•● Caroline ●•
Uma semana já se tinha passado desde que apanhei a rosa da minha entrada, no entanto, nenhum dos dois tinha decidido falar. As suas atitudes mostram-me cada vez mais que ele é tão orgulhoso quanto eu, e eu não cederia. Apesar de sentir a falta das suas mensagens não conseguia evitar a solidão e frustração que elas me traziam, juntamente com a impotência que caía sobre mim apenas para aumentar a ideia de controlo que ele pensava ter.
Chego a casa depois de um dia cansativo de aulas e deixo o meu corpo cair no sofá. A semana tinha acabado e não podia estar mais feliz por isso. A escola tem sido cansativa, os testes, os trabalhos, as aulas em si... tudo parecia estar descoordenado e não tinha nada que me abstraí-se de toda essa confusão. O meu telemóvel vibra e eu apanho-o depois de largar um suspiro preguiçoso.
i: ...
i: Não deixaste a rosa lá fora.
Eu: Eu sei.
Respondo e levanto-me, fazendo o caminho até ao meu sótão, que tenho evitado nos últimos dias.
i: Caroline, desculpa a maneira como reagi e principalmente a maneira como falei contigo. A última coisa que quero fazer é magoar-te.
Eu: Por momentos achei que poderias ter razão.
Eu: Mas eu não sou assim e sei perfeitamente disso. E se continuo a falar contigo e a responder-te é por alguma razão.
i: E que razão é essa, Caroline? Porque é que me respondes?
Desvio o meu olhar para a rosa seca atravessada por um pionés azul claro que agora fazia parte do quadro cheio de pistas. Faço os meus dedos passarem por ela e largo um pequeno gemido quando um dos seus espinhos crava a minha pele.
Eu: Porque... eu estou a gostar de te conhecer. Do que fazes, do que me preparas.
Eu: Apesar de detestar como me sinto por vezes... eu não sou um peão.
i: Eu sei disso e odeio-me por te fazer sentir dessa maneira. Eu não te vejo assim.
i: E eu a pensar que começava a ser chato, mas parece que oferecer rosas do lixo resulta contigo.
Eu: Ah ah ah
Eu: Roupas malcheirosas também.
i: Hey
Eu: Agora a sério, já tresandam...
i: Então para de dormir com elas.
i: ;)
*
Duas semanas passaram desde que eu e o 'i' voltámos a falar. E desde aí que também tenho cuidado a fechar os estores de toda a casa, apesar de ele me ter garantido que não costuma vir cá muitas vezes, e que quando vem, é apenas por curiosidade quando está de passagem na minha rua. E eu acreditava nele, mesmo não sabendo o porquê. Porém, a ideia de alguém que passa na rua me ver não me saía da cabeça.
"Caroline, porquê?" Calum resmunga ao meu ouvido e eu faço um esforço para o endireitar.
"Para de te lamentar e deixa-me respirar!" Grito com ele e faz beicinho enquanto me obedece.
"Porque é que ela tem de ter namorado?" Ele resmunga pela trigésima vez e eu encolho os ombros "Ele nem se quer está cá!"
"Não fiques triste, Calum. Há tantas raparigas interessantes na escola."
"Mas não como a Mel..." Ele suspira e deixa a sua cabeça cair sobre as minhas pernas "Aquilo é impossível de resultar. Uma relação por mensagens não pode resultar." Ele diz enquanto eu massajo o seu cabelo e todo o meu corpo congela com os seus pensamentos, exceto a mão que passava na sua cabeça. Os meus ouvidos deixam de me transmitir o que Calum estava a dizer e eu perco-me nos meus próprios pensamentos sobre a minha relação com 'i'. E eu estava tão perdida como o meu melhor amigo parecia estar.
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Cá está outro!!
Espero que não se note nenhuma "quebra" na história. Eu revi todos os capítulos e reescrevi a maioria, não alterando a história, mas aconselhava-vos a reler. É bastante rápido e há coisas que provavelmente não se recordam
Também já fiz "planos" para o resto da história e ainda estou a tentar perceber como vou resolver tudo, mas espero que gostem do que estou a pensar fazer
Obrigada para quem ainda está a ler, isso significa muito para mim, a sério
Boas férias!!
E ainda vou tentar postar mais uma vez esta semana
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