Os 3 Reinos.// As Crônicas De Narnia. (CANCELADA)

Capítulo 02: O aviso da flecha flamejante.

Vou entregar uma flor para sua mãe quando eu dizer adeus. Porque baby, você está morto para mim.

-Dead to me- Melanie Martinez.

..."*"...

Krystini se sentou ao lado de Mirana, e ali ficamos, aquela foi a parte mais normal do meu dia.

-O que aconteceu, quando os centauros pegaram vocês?-perguntei, sem conseguir conter a curiosidade.

-Quando Taurey saiu galopando comigo nas costas, pouco depois caimos em uma embosacada. Estávamos cercados de todos os lados, quando uma das criaturas veio até nós.-disse Mirana, tentando falar todos os detalhes possíveis.

-A criatura pegou meu rosto, olhou nos meus olhos, e começou a dizer algumas palavras estranhas.-disse Krystini, parecendo atordoada.

-O que ele dizia?-perguntei, ainda mais curiosa.

-Não sei direito, era algo como "da neve o destino da nação brotara, e o sol mais uma vez brilhará".-disse Krys atônita.

Eu podia ver, a tortura que as recordações lhe traziam, mas eu não conseguia simplesmente ignorar, eu precisava saber.

-O que mais?-perguntei.

Ouvi Krystini respirar fundo, criando coragem para continuar.

-A criatura tocou meu braço, e senti minha pele queimar, um calafrio subiu por meu corpo, e eu tive a sensação de que fogo, havia caído em cima de mim. Depois disso não me lembro de nada.-disse Krystini parecendo decepcionada.

-Krystini caiu no chão, desacordada enquanto sangue jorrava de seu peito, eu estava desesperada, não sabia o que fazer.-disse Mirana.

Mirana fez uma pausa e respirou fundo, antes de continuar.

-Havia uma estaca pontuda ao meu lado, a qual eu peguei ,e encravei no peito da criatura, sem pensar duas vezes.-disse Miran.

Eu não sabia o que pensar, era tanta informação em tão pouco tempo. O medo que eu senti, no momento que Aslam falou conosco pela primeira vez, acabara de voltar.

Tudo ficou silencioso, por um instante, os pássaros pararam de cantar, e a maresia era quase imperceptível.

Vi uma moita se mexer, se não estivesse tudo silencioso, eu poderia jurar que era o vento.

-Vamos sair daqui.-disse me levantando em um salto.

Mirana e Krystini me encararam por um instante, antes de se levantarem.

Percebi algo vindo em nosso direção, uma flecha flamejante, cortava o ar em alta velocidade.

A flecha passou zunindo, rente ao rosto de Mirana, lhe causando um pequeno arranhão, na bochecha.

A flecha se cravou na árvore, atrás de Mirana, e então percebi o pequeno pedaço de papel, que pendia da ponta da flecha.

Caminhei até ela, antes que o papel se consumisse em chamas.

Mesmo com as bordas meio queimadas ,as palavras ainda eram nítidas no papel.

"A ascensão do gelo, tentarão adiar, mas o castelo de neve, não irão ultrapassar."

Li o recado umas 3 vezes, até lê-lo em voz alta. Não fazia idéia do que aquelas palavras significavam.

Saí de perto do riacho, sem dizer uma palavra, Krys e Miran ficaram para trás, o que me deixou preocupada.

-O que significa isso?-disse, quando entrei em uma das tendas, onde Aslam estava.

Estendi para ele, o papel chamuscado que eu tirara da flecha, ele o observou por um tempo, antes de olhar em meus olhos.

-Você ainda não está pronta, para saber sobre isso.-disse ele calmamente, como se recusasse um pedaço de torta.

-Como assim, não estou pronta?-perguntei.

-Não é hora para isso, Loreyn.-disse o Leão.-Se não se importa, eu tenho uma reunião importante, com licença.
Ele passou por mim, como se eu fosse invisível, e saiu pela porta da tenda, me deixando sozinha.

Eu precisava sair por ai, precisava respirar um pouco.

Caminhei apressadamente, até a tenda que arrumaram para nós, e peguei uma capa vermelha e coloquei nas costas.

Ninguém notou, que eu saíra de lá.

Eu ainda conseguia avistar o alojamento, da árvore da qual, eu me sentei para descançar.

Já era quase noite, e o sol já estava começando a se pôr.

Olhei para os lados, e só vi neve e mais neve, somente o alojamento era seco e verde, diferente de todo aquele branco.

Comecei a pensar, em como minha vida mudara de uma hora para outra.
Horas atrás, eu era apenas a garota que foi deixada dentro de uma cesta, na porta da casa de Digory Kirke, e que perdera o homem que amava.

Agora, eu era a garota que matara criaturas que nem pareciam reais, e que era atacada a cada 10 minutos, pelo que parecia ser um fantasma.

Olhei para o lado, a tempo de ver um vulto rubro de relance, correr pelo meio das árvores.

Me levantei assustada, e corri de volta para o acampamento.

Eu corria o mais rápido que minhas pernas aguentavam.

Meus esforços foram todos em vão, quando fui ao chão, e notei alguém em cima de mim, tapando minha boca.

Me debati desesperadamente, afim de me livrar do peso do homem, que me segurava.

Uma idéia completamente idiota, passou por minha cabeça, mas era minha única opção.

Mordi com todas as minhas forças, a mão do homem que estava em cima de mim, senti o gosto de ferrugem, seu sangue em minha boca.

-Que droga, Loreyn.-disse ele, enfim me permitindo ver seu rosto.

Os cabelos negros, o maxilar quadrado, os dentes perfeitamente alinhados e o olhar brincalhão, deixavam impossíveis as chances de ser outra pessoa.

-Jasper.-sussurrei, sem entender o que se passava.

-Apenas escute, eu não tenho muito tempo, você precisa sair daqui. Você está correndo um grande perigo.-dizia ele, sem ao menos fazer uma pausa para respirar.

-Eu posso te levar de volta para casa, até volto com você, mas você tem que ir.-disse ele, preocupado.

-Eu não vou a lugar nenhum, muito menos com você. Você morreu.-eu disse friamente, sem pensar nas consequências das minha palavras.

-Eu não morri, eu estou aqui em cima de você, tentando salvar a sua vida. E é isso que eu vou fazer, por bem, ou por mal.-disse ele.

Ele se levantou, e estendeu a mão para me ajudar.

Tudo aconteceu tão rápido, que nem tive tempo de pensar.

Um lobo das neves, enorme apareceu do nada, e pulou no peito de Jasper, o jogando para trás.

Aproveitei o tempo que eu ganhara, e corri para o alojamento, sem nem olhar para trás.

Eu corria o mais rápido que conseguia, e minhas pernas, já imploravam por descanso.

Meus músculos ardiam, por conta do esforço, quando finalmente, cheguei ao alojamento.

Quando cheguei perto da 2° tenda, Manfred saiu de trás da mesma, e me segurou pelos braços me fazendo parar brutalmente, apertando minha mão enfaixada.

Gemi de dor, e Manfred me soltou na mesma hora. Olhei para trás, a tempo de ver Jasper correr, para onde eu e Manfred estavamos.

-O que aconteceu soldado?-perguntou Manfred, sem tirar os olhos de Jasper.
-O lobo tentou ataca-la, e eu o parei como me pediu.-disse Jasper calmamente, como se fosse realmente verdade o que acabara de dizer.