Já faz uma semana que estamos escondidos, saindo somente para buscar alimento e para fazer patrulha. Como tinha pensado, as garotas não sabem nem segurar uma arma, já os garotos são mais eficientes. As patrulhas eram em rodízio e em horários diferentes, como as meninas eram completamente inuteis, elas ficavam no esconderijo, enquanto eu e os garotos saiam para checar o perímetro.
O prédio em que estamos não está completamente destruído, mas também não esta em sua melhor forma. Mas é suficiente para nos escondermos por um tempo.
Os ataques estão ficando cada vez mais frequentes, as explosões e tiros cada vez mais perto de onde estamos. Meu mal humor piora a cada dia. E em poucos dias, como esse por exemplo, eu vou atrás de respostas. Fico escutando os caçadores que na maior parte falam bobagens, mas consegui descobrir que á cidade é cercada por uma cerca eletrica com mais de 2,80 metros de altura, e que só ha três portões, que são extremamente vigiados. E eu desconfio que à minas terrestres por todo lado.
Sigo pela cidade, que está mais silenciosa do que realmente é, um calafrio sobe pela minha espinha e minhas mãos suam frio. Seguro a arma mais forte e olho ao redor, tudo muito quieto e desconfiador.
Tento fazer o menor barulho possível, mas é quase impossível com tantos vidros jogados ao chão.
Algo me chama a atenção a minha direita, hesito um momento,- vai se é uma armadilha - , ouço gemidos de dor quanto mais me aproximo. Aponto a arma para a pessoa que está ao chão, com certeza ferido.
Vejo ele ficar parado ouvindo, aposto que ele parou de respirar, somente para não fazer barulho. Sigo em frente com a arma apontada em sua cabeça, ele está na escuridão, mal dá pra ver quem é. Mas pelo traje que usa consegui identifica-lo.
— Olá, pequeno pássaro. - Ele falou baixo, e um sorriso fraco se espalhou em seu rosto.
Me agachei ao seu lado com a arma ao chão e procurei pelo ferimento.
— O que você está fazendo Cloe ? - Pergunta ele segurando minhas mãos.
— Não é obvio ? — Ele ergue uma sombrancelha, em demonstração que não sabia o que eu pretendia em vasculhar seu corpo como estava fazendo, solto um suspiro. — Estou procurando o ferimento. Esse sangue todo deve estar vindo de algum lugar.
Ele assenti e puxa a camisa para cima, mostrando sua barriga e onde a bala está alojada. O sangue ainda escorre pelo local, ele abaixa a camisa e me olha.
Pensa Cloe, onde você pode leva-lo ? No nosso esconderijo não daria, eles não podem saber de Cobra, se não iram se impor contra mim, por eu levar mais alguém. E eu com certeza ja tenho pessoas de mais para olhar.
Olho ao redor, vejo uma casa afastada e compleramente abandonada. Ergo o Cobra pelo braço e depois o apoio em mim.
— Para onde está me levando ? — Pergunta com a cabeça encostada com a minha. — Por acaso, você não esta querendo se aproveitar de meu corpo sexy, enquanto estou indefeso, está ?
— Para alguém que está quase morrendo, você esta bem animado, não acha ? — Começo a ficar irritada. — Estou o levando para algum local onde eu possa cuidar de seu ferimento.
— Nunca é um momento ruim para te irritar, Cloe.
Ele ri e logo tosse, fazendo sair sangue de sua boca, desvio o olhar e logo ouço ele guspir o sangue.
— Achei dois.
Viro o olhar para trás e vejo um homem atrás de mim, e logo ouço passos. Me apresso em chegar até a casa, mas eles começam a atirar. Encolho meu corpo e vejo um carro batido na parede, vou até ele.
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Hunting City : Memórias Roubadas
Bilim KurguQuando você acorda em um laboratório e se vê em um lugar totalmente estranho e com sua mente totalmente vazia, pode ter certeza que você está metido em algo muito ruim. E que sua única opção é sair de lá. Cloe se vê presa em uma cidade onde sua conf...