Whitehaven Beach, Austrália
Junho de 2011
O sol parecia estar a cinco metros de distância da terra, mas ainda assim, estava agradável. A areia branca como mármore, estava espalhada logo abaixo da minha cadeira espreguiçadeira. Meu biquíni vermelho ressaltava minhas curvas e eu podia notar alguns olhares se voltarem para o meu corpo, mas eu não dava a mínima atenção. Eu estava divagando de novo.
Tudo o que acontecera nos meses anteriores ainda estava gravado no meu subconsciente e o mesmo insistia, mesmo cinco meses depois, em querer me mostrar o quanto eu havia sido idiota. Camila havia falado para mim logo após o julgamento:
— Vamos sair do país, Lauren. Não é seguro ficarmos aqui.
Eu bufei.
— Claro que não! Belmont é a minha casa, querendo ou não.
— Não é mais seguro, Lauren. Eu sei que gosta daqui, mas não quero machucar ninguém.
— Não, Camila. Não! Fitzpatrick está preso, Smith está morto. Quem viria atrás de você agora?
Ela balançou a cabeça em sinal de negação.
— Lauren, minha cabeça está a prêmio pelo mundo inteiro, principalmente agora que minha cara está estampada na televisão como Camila "Cabello" — ela fez aspas ao falar o sobrenome.
— Por favor, me entende. Não quero deixar Lindsay — falei com um olhar suplicante. Ela suspirou fundo.
— Tudo bem. Mas isso não vai ficar assim.
Voltando ao presente, respirei fundo. Eu devia ter saído de lá. Em minha ânsia de ficar perto de Lindsay, tudo o que eu fiz foi mandá-la para longe. Ela estava morta. Morta. E eu não podia fazer mais nada sobre isso, porque quando eu pude, eu fui egoísta demais para encarar a realidade que Camila estava querendo me mostrar.
— Com licença, a senhorita está sozinha? — ouvi uma voz feminina perguntar.
Olhei para cima. O sol estava fortíssimo e mal consegui ver seu rosto. Levantei-me um pouco da cadeira e a olhei com mais calma, forçando a vista. Ela tinha um sorriso encantador estampado no rosto. Seus cabelos castanhos caíam pelas suas costas e possuía olhos castanhos que pareciam mais claros embaixo do sol. Por um instante fiquei apenas a observando, e acabei por esquecer completamente a pergunta que ela havia feito.
Ela sorriu.
— Desculpe, eu te interrompi de algum devaneio? — ela perguntou e sorriu de forma envergonhada. Não foi uma pergunta grosseira, pelo contrário, ela só estava sendo... fofa.
Balancei minha cabeça em negação.
— É... Não, claro que não. É esse sol, sabe. Fico meio tonta — tentei sorrir, mas depois de perceber a idiotice que eu tinha falado, me repreendi mentalmente e me calei por uns segundos. — Mas qual foi a pergunta mesmo?
— Perguntei se está sozinha — ela repetiu.
— Oh — exclamei. — Não. Não estou sozinha.
Uma expressão decepcionada surgiu em seu rosto enquanto ela franzia o cenho.
— E pode me dizer quem é que tem a honra de ter essa mulher maravilhosa ao lado? — ela perguntou.
Isto era uma cantada? Deus, era tão estranho receber uma cantada que não fosse de Camila. Minhas bochechas enrubesceram.
— Uma mulher incrível — respondi, e voltei-me para frente, olhando para o mar. Lá estava ela, com um biquíni preto, básico, porém naquele corpo, tudo ficava extremamente sexy. Apontei para Camila, sorrindo feito boba. Qual é, eu podia me gabar, não podia? — Aquela latina que está saindo do mar, com o biquíni preto. Os cabelos negros mais lindos e macios que eu já tive o prazer de acariciar. Mas afinal, qual é o seu nom... — eu ia terminar a pergunta, mas quando me virei, não tinha mais ninguém ali.
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Entre o Certo e o Errado
Romance[CONCLUÍDA] Lauren Jauregui, 24 anos, delegada do condado de Belmont, noiva de um advogado cobiçado por várias, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um criminoso internacionalmente conhecido aparece na sua cidade pacífica. Sua vida se trans...