Capítulo 34

43.3K 3.1K 1.5K
                                    

— Sentiu falta do seu pai? — Landom perguntou com ironia.

Eu engoli em seco, apavorada.

— Como você conseguiu entrar aqui, Landom?

Ele riu sombriamente e eu me contive para não tremer de medo.

— Não foi muito difícil.

Meu pai apontou para si mesmo e eu percebi, com grande horror, que ele estava vestido como um dos guardas do Palácio.

— Onde você conseguiu esses trajes? — Perguntei alarmada.

Simples. — Ele sorriu cínico. — Roupas não tem utilidade para cadáveres.

Arregalei os olhos.

— Você matou um guarda?

Landom bateu palmas.

— Esperta como sempre, filha.

— Não me chame de filha. — Rebati sem pensar. — Você perdeu esse direito há muitos anos atrás.

Ele balançou a cabeça com uma tristeza fingida.

— Você nunca me perdoou por ter te abandonado, não foi, Alice?

Contive uma resposta exaltada. Eu não irei deixá-lo me irritar. Tomei uma respiração profunda e o encarei sem expressão.

— Não, você está enganado, Landom. Eu te perdoei por você ter me abandonado. Eu nunca te perdoei foi por você ter me dito que me amava, quando na verdade nem sabia o que era amar um filho.

Ele riu da minha resposta.

— Continua a mesma patética sentimental de que eu me lembrava.

Landom dois passos na minha direção e eu me forcei a manter meu semblante forte, apesar de estar tonta de medo por dentro.

Preciso sair do quarto e pedir ajuda antes que ele resolva parar de brincar e execute qualquer coisa horrível que tenha planejado.

Sem tempo para pensar muito, decidi que distrair Landom provocando-o era o melhor jeito de fazer isso.

Esbocei um sorriso irônico.

— Engraçado, eu não parecia tão patética quando acabei com a sua organização política terrorista.

Os olhos dele se estreitaram e eu vibrei internamente.

Ele havia mordido a isca.

— Sabe, deve ter sido traumatizante para você ver algo que planejou durante anos ser arruinado em semanas. Ainda mais por uma jovem de 17 anos.

Landom cerrou os punhos tremendo de raiva, e piscou os olhos de forma demorada.

Eu aproveitei a deixa e dei um passo para trás. Mas outro e a porta do meu quarto ficaria novamente ao alcance da minha mão.

— Você não sabe o que está fazendo, filha. — Ele rosnou entredentes.

Ignorei suas palavras e continuei a falar.

— Aliança Democrática Liberal? Sério mesmo, pai? Não tinha outro nome mais...

Landom levantou um pouco o colete e eu me calei ao notar a arma presa em sua cintura.

Engoli em seco vendo minhas esperanças de fuga, que agora pareciam ridículas, irem por água abaixo. Mesmo se eu conseguisse sair do quarto, Landom ainda poderia atirar em mim antes que eu pudesse chegar as escadas. Isso, considerando que os reflexos dele fossem os piores possíveis.

A PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora