POV Lauren Jauregui
Do lado de fora da janela do hotel, eu podia ver que a luz já havia ido embora há tempos. Austrália fora realmente fantástica, se não contar, é claro, com a aparição de última hora da ex-namorada da ex-namorada morta da minha namorada. Deu pra entender? Enfim...
Ariana não deu mais as caras enquanto estávamos trancadas naquele quarto, e eu não tinha ideia de o que ela estaria tramando. As malas já tinham sido feitas e despachadas para o aeroporto por um dos funcionários do hotel. Tudo o que restava eram cinco armas, dois coletes à prova de balas, eu, Camila e a coragem.
Eu estava sentada em uma poltrona do quarto, colocando minha arma no coldre, enquanto ela, de costas para mim, estava tirando a camiseta que usava e desprendendo o biquíni. Observei a tatuagem de suas costas. Agora todos os "pauzinhos" estavam cortados. Isso significava "missão cumprida". Ou pelo menos uma delas. Sinceramente, nesses últimos meses eu não tinha pensado sobre o que iria acontecer "depois". Não é como se pudéssemos dar as mãos, fugir, ter filhos e uma vida feliz, entende? Camila era a dona da máfia Cabello e ela não podia fugir disso. E quando Ariana apareceu, quase a matando certeiramente, meio que nos lembrou de tudo isso. Lembrou-nos de quem ela era, e que as férias tinham acabado.
Eu não sabia se estava preparada para tocar no assunto "Sarah" com Camila ainda. Toda vez que abríamos a boca sobre ela, os olhos dela perdiam o brilho e eu simplesmente mudava de assunto, pois não agüentava vê-la daquela forma. Mas infelizmente, este assunto não daria para ser evitado para sempre.
Respirei fundo antes de falar:
— Eu só queria saber: como uma simples ex-namorada de Sarah, te encontra na Austrália e tem prontamente uma arma para atirar na sua cabeça?
Mesmo de costas, eu sabia que ela estaria revirando os olhos. Colocou o colete e o fechou antes de me responder:
— Ariana era estrategista e aprendiz de atiradora do Exército dos Estados Unidos.
— Eu não entendo. No exército eles não permitem...
— Lésbicas? — Camz me interrompeu. — Gays? Pois é. Então você deve imaginar como Sarah se sentia quando tinha que fingir para todo mundo que elas eram apenas amigas.
Camz pôs a blusa por cima do colete e se encarou no espelho, arrumando o cabelo. Logo em seguida, pegou suas três armas e as prendeu: uma no tornozelo, na frente e outra nas costas, no cós da calça.
Virou-se para mim, apoiou as mãos no armário baixo que tinha no quarto e sorriu.
— Está com medo, delegada Jauregui? — Camz perguntou, e eu bufei de indignação.
— Medo não é algo que existe no meu vocabulário — respondi, prontamente. Ela continuou sorrindo e começou a se aproximar de mim.
— Ah, mas hoje mais cedo, você estava...
Calei-a com a mão quando ela chegou perto de mim.
— Eu estava preocupada. Não com medo. São sentimentos diferentes.
Ela ia protestar, mas antes disso, eu colei meus lábios nos seus em um beijo demorado.
Quando paramos, ela me encarou. E eu pisquei para ela antes de falar:
— Vamos dar o fora daqui.
Sair do hotel fora mais fácil do que eu esperava. Nada de Ariana, pelo menos não até porta da frente. Entramos no carro que já nos esperava e partimos para o aeroporto.
O caminho estava calmo. Abri o vidro e encarei a estrada. A praia do outro lado, com sua areia tão branca e águas tão, mas tão azuis. Suspirei.
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Entre o Certo e o Errado
Romance[CONCLUÍDA] Lauren Jauregui, 24 anos, delegada do condado de Belmont, noiva de um advogado cobiçado por várias, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um criminoso internacionalmente conhecido aparece na sua cidade pacífica. Sua vida se trans...