Os 3 Reinos.// As Crônicas De Narnia. (CANCELADA)

Capítulo 08: Mirana

As paredes da cela pareciam se fechar com o passar do tempo.

O vento gelado passava pelas grades da janela, e deixam a pequena cela ainda mais solitária.

Meus dentes batiam com o frio, e o tecido fino do vestido sem mangas não impediam os tremores de se espalharem por meu corpo.

As correntes geladas cortavam meus pulsos, os quais eu mal sentia por conta da dor.

Já fazia 3 dias que estava ali, sem comer, nem dormir.

Ouvi a porta da cela se abrir, e um um homem de meia idade passou pela mesma.

Ele soltou as correntes que me prendiam, e a dor explodiu em meus pulsos.

-Levante-se.-ordenou ele, sua voz áspera e forte ecoando pela cela.

Eu tentei me levantar, mas parecia que eu estava colada no chão da cela.

Me movi poucos centímetros e minhas pernas fraquejaram, me levando ao chão com um baque surdo.

O homem colocou suas mãos em volta de meus ombro me impulsionando para cima, me fazendo levantar a força.

Eu sentia cada musculo do meu corpo gritar, por conta do esforço que eu era obrigada a fazer.

-Anda.-ordenou ele, uma de suas mãos em minhas costas, tentando me empurrar para fora da cela.

Depois de muitas tentativas, o homem conseguiu me direcionar até o corredor.

Quando chegamos ao fim deste, havia mais dois homens ali, um deles segurava um par de algemas, e uma placa de madeira, onde se lia "prisioneira 328".

O segundo homem segurava um senhor de idade, tentando impedi-lo de fugir.

O primeiro homem me algemou e pendurou a placa em meu pescoço.

-Vamos.-ordenava o homem.

Continuei caminhando, até que tropecei em uma pedra no meio do corredor.

Fui ao chão e a dor irrompeu por meu joelho, enviando espasmos de dor por todo meu corpo.

Senti minha pele queimar, ao mesmo tempo que o ruído alto se espalhou pelo lugar.

Um urro de dor saiu de minha garganta, antes que eu pudesse reprimi-lo.

-Eu mandei ficar de pé.-disse o homem, a raiva era explícita em sua voz.

Me levantei com dificuldade, o homem que me tirou da cela me ajudou a ficar de pé.

Continuamos pelo corredor e o outro prisioneiro caiu no chão.

O som de seu corpo batendo no chão ecoava pelo corredor.

Me abaixei para ver o que havia acontecido. Abaixei meus ouvidos até o coração de homem, mas ele já não tinha mais batimentos.

Chequei seus pulsos em uma medida desesperada, mas não obtive resposta.

Tudo depois disso foi como um borrão, me lembro de ter chegado até um palco improvisado, e de um homem tentando me dizer alguma coisa.

-O lance inicial é de 4.500.-gritou o homem.

5.000, gritou alguém lá atrás.

Minha mente se desligou do que acontecia ao meu redor, eu só conseguia pensar que poderia ter sido eu a ter morrido naquele corredor.

-7.500.-gritou uma voz que eu conheceria em qualquer lugar.

Não cheguei a ver seu rosto, fui sugada pela escuridão e a inconsciência tomou conta de mim.