Capítulo 6

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Se passou três dias desde que encontrei Cobra ferido, seu ferimento estava bem melhor, mas ele ainda sentia dor quando se mexia.

Passamos todos os três dias dentro da casa, somente saindo para procurar alimentos e armas, pois estava tendo mais ataques do que o normal. Parece que estão pegando mais pesados, e eu temo que irá piorar cada vez mais.

Hoje de manhã, Cobra, achou melhor eu voltar para meu grupo, ou seja, voltar para ser babá de adolescentes, ele tentou me convencer que eles podiam estar preocupados e blá blá blá. Depois que arrumamos nossas coisas saimos da casa discutindo um com o outro, ele é teimoso e arrogante, o que me deixa puta da vida, mas ele não esperava que eu também fosse.

— Já disse que não vou deixá-lo. — Digo emburrada. — Você mal tá conseguindo andar sem resmungar de dor.

— E eu já disse que você vai. — Respondeu ele e eu ri irônica. — E eu não resmungo.

— Vamos ver então. — Falo entre os dentes. — Sim, você resmunga, não negue.

Ouço ele bufar, ele preciona o maxilar e fecha os punhos.

Me mantenho o caminho todo caminhando à alguns passos há frente dele, evitando de olhar em sua direção, o que foi fácil por eu ainda estar brava. Mas logo começou a dissipar e aí que eu comecei a me preocupar.

Cobra me dá uma sensação de segurança e conforto, seu cheiro é como terra molhada depois da chuva ou grama recém aparada, não dá para explicar. E cada vez que ele chega ao meu nariz, perco a noção do tempo e tenho que disfarçar para não fazer papel de idiota. Não se apresse em achar que estou caída de amores por ele, pois eu não estou. Não nego que ele é bonito e que tenho uma certa atração por ele, mas quem não teria ? Me diga alguém que não teve uma quedinha por um cara que não conhecia ?

Temo que em breve isso acabe passando de uma simples atração para algo mais profundo, e o pior de tudo é que, sempre que há amor envolvido em uma guerra sempre dá merda e não é só coisa da minha cabeça, você pode ver em filmes, livros ou séries, que seja, sempre vai dar merda até que eles fiquem juntos ou que um dos dois morra.

E não quero morrer tão cedo ou levar Cobra junto. Ele é um cara legal, mesmo que me irrite e eu queira mata-lo. Eu não sei o que aconteceu antes de minhas memórias serem apagadas, mas sinto que ele estava lá antes e está aqui agora.

— Cloe ? Está tudo bem ?

Olho para cima e percebo que parei de andar .

— Desculpa, eu estava distraída. - Digo voltando a andar.

Ele caminha ao meu lado e vejo que ele está franzindo a testa, com certeza perdido em seus pensamentos. Olho ao redor e vejo que estamos quase chegando ao esconderijo. Apressamos a caminhada para chegar mais rápido, pois estamos passando em uma área aberta e sabe o que podemos encontrar aqui.

Entro pela portas de serviço, que fica atrás do prédio e observo o local. Estava tudo do mesmo jeito, janelas quebradas, cortinas de uma cor verde estranha, o chão empoeirado e com pedaços de coisas quebradas. Suspirei e avanço pelo local, Cobra segue atrás de mim e logo começa a espirrar, olho por cima do ombro e abto um sorriso.

— A donzela não consegue ficar nem 2 segundos em um lugar sujo e já fica desse jeito ? - Digo divertida, balançando a cabeça em negação.

— Cala boca, Cloe. — Diz ele. — E quem você tá chamando de donzela ?

Me viro para ele e ergo minhas sombrancelhas.

— Por quê, vai fazer o que ? - Digo colocando as duas mãos na cintura.

Hunting City : Memórias RoubadasOnde histórias criam vida. Descubra agora