O resto da noite passou sem mais sonhos, ou no meu caso, sem mais lembranças. Eu estaria mentindo se afirmasse que a presença do príncipe não ajudara nisso. Já devia fazer um bom tempo desde que nós acordamos, e eu ainda não conseguira parar de pensar naquele beijo.
O problema estava justamente em saber se ele já havia conseguido parar ou não.
Sem ter como fazer isso sem perguntar, resolvi guardar tudo para mim e não comentar nada. Afinal de contas, por mais que o momento tivesse sido maravilhoso, eu não conseguia transpor minhas inseguranças para pensar na Seleção como um futuro possível. Nem mesmo ao relembrar a última coisa que Osten me disse antes de adormecer.
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Era impressionante o número de suprimentos que aquele abrigo comportava. De comida à mudas de roupa e objetos de higiene pessoal.
Osten estava se trocando no banheiro, e eu, que já havia feito isso antes dele, o esperava para podermos comer. Apesar de ainda tratá-lo como príncipe Osten ou Alteza quando conversávamos, nos meus pensamentos eu passei a referir-me a ele muitas vezes usando apenas o seu primeiro nome. Uma parte minha não aprovou essa "suspensão de formalidade", mas eu simplesmente a ignorei.
— Estou pronto. — Osten falou, fazendo-me virar na direção da porta do banheiro e paralisar.
As roupas do abrigo eram bem simples, calças e camisetas que serviam para os dois sexos. Em mim elas ficaram um pouco grandes, mas em Osten delineavam o corpo com perfeição. E como se isso não bastasse, os braços dele pareciam ter sido feitos pelo mais talentoso escultor que já viveu. Eu poderia passar o dia inteiro assim, olhando para ele.
— O que aconteceu? — Osten perguntou, tirando-me do meu devaneio ao se aproximar de mim.
Corando, baixei a cabeça. — Nada, eu só estava pensando em como esse abrigo tem tantos "luxos". — Menti. — Quer dizer, aqui não era um local para pequenas passagens de tempo?
Ele sorriu, sentando-se à minha frente. — Sim, você está certa. Mas depois que os meus avós paternos morreram num ataque rebelde, o meu pai ficou tão preocupado com a segurança da minha mãe que reformou rapidamente todos os abrigos, projetando-os para que pudessem oferecer estadias maiores. Ele mandou construir banheiros e adicionou alguns itens à lista de suprimentos obrigatória. E desde então, os manteve intactos e abastecidos, até mesmo depois do fim das ameaças de morte. Acho que a minha irmã faz o mesmo por tradição.
— Isso explica tudo — Ouvi o estômago dele roncar e ri. — E o que temos para comer, Alteza?
Ele me olhou envergonhado mas seus olhos entregaram o seu divertimento. Rapidamente, o príncipe começou a tirar os alimentos de uma das cestas de refeição. Quando ele acabou o trabalho, nós nos vimos rodeados por uma garrafa de suco integral, muitas frutas secas, barras de cereais e dois pequenos potes de mel.
— Sinto muito que sua segunda refeição no palácio seja essa. — Osten falou, como se precisasse se desculpar, enquanto pegava um dos potes de mel para abri-lo.
Dei de ombros. — Não tem problema, eu não estou acostumada a extravagâncias de qualquer forma. Ontem mesmo eu obriguei as minhas criadas a comerem comigo e mesmo assim quase não conseguimos dar conta de tudo.
— Você comeu com as suas criadas no quarto? — Ele perguntou, fitando-me surpreso.
— Eu não podia? — Questionei de volta, confusa.
— Não é isso, é que poucas pessoas dividiriam sua refeição com uma criada. Vai contra a etiqueta. Eu, por exemplo, só imagino a minha mãe fazendo isso, e só porque já a vi fazendo de verdade.
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A Princesa
Fiksi PenggemarO príncipe caçula está solteiro. 35 novas garotas chegaram ao palácio. Bem-vindos a nova Seleção. Alice Wightman não quer entrar na Seleção. Desde que seu pai abandonou ela e sua mãe, Alice perdeu toda a confiança nos homens. Dessa forma, se casar n...