Capítulo 15

2.5K 159 10
                                    

- Tem que parar de pensar nisso. - Disse Lúcia enquanto mexia no meu armário a procura de alguma roupa que a agradasse.

Já se passa uma semana e Arthur e eu mal nos falamos. Quando pedi ajuda a Monique ela apenas disse para que eu deixasse ele se acalmar e que não o pressionasse.

- Como se fosse fácil. Eu não sei o que fazer, sinto falta dele. - Digo me deixando na cama.

- Ah, para com isso. Vai você tem que se animar.

- Não estou triste. Só não gosto da situação. Arthur não fala comigo, não recebi a resposta das outras universidades e não tenho ninguém para me aconselhar. - Digo frustrada.

- Eu estou aqui. - Ela fala abanando os braços como que para mostrar que está presente .

- Não leva a mal... mas você não dá bons conselhos. - Digo um pouco baixo não querendo mágoa -la. Ela foi a única que se dispôs totalmente para mim.

- Não vou levar isso para o lado pessoal por que você claramente não está batendo bem da cabeça. - Ela diz se virando para o armário e tirando de lá um dos meus vestido preferidos e jogando em minha direção. - Vai se vestir.

- Para que?

- Por que é sábado, e eu não vou ficar aqui te vendo chorar o dia todo. E por que esse pijama é ridículo, fala sério quem é que ainda usa pijama de coelhinho? - Ela diz pegando na minha mão e tentando me fazer levantar da cama.

- Quem é que ainda diz fala sério?

- Banheiro agora, ou vou te deixar sozinha. - Ela diz irritada e decido ir me arrumar.

################################

- Se sente melhor? - Lúcia me pergunta depois de horas no shopping.

- É um pouco. Foi até que divertido. - Digo meio desanimada, queria ter ficado em casa.

- Não precisa fingir que gostou, eu te conheço amiga. - Ela diz abrindo a porta do meu apartamento e me dando espaço para entrar primeiro.

- Desculpa. - Digo sem conseguir enca- lá.

- Hey, tudo bem. Você só queria aumentar o meu ego, eu entendo que seja algo difícil para você. E que no momento só queria ficar em casa, mas você tem que sair um pouco, não pode deixar isso te atingir.

Não aguentei mais e comessei a chorar, estava com raiva de mim por não ter contado logo sobre a universidade, com raiva do Arthur por não ser compreensível e não ter deixado eu explicar, e com raiva por não ter recebido a resposta das outras universidades.

- Calma, vai dar tudo certo. - Lúcia diz acariciando minha cabeça de uma forma que ela sabia me acalmava. Pouco depois minhas pálpebras estavam pesadas e só me lembro de ouvir o meu celular tocando.

################################

Acordo sentindo dores por todo o meu corpo. Olho em volta e percebo que dormi no sofá da sala em uma posição nada confortável. Comesso a esticar as pernas e logo em seguida os braços e quando me levanto sinto dores nas costas. Ando vagarosamente até a cozinha onde vejo que Lúcia preparava o café da manhã.

- Bom dia. - Ela diz com um sorriso enorme no rosto.

- Mau dia, por que não me acordou ontem? Estou toda dolorida. - Digo.

- Por que não queria ter que te acalmar de novo. E nesse caso seu dia acaba de ficar bom. - Ela diz jogando duas cartas na mesa. - Das universidades.

Não perco tempo e vou em direção à mesa. Um deles é grande enquanto que o outro se limitava apenas a uma simples carta. Decido comessar pela carta. Passo os olhos rapidamente e me decepcionou ao ver que não fui aceita. Tive um pouco de medo em abrir o segundo, era a minha última chance.

Dou um suspiro de alívio ao ver que fui aceita, não era em um lugar muito próximo daqui, mas daria para mim visitar minha família e amigos pelo menos uma vez por mês.

- Fui aceita. - Digo com um sorriso e Lúcia me dá um abraço.

- Viu? No final tudo dá certo. Você tem duas opções muito boas e o melhor de tudo, uma delas não é tão longe daqui, o que quer dizer que você tem que falar com o Arthur.

Comesso a ponderar sobre seu conselho, não sei se era altura para fazer isso. Não sei se vale a pena desistir de um sonho que tenho desde que era apenas uma criança por um homem três anos mais velho do que eu e me apegar a ideia de ter uma vida com ele quando na verdade não tenho uma garantia de que daqui a cinco anos ainda exista um "nós".

- Que foi? - Ela pergunta desmanchando o sorriso ao perceber minha expressão facial.

- Não sei se vale a pena. Londres é um sonho antigo você sabe. E eu não sei se devo abrir mão desse sonho por causa de um homem, eu ainda sou jovem, tenho muitas experiências pela frente. - Digo jogando as cartas na mesa e as encarando por alguns segundos.

- Acho que devia ouvir o seu coração. Amiga você o ama, e ele também te ama. E você pode viver o seu sonho com ele daqui a alguns anos. Ou se vocês não estiverem juntos com algum outro cara, ou uma amiga. - Ela diz essa última parte arqueando a sobrancelha sugestivamente.

- Preciso pensar. Não posso tomar uma decisão tão delicada de uma hora para a outra.

- Tem razão. Não vamos pensar nisso. Vamos pensar que o Théo deve estar chegando e com certeza está com fome.

- O Théo? - Pergunto um pouco confusa.

- Sim, ele ligou para você ontem e eu atendi. Ele falou que vocês conversaram a alguns dias atrás e que vinha te ver hoje. - Ela diz com um sorriso.

- Tudo bem. Nesse caso eu vou tomar banho. - Digo saindo da cozinha.

################################

Passamos um dia agradável, Théo continuava com o bom humor de sempre, ele é Lúcia dão uma ótima dupla, até me fizeram rir ao ponto de chorar.

- Vocês deviam ir para o circo. - Digo depois de Théo ter feito uma piada sobre as roupas da Lúcia e a mesma dar- lhe uma resposta ridiculamente engraçada e grosseira.

- Assim você me ofende. - Ele diz fazendo cara de indignação e fingindo estar ofendido com meu comentário.

- Não foi com intenção, vocês são ótimos para fazer as pessoas sorrirem. - Digo.

- Isso é verdade, ela só chorava e ficava falando do quanto se sentia mal e que não sabe o que fazer. - Lúcia diz revirando os olhos.

- Como assim não sabe? Tem que fazer o que o seu coração manda. - Théo diz como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- O problema é que meu coração não sabe o que quer. - Digo, eles me olham confusos. - E não adianta me olhar como se eu fosse uma alienígena, isso é normal.

- Não é. Mas você vai ver que mais cedo ou mais tarde as coisas vão se resolver. Mas se quer um conselho, ele não vai vir aqui falar com você, pode estar sofrendo muito mas os homens são orgulhosos e ele meteu na cabeça que você estava escondendo isso dele. Sugiro que vá falar com ele. - Théo diz calmante.

- Por enquanto não. Quero me decidir primeiro e ainda não sei o que dizer para ele.

################################

Ufa, mais um capítulo. Não esqueçam de votar e comentar o que acharam do capítulo, adoro quando vocês interagem comigo nos comentários.

Para quem quiser eu tenho uma fanfic do 1D que estou escrevendo em parceria com uma amiga. Dêem uma olhada o apoio de vocês é importante. Bjs, até o próximo capítulo.

O Insuportavel Do Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora