieval circular, que agitava a todos. Não eram passos de balada humana, eram saltos, risos, giros e palmas; havia rodas e pares.
— Uau... — Eu ri. — Isso é muito diferente.
— Ser diferente é bom — Rahel afirmou.
— Parece música irlandesa. — Olhei para ele, que riu.
— Aí você terá que perguntar aos músicos.
— Você dança?
— Não. E nem adianta pedir.
— Não ia pedir... — Cruzei os braços.
— Ótimo... — Rahel sorriu.
— Rahel! — Um elfo menina, de cabelo escuro, se aproximou. — Você está aí.
— Bem notado, Liata — Rahel sorriu e se voltou para mim. — Essa é a Ravena.
— Oi... — Ela sorriu, e eu retribuí. — Sou Liata.
— Prazer...
— Você é muito bonita...
— Não a iluda — Rahel disse, me fazendo socar seu braço.
— Não ligue para ele — Liata sugeriu. — É um imbecil.
— Já notei. — Eu ri.
— Vão falar mal de mim na minha frente? — Rahel pareceu indignado.
— Vamos... — Liata cruzou os braços.
— Engraçadinha... — Ele tocou nas orelhas dela, que as tremeu, me deixando surpresa.
— Para, garoto!
— Vem, Ravena. — Rahel riu. — Vamos tomar alguma coisa.
— Nos vemos depois. — Liata saiu dançando.
Corri para o lado de Rahel, me sentindo muito feliz.
— Gostei dela — falei.
— Que surpresa. — Ele pegou suco para nós.
— É de frutas frescas?
— Sim. — Ele me deu, e eu bebi.
— Delicioso.
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O Destino De Ravena: O Palácio de Cristal
Fantasía"E agora,para milhões de pessoas, nós somos apenas mitos? Isso não nos deixa à beira do esquecimento?" Ravena Gwin tem 16 anos e vive em Seattle com a mãe; para uma adolescente,as únicas preocupações deveriam ser espinhas, puberdade e rivais. Porém...