Capítulo 3

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Acordo sobressaltada sentando na cama, que a poucos instantes estava tendo um pesadelo, olho ao redor tentando manter minha respiração um pouco mais estável.

Respiro fundo e logo solto o ar, olho para o lado e vejo que Ralf ainda dormi tranquilamente, meus olhos se prendem em seu rosto e sinto uma súbita vontade de chegar perto dele e acaricia-lo, balanço a cabeça para tirar essa ideia ridícula de minha mente e coloco minha pernas para fora da cama.

Meus pés descalços tocam o chão duro e gelado, fazendo minha pele se arrepiar. Olho pela janela e vejo que o sol ainda não nasceu, passo a mão em minha nuca tentando massagia-la , pelo toque de meus dedos vejo o tão duro e tenso estão meus nervos.

Olho para as botas que estão ao meu lado no chão, solto um suspiro e pego uma delas e começo a vesti-las.

Me levanto e vou até a porta de madeira, descobrindo que é um banheiro, sigo até a pia e lavo meu rosto, quando levanto o rosto percebo que à um espelho. O rosto refletido já não é tão estranho, mas ainda me incomoda não reconhece-lo por completo. Meu olhos refletem cansaço e tristeza, meu rosto mostra uma pessoa que está determinada em algo, mas minha mente está destruída. Tento ajeitar meus cabelos curto e penteio eles com os dedos, faço meu melhor, o que não é muito e saio de lá.

Olho para Ralf me decidindo se devo deixa-lo ou se devo ficar com ele. Sei que é tolice sair por aí completamente sozinha e certa que morreria na primeira arma apontada em minha cabeça, mas não quero estar presente quando a arma estiver apontada não para à minha, mas sim à dele.

Volto de meus devaneios quando ouço ele se mexendo e logo acordando. Ele se senta na cama e estica os braços para cima e logo sorri.

— Dormiu bem, Cloe?

— Não. - Reviro os olhos.

— Bom, mas eu dormi. - Responde ele, não perdendo a alegria na voz.

— Que bom . — Resmungo. — Vejo que está melhor.

— Sim, estou. 

— Ótimo, se troque iremos procurar outro local para nos alojarmos. - Digo saindo antes que ele resolva me responder.

Vou em direção a escada em passos largos e firmes, deixando Ralf sozinho lhe dando privacidade para fazer o que bem entender. Sigo em direção a uma das prateleiras procurando algo comestível, não que eu esteja com fome agora, mas se em algum momento lá fora eu esteja.

Além de achar comida e água, achei também uma mochila da cor da farda do soldados do exército. Enfio tudo dentro da mochila, acho um daqueles rádios de comunicação e pego dois, caso seja necessário nos separar. Procuro por armas e munição, achando alguns rifles, facas e pistolas, paro de pegar a pistola quando meu olhar cai na ak-47, sorriu a pegando e passando a alça dela em volta de meu corpo, me viro e pego uma das facas colocando escondida no forro de dentro de minha bota, mas exatamente na parte do cano, deixando de um modo fácil de retira-la. Acho uma quantidade boa de munição da arma e coloco na mochila. Testo o peso  da mochila e vejo que não esta pesada, subo as escadas de volta para cima.

Chegando vejo que Ralf está sem camisa de costa para mim, não deixo de observar suas costas. Seus ombros são largos, os braços com músculos definidos, meus olhos caem para sua bunda e voltam a subir para seus músculos.

Se controla, Cloe.

Pera, Cloe? Desde quando você mesma se chama desse jeito? Devo estar pirando.

Não sei quanto tempo estou lhe observando, mas volto ao presente quando ele vira e meu olhar cai em sua barriga definida. Engulo seco e desvio meu olhar para o chão, antes que ele perceba que eu estava lhe comendo com os olhos, como uma verdadeira pervertida.

Hunting City : Memórias RoubadasOnde histórias criam vida. Descubra agora