Capítulo 15: Spencer.

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N.A: Admito que esse capítulo foi o mais difícil. Desde o primeiro capítulo estou em uma briga interna com a Spencer. Quem é ela de verdade?

Eu nasci e cresci na Filadélfia, umas das várias cidades dos Estados Unidos. Quando eu era pequena levava a vida como um jogo, cada dia uma etapa nova e se eu sobrevivesse até a hora de dormir isso significava que eu tinha ganho essa etapa. Vivi em um cenário de guerra, estávamos em outros tempos e ninguém mais queria viver na monarquia. As pessoas queriam ser livres para viver suas escolhas. Então a guerra começou, o castelo era invadido pelo menos duas vezes por semana, pessoas eram mortas e o que importava era que o rei sempre ganhava."GANHAR". Essa palavra vem presente na nossa geração a anos. Todos ganham.
Quando soube que meu pai tinha concordado em eu ser uma das candidatas para futura esposa do príncipe da Inglaterra soube que era um jogo. Eu não era a filha mais velha, então não era uma futura rainha, minha irmã era. Meu pai me deu para o reino da Inglaterra porque o lugar de um Hastings é no trono. Essa tinha que ser uma das minhas maiores conquistas. Mas como dizem, "Sorte no jogo, azar no amor". E eu nunca tive sorte nesse jogo.

O livro me distraía da minha raiva. Como eu pude perder assim? Depois daquele jantar estava mais do que na cara que Aria era a dona do coração de Ezra. Eu iria voltar para casa e todos me olhariam com pena. Pena da garota que não conseguiu o coração do príncipe.

– Acho que ele é muito ruim.

Ouvi aquela voz rouca e me arrepiei dos pés a cabeça. Quando olhei para cima vi o guarda com quem tenho trocado olhares a dias.

– O que é muito ruim? – Perguntei não entendendo.

– O personagem, você está olhando com cara de ódio para o livro. – Falou rindo de lado e isso vez eu sorrir.

– Não é o livro. Sou apenas eu mesma.

– Você está sempre com raiva.

– Não tô não.

– Mas é o que parece. Você sempre olha para as pessoas como se elas fossem o inimigo.

– Você também. – Falei rebatendo.

– Mas eu sou um guarda, é meu dever agir assim – Falou ainda sorrindo de lado. Isso fazia eu sentir coisas estranhas. Muiiiito estranhas.

– Você não deveria estar trabalhando? – Falei mudando o foco da minha mente.

– Estou de folga, vou visitar minha família.

Só quando ele falou isso que eu reparei nas suas roupas, não era a farda que ele sempre usava.

– Onde eles moram?

– Em um pequeno vilarejo aqui perto.

– Amo vilarejos, acho eles lindos. Sempre dava um jeito para escapar do castelo e ir aos vilarejos da minha cidade. – Falei sorrindo.

Eu adorava fugir do castelo.

Vi o guarda coçar a cabeça e exitar ao abrir a boca.

– Voo...oocêê não go..gostaria dee iir comigo? – Demorou para eu entender a sua pergunta, mas quando eu entendi sorri para ele.

– Infelizmente não posso sair daqui. – Falei suspirando.

– Você acabou de falar que fugia do castelo para ir aos vilarejos. Acho que isso não é problema para você.

– Eu nem sei como você se chama. – Falei olhando para ele.

– Me chamo Toby e acho que já fomos apresentados, mas não posso exigir que uma princesa lembre de mim. – Falou magoado.

– Perdão Toby, é muita coisa para eu lembrar. – Falei olhando para ele.

Não sei o porquê me descupei com ele. Não era meu dever lembrar de um simples guarda.

– Tudo bem. Você vem? – Perguntou esperançoso.

Eu poderia ter dito não. Inventar uma desculpa boba ou até deixar ele lá sem resposta. Mas eu realmente queria sair dali, eu realmente queria fugir e passar a tarde ao lado daquele lindo guarda de olhos claros.

– Como posso sair daqui sem ninguém me ver?

Vi que quando fiz essa pergunta Toby sorriu.

– Tem uma saída segreta no alojamento dos guardas. Sairemos por lá.

Toby estendeu os braços e eu entrelecei os meus lá. Não sabia o que estava fazendo e nem o porquê. A única coisa que eu sabia era que eu tinha perdido o jogo. Pela primeira vez os Hastings tinham uma perdedora na família. Pela primeira vez eu tive azar no jogo. Pela primeira vez eu me senti liberta. Eu descobri que gostava de ser uma perdedora.

– Eu nunca fiz isso. – Falei olhando para o caminho, estávamos indo rumo aos alojamentos dos guardas.

– Isso o que? – Perguntou Toby.

– Eu nunca saí com um cara, só nós dois. – Falei corando.

– Então me sinto honrado alteza.

– Nada de alteza, me chame apenas de Spencer. – Falei autoritária.

Toby olhou para mim e depois riu.

– O que é tão engraçado? – Falei olhando para ele.

– Essa é a cena mais hilário do mundo. Eu Toby andando de braços entrelaçados com uma princesa, e o melhor, estou levando essa princesa para a minha casa. – Falou ainda rindo.

Quando saímos do castelo eu senti um frio bater no meu rosto e sorri, isso era muita liberdade para um dia só. Olhei para o dono da minha liberdade e sorri.

– Sabe o que é mais hilário Toby? – Perguntei docemente.

– O que? – Perguntou olhando para mim.

– Isso.

Puxei Toby pela camisa e o beijei, ele ficou surpreso mas logo retribuiu, eu bagunçava seus cabelos e me apertava cada vez mais ao seu corpo. O clima estava congelando mas eu me sentia em chamas, eu poderia passar o dia ali beijando aquele lindo guarda de olhos claros.

Notas finais: Pensei em muitas Spencers, pensei até em uma vilã, mas no fim li cada trecho em que ela aparecia e vi que na verdade ela era só uma garota que foi manipulada a vida toda. Mesmo assim ela não deixava de ser segura de si mesma.
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