APRIL•
Depois de cansativas horas sentada nesse ônibus, nós finalmente chegamos na primeira parada dessa grande aventura. Arizona é um estado muito bonitinho, rústico e aconchegante. Cameron não parava de sorrir para lá e para cá, apontando para cada mísero detalhe da cidade aonde estávamos e dizendo: "Olha que legal!" ou "Isso é tão maneiro!"
Houveram algumas vezes que me arrependi profundamente por ter aceitado a proposta dele.
Agora nós estamos indo para o ponto principal da nossa estadia no Arizona.
Grand Canyon.
Exatamente. Desde pequena eu tive uma grande vontade de conhecer o Grand Canyon, eu não sei o motivo, mas aquelas rochas avermelhadas me encantam.
Nós chegamos no local e um sorriso instantâneo se abre no meu rosto.
-Isso é tão incrível!- Eu sorri, admirando a grande paisagem na nossa frente.
-E só de pensar que isso é só o começo...-Cameron disse, claramente encantado com a imagem. Peguei a minha mochila e tirei de lá a polaroid, mirei na imagem bem na nossa frente e tirei a foto, que saiu pela abertura de cima da câmera de um jeito épico, típico dos filmes.
Mostrei a pequena foto que estava nas minhas mãos para Cameron, que sorriu de novo.Esse garoto só sabe sorrir?
Comecei a rir com o meu pensamento, como se fosse contagiante.
-Você está rindo de que?- Ele disse, rindo também.
-Você só sabe rir, por isso estou rindo.- Comecei a gargalhar de um jeito doentio, e nós dois começamos a espalhar essa loucura, de modo que os pobres turistas que passavam riam também.
Então isso é a grande felicidade?
Se for, tenho que dizer, as pessoas estavam certas quando diziam que ela é demais !
[...]
Depois da sensacional- e engraçada- visita ao Grand Canyon, eu e Cameron fomos para o supermercado mais próximo comprar comida e depois fomos parar numa floresta, no meio do nada, ainda nos arredores de Arizona. Montamos nossas barracas, fizemos uma fogueira e jantamos.
-Eu tive uma ideia.- Cameron disse.
-Qual ideia?- Eu perguntei.
-Seu celular é caro?- Ele questionou e eu comecei a ficar com um pouquinho de medo.
-Não.- Respondi, ainda estranhando sua pergunta.
-Então tá.- Ele falou, pegando seu celular dentro da mochila e jogando para bem longe, entre as árvores.
-VOCÊ É LOUCO?- Eu gritei.
-Eu não quero que nada atrapalhe essa viagem, muito menos celulares. Tá esperando o que para jogar o seu também?- Ele disse e eu gelei.
-Não vou fazer isso, você jogou porque quis.- Eu afirmei, me aconchegando para mais perto da fogueira crepitando. A noite estava fria e alguns pássaros voavam de um lado para o outro.
-Tá, tanto faz.- Ele sorriu e deitou perto do tronco caído em que estava sentado há poucos minutos.
-Tudo bem. Vamos fazer um trato, nada de celulares até o fim da viagem.- Eu estendi a mão para ele e o mesmo apertou-a, tirei da minha mochila o celular baratinho reserva que eu tinha trazido no caso de alguém me assaltar e joguei longe.
Não que eu não confie no Cameron, mas não vou jogar meu celular de verdade por aí.
-Muito bem.- Ele riu e eu fui deitar na minha cabana, me ajeitei no saco de dormir e fiquei olhando para o teto, procurando por alguma pitada de sono, me senti culpada por ter enganado Cameron, então peguei meu celular de verdade e desliguei-o.
Comecei a pensar sobre o quanto eu estava sendo maluca. Vou perder a minha formatura, mas quem se importa?
Isso vai ser uma das melhores coisas que vou fazer na minha vida inteira, então tenho que aproveitar. O sentimento que passou por mim quando eu estava em cima do Grand Canyon, com o vento batendo em mim e as risadas do Cameron no fundo...
Eu poderia sentir isso para o resto da minha vida sem reclamar.
A liberdade, a loucura, a felicidade e a emoção que me consumiram naquele momento foram simplesmente a vida que eu sempre sonhei.
Hoje isso tudo começou, e ainda vai ter muita coisa do tipo vindo por aí.
De repente um barulho me assustou e Cameron apareceu na "porta" da minha cabana.
-Boa noite, April.- Ele falou.
-Boa noite.- Eu respondi e ele mandou uma continência, saindo devagar.
CAMERON•
Era impressionante como em tão pouco tempo comecei a achar April uma ótima companhia.
Seu jeito tão alegre e de bem com a vida me contagiou de um jeito tão legítimo, que tenho que dizer, estou parecendo um bobo falando sobre sentimentos.
Fui dormir pensando no quanto tudo isso vai ser incrível.
KENT DENVER•
-Já estão todos prontos?- Eu gritei para May e August, que estavam dentro de casa ainda.
-Calma amor, eu preciso arrumar as panelas!- Ela gritou de volta, aparecendo na janela da frente da casa.
-Que panelas?-Perguntei.
-Onde você acha que vamos comer?
-Em qualquer restaurante na estrada! O foco é salvar a April dos perigos que existem no mundo, lembra?- Eu disse pausadamente, gesticulando. May assentiu e veio correndo para o carro com algumas malas, August veio logo atrás dela com sua mochila e partimos para a estrada.
[...]
Depois de algum tempo viajando, todos começamos a cantar aquelas típicas cantigas de carro quando de repente...
-Ai meu Deus!-May suspirou quando o carro parou bruscamente.
-Mas que raios !?- Perguntei para mim mesmo e saí do carro, me deparando com um grande pneu furado.- Ah não, não, não.- Dei um chute de raiva no carro, acordando August, que descansava tranquilamente no banco de trás.
-Sabia que faz mal acordar jovens de 15 anos no meio da noite?- Ele esbravejou e escondeu o rosto nas duas mãos tentando voltar a dormir.- Pra que a April inventou essa de sair pelo mundo hein?
-Sinto muito, filho.- Eu sussurrei com raiva de mim mesmo.- O que eu faço agora?
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The World Is Ours || Cam. Boyce
Romance"Sempre ansiei por esse momento. Sempre pensei em como seria estar aqui e agora, nesse exato local, me preparando para a maior aventura- e talvez a maior loucura- de toda a minha vida. A partir de agora, irei viver de verdade." April Wrink sempre ad...