Gregory Fletcher

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Já se fazia três dias desde que eu havia ido até Newark para ver Camila, mas não consegui parar de pensar no ocorrido sequer um segundo. Não tinha dormido direito em nenhum dos dias e sentia meu corpo ficando fraco. Camila tinha explodido comigo, tudo porque não acreditei que ela não havia matado Smith. Mas, era uma possibilidade, não era? Afinal, ele vinha ameaçando ela e coisa e tal, ela tinha motivos para matá-lo. Além de estar na sua listinha de assassinatos, e de ele ainda ter me ameaçado.

Ainda estava pensando nisso quando Lindsay veio até minha casa e me pegou para irmos comprar finalmente meu vestido para o casamento. Eu sabia que não estava com cabeça praquilo, mas precisava distrair meus pensamentos.

— Você ainda não me falou sobre o que aconteceu domingo — comentou Lindsay, assim que viramos a esquina da minha rua e minha casa desapareceu de vista.

Suspirei.

— Qual é a palavra que estou procurando? Hum... "Desastre", talvez?

— Detalhes do desastre?

— Não quero falar sobre isso.

Eu sabia que Lindsay iria respeitar minha decisão, por isso não me incomodei em nada quando fomos em completo silêncio no caminho inteiro até a loja onde meu vestido iria ser feito.

Chegando lá, fui sem entusiasmo nenhum até a dona da loja, que já me esperava sorrindo. Certamente, ela estava feliz por eu ter escolhido ela para fazer meu vestido.

— Se me permite, posso lhe perguntar por que não veio alguns dias atrás? — ela perguntou quando começou a tirar minhas medidas.

— Semana cheia, mês cheio, vida cheia, na verdade, sabe como é. Mesmo assim, dará para ser feito?

Ela me observou lá de baixo, onde ela fazia algo que eu não estava dando alguma importância.

— Ah, mas é claro que sim. Creio que até sábado estará pronto.

— Ótimo.

Lindsay estava há três metros de distância, olhando cautelosamente para mim, por cima de um livro que lia, sem me olhar diretamente nos olhos. Eu sabia que ela estava pensando em como fora a "visita" à Camila. Não podia culpá-la, também ficaria curiosa se estivesse na mesma situação. Tentei prestar atenção nas perguntas da mulher que fazia meu vestido, mas mesmo assim, minha cabeça ainda não tinha se dispersado dos pensamentos sobre Camila. Eu não conseguia tirar ela da cabeça.

Ela havia me dito que tinham armado para ela. Mas, quem seria, senão fora Smith? E, se ela sabia que a polícia não estava ouvindo quando havia falado comigo, por que mentiria sobre ter matado ele?

Talvez ela esteja falando a verdade, Lauren — uma voz falou na minha cabeça.

— Você gosta do vestido desta forma, senhorita Jauregui? — a mulher que estava fazendo o vestido perguntou, segurando o vestido de uma forma enrugada na frente, prendendo-o com alguns alfinetes.

— Claro.

Mas, então, se Camila não havia de fato, matado Smith, quem fora? Se os indícios implicavam que ela era a principal suspeita, se a arma rara dela fora dada como prova do assassinato. Quem mais teria tal arma? Tentei focar meus pensamentos no assassinato. Como haviam encontrado Camila de forma tão rápida? Quer dizer, se ela havia realmente matado Smith, era certo que não ficaria sentada ao seu lado, vendo-o morrer. Ela certamente fugiria o mais rápido possível. Ainda mais com Angus ao seu lado, um homem tão experiente em sua "profissão", ela poderia escapar facilmente. Além do que, ela era Camila Cabello, não era experiente o suficiente também para não ser pega por qualquer operaçãozinha de rotina do FBI de Nova York?

Entre o Certo e o ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora