Capítulo Bônus

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Em algum momento da fase um  ...

Não sabia para onde estavam me levando, mas já tinha uma ideia de "quem" queria me ver. E esse jeito dramático de me levar até ele, só confirmou mais a minha suspeita.

Não sabia quanto tempo se passou desde que me trancaram naquela sela, não dava para ver se era dia ou noite, ou ate mesmo saber quanto tempo tinha se passado. Nas primeiras horas eu contei, mas depois deixei para lá, nao ia me adiantar nada saber quantas horas tinha se passado, se eu não sabia quando iria sair daquele lugar.

A única coisa que se passava por mim era que eu queria desesperadamente sair. Me sentia sufocado, não sabia se ela estava bem, se ela estava nos braços dele buscando conforto ou se ela estava loucamente me procurando. Todo o tempo que estive naquele lugar meus pensamentos insistiam em ficar nela. Não ouve outra coisa que eu queria mais, do que te-lá em meus braços, sentir seu corpo contra o meu, acariciar seus cabelos e beija-la até saciar esse desejo de quere-la.

Volto ao presente quando sou empurrado, minha pernas que ja estavam bambas e dormentes, se desequilibram e acabo caindo de joelhos. Solto um gemido, por causa da dor que sobe pelo meu corpo, ignoro a dor o máximo que posso e ergo minha cabeça.

Uma mesa estava a alguns centímetros de meu rosto, meu olhar vai para cima dela, onde está uma grande cadeira, que mais parecia um trono. Vejo uma movimentação e percebo que alguém está sentado nela, mas quando ele percebe minha presença, ele somente vira o rosto em minha direção e volta a olhar para a grande janela, do lado direito da sala.

— Pode sair, Marcos. - Diz o homem com a voz firme.

Sem dizer qualquer palavra o homem sai e fecha a porta atrás de si.

— Quem é você e o que quer comigo ? - Pergunto forçando um pouco a voz para sair firme.

— Bom, creio que não saiba quem eu sou. — Diz ele. — Mas não temos tempo para uma apresentação formal e além do mais não quero que você saiba quem eu sou, vamos manter tudo como está.

— Pare de enrolação e fale logo. — Digo impaciente. — Se não vai me matar, pelo menos, seja breve no que tem que dizer.

— Então gosta das coisas direto ao ponto. — Diz ele ao meio de um sorriso. — Bom, então vamos ao ponto. — Ele vira a cadeira e fica de frente para mim. — Quero que faça algo para mim e em troca lhe darei algo que tanto quer.

Riu em ironia e vejo ele franzir a testa.

— Acha mesmo que irei fazer qualquer coisa para você ? - Pergunto com um sorriso no rosto.

— Sim, na verdade tenho certeza. - Ele encosta as costas na cadeira em uma posição que o deixa com um ar superior.

— Como tem tanta certeza assim ? - pergunto semi cerrando os olhos.

— Porque se não irei mata-la. - Assim que ele diz, ele joga algo em minha frente.

Pego o plástico e o viro, a foto de quem eu tanto quis por perto nas ultimas horas, estava em minhas mãos sujas e trêmulas.

— Você não faria isso, é ela quem proporciona toda a diversão ao seus capangas. — Digo alterando a voz. — Ela é a principal disso tudo.

— Sim, eu sei meu jovem. — Ele diz com um sorriso. — Ela é como um troféu para eles. Mas isso não me impede de mata-la e colocar outra em seu lugar.

— Você sabe que não existe outra igual a ela. - Digo entre os dentes, ele maneia a cabeça de um lado para o outro, como se discorda-se.

— Na verdade, talvez exista. — Diz ele em dúvida. — Mas não importa, então irá fazer o que eu tenho para lhe pedir ou não ? A escolha é toda sua.

Meus olhos voltam para a foto, me lembro desse dia. Ela estava tão radiante em seu vestido longo azul, os cabelos longos estavam presos em um penteado que com certeza levou horas para faze-lo, seus olhos azuis estavam ainda mais destacados pela maquiagem. Nesse dia todos nós estavamos felizes, pois era nosso último dia em que pisavamos na escola. Era o dia de nossa formatura.

Me lembro como se fosse ontem quando à vi descer as escadas de sua casa, segurando o vestido para acabar não tropeçando e quando seus olhos brilharam quando ela me viu, logo abrindo um sorriso que ia de orelha à orelha. Aquele foi o dia mais feliz de toda a minha vida, o dia que a beijei pela primeira vez.

— Então, sim ou não ? Estou ficando impaciente. - Diz ele, me trazendo de volta a realidade.

— Aceito, se você me prometer que irá deixa-la ir embora desse lugar. - Digo olhando em seus olhos.

Ele fica pensativo e logo sorri.

— Aceito. - Diz ele.

Vejo seus olhos escurecerem, e fico desconfiado. Sinto uma forte pancada na cabeça e acabo caindo de lado, antes desmaiar consigo ouvir mais uma coisa.

— Quero que traga o CC-006, e o coloque em prática.

Hunting City : Memórias RoubadasOnde histórias criam vida. Descubra agora